Dizemos-lhe as razões. Tesla Cybertruck dificilmente chegará à Europa

Afinal e embora a notícia possa vir a partir o coração dos muitos fãs que o modelo já tem na Europa, parece já certo que a Tesla Cybertruck não será comercializada no Velho Continente. Sendo que, as razões para esta decisão, resultam não apenas da lógica, mas também das evidências...

Especialmente a partir do momento em que a Tesla conseguiu entregar, ainda que com quatro anos de atraso, a primeira Cybertruck a um cliente norte-americano, não demorou muito para que, também na Europa, os fãs da marca norte-americana de veículos elétricos fundada por Elon Musk, começassem a sonhar com o momento em que modelo poderá começar a desembarcar no Velho Continente.

Contudo e tomando como fiáveis as mais recentes declarações de um responsável da Tesla, neste caso, à Top Gear Países Baixos, o mais certo, agora, é que tal nunca venha a acontecer. Até porque, as razões apresentadas, são tão válidas, quanto lógicas!

Segundo o Vice-Presidente de Engenharia de Veículos na Tesla Motors, Lars Moravy, a primeira razão que faz com que a que Cybertruck dificilmente chegue à Europa tem a ver com o peso dos mercados, europeu e norte-americano, em termos de pickups. Sendo que, o dos EUA, por ser "enorme" (mais de três milhões de veículos!...) e muito maior do que o europeu (rondará as 100 mil unidades), consegue ser, não apenas mais apelativo, como uma dificuldade acrescida, por si próprio, em termos de fornecimento.

A questão dos regulamentos

Depois, na base da decisão estão também "os regulamentos europeus que exigem que os veículos apresentem esquinas com arredondamentos de pelo menos 3,2 milímetros, naquelas que são as zonas mais salientes", afirma Moravy. Recordando que, "é impossível fazer um arredondamento de 3,2 milímetros numa chapa de aço inoxidável de 1,4 milímetros".

Igualmente contra as pretensões europeias, o "peso-pluma" da Cybertruck, que, por exemplo e no caso da versão topo de gama Cyberbeast, ultrapassa as 4,2 toneladas - 3103 kg do veículo, mais 1133 kg de carga máxima admitida. Valores que levam a que, na Europa, a pickup norte-americana só esteja acessível a condutores com carta de pesados, limitando grandemente a sua implementação...

De resto e mesmo nos EUA, a pickup elétrica da Tesla consegue o feito de abranger duas classes distintas, em termos de peso bruto: Classe G, ou seja, veículos com pesos entre os 3692 kg e os 4082 kg, e Classe H, sinónimo de um peso que vai dos 4082 kg aos 4536 kg. Ou seja: mesmo a versão mais leve da Cybertruck, já fica acima do limite máximo para puder ser homologada como veículo ligeiro!

Carregamento? Nem com Superchargers!

Finalmente e como últimos argumentos anti-Europa, não apenas o fraco apelo que as grandes pickups sempre registaram deste lado do Atlântico, como também e principalmente, a questão do carregamento das baterias. Mais precisamente, o tipo de tomada utilizada no processo.

Enquanto na América do Norte o tipo de tomada mais usado para carregamento de veículos elétricos é o NACS (North American Charging Standard), sendo, precisamente, com essa solução que a Cybertruck sai da linha de montagem, na Europa, é o sistema CCS2 que domina. Com esta solução a marcar presença, inclusivamente, nos Superchargers europeus.

Assim e para poder ser comercializada na Europa, a pickup da Tesla teria de, forçosamente, sofrer alterações não só de harware, como também de software, para poder utilizar a rede europeia de carregamento. O que, além das dificuldades acrescidas que a instalação de uma nova tomada acarretaria, em termos de linha de montagem, também resultaria, forçosamente, em mais gastos e investimento.

Fonte: Turbo, 6 de dezembro de 2023

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