Fabiana: A stripper mais famosa de Lisboa deixa o Viking

Os fãs são de todo o país, choram nos espetáculos, oferecem-lhe flores, reconhecem-na na rua. Fabiana é stripper na discoteca Viking, em Lisboa, há pouco mais de um ano, mas já é, para muitos, a favorita da capital.

Meia hora antes do primeiro 'show' de strip do Viking, que começa à 1h, a casa está vazia. Fabiana "joga conversa fora" com clientes, com colegas do bar, com o DJ. "São todos amigos. Nunca trabalhei num ambiente assim, as pessoas chegam perto e dizem 'sou seu fã'", confessa no seu português-brasileiro, natural de Goiás.

No seu minivestido de estampado zebra, maquilhagem carregada e saltos vertiginosos, "Fabi" espalha sorrisos e beijos por quem vai chegando à discoteca do Cais do Sodré. Cinco minutos antes da primeira atuação, o espaço fica praticamente cheio.

Quando aparece no palco, as atenções focam-se nela. Ouve-se Leona Lewis e Toni Braxton. Fabiana dança, tira a roupa, interage com quem está mais perto. No fim do 'show', a música volta ao rock. Agora, a música é de Morrissey.

"Sempre gostei muito da noite, de dançar, do striptease. Gosto de Portugal, aqui não há discriminação na noite. Trabalhar na noite no Brasil é prostituição", conta a stripper.

“Fabi” começou o striptease naquela discoteca do Cais do Sodré em maio de 2010, parou em setembro e voltou em janeiro. "Amei trabalhar aqui. Mas na noite tem que ir rodando para não enjoar o cliente", diz.

Mas quem vai a esta discoteca parece não enjoar dos ‘shows’: "Muita gente diz que vem ao Viking de propósito para me ver", ri-se.

"Houve uma miúda de Viseu que pelo Facebook disse que me queria conhecer. Quando veio a Lisboa teve de vir aqui e chorou e tudo. Eu não estava entendendo", conta.

Um dia foi reconhecida no comboio. "Notei um grupo de meninos que me perguntou se eu era a Fabiana. Assustei na hora. Eles começaram a gritar 'Fabi! Fabi'. Não estava entendendo, quando saíram na estação ficou tudo a olhar para mim", descreveu, entre risos.

Fabiana é uma "pessoa simples". No dia a dia "é uma pessoa diferente", anda de cabelo apanhado, usa calças de ganga, não tem maquilhagem, guarda os saltos altos. Com 29 anos, é casada e tem uma filha de cinco anos.

O marido é uma espécie “em extinção” porque aceita a profissão que escolheu. “Todo o mundo acha que marido da mulher da noite é chulo, mas ele nunca me tirou um cêntimo. Nunca escondi o que faço de ninguém, mas não é fácil na cabeça dos homens", afirma.

Fabiana é feliz, "graças a Deus". No entanto, a stripper "não está a achar nada bom ir embora" do Cais do Sodré.

Quinze minutos antes do último show [que foi às 3h de hoje], a casa fica cheia. Multiplicam-se as pessoas que a querem conhecer, que ficaram em Lisboa para uma última oportunidade de assistir ao momento. “Fabi” vai de férias e "uma rapariga de Leste" vai substituí-la. "Se não der certo com ela eu volto", afirma.

Fabi não fica nervosa antes do striptease. "Sou muito católica e sempre me benzo antes. Claro que dá sempre um frio na barriga. Mas nada como das primeiras vezes", confessa, lembrando que a primeira vez que se despiu, num bar em Cascais, teve de beber dois copos de whiskey num único gole para conseguir dançar.

Aprendeu striptease na casa de uma irmã com um balde e uma esfregona. Hoje, há casa cheia para a apreciar. E na primeira fila há empurrões para conseguir a melhor vista.

A última dança começa com Backstreet Boys. O público grita à medida que a roupa cai. Um fã sobe ao palco e dança com Fabiana. Depois de Bonnie Tyler, o ‘show’ acaba. Fabi veste o robe, agarra a roupa, volta para o camarim. "Ai a minha vida", solta. A stripper vai dar um tempo ao Viking.

"Mas eu volto, coração. Eu volto", promete.

Fonte: Sol, 12 de agosto de 2011

Foi-se a Fabiana, mas o 'strip' não acabou

___ O tempo é de mudança, e quem o diz, na hora da despedida, é Fabiana Ferreira, 29 anos, a atracão do bar Viking, no Cais do Sodré. Sete meses depois de dois espetáculos quase diários, à uma e às três da manhã, a stripper contou ao DN que vai parar uns meses, passar o testemunho no varão do Vicking e trabalhar num bar da mesma rua só dedicado ao strip, como alternadeira.

"Já tive chulo que me bateu e roubou, mas agora tenho um marido a sério, que cuida de mim quando chego a casa bêbeda", conta ao DN a stripper que aprendeu a dançar num treino com um balde e uma esfregona. "A minha irmã me ensinou. E quando eu me despi, entrou meu cunhado na sala e eu só tive tempo de me tapar com um tapete", recorda quando lhe perguntam como começou a profissão. Despediu-se do Viking, cheio na semana passada.

Fonte: Diário de Notícias, 20 de agosto de 2011

Fabiana. A stripper preferida de Lisboa vai dar um tempo ao varão

É esta brasileira que homens, mulheres, atores e quase famosos vão ver ao Cais do Sodré. O "strip das três" era o momento alto da noite no Viking, mas o último foi quinta-feira

Os rumores surgiram no princípio da semana. Fabiana, a estrela do bar Viking, no Cais do Sodré, ia despedir-se do varão e voltava para a sua terra, Goiânia, no Brasil. No Facebook do bar que ficou conhecido pelas sessões de "strip" - como se lê num papel na parede - anunciava-se na quinta-feira a despedida de Fabiana, "o fenómeno", antes das férias. "Afinal ela volta", suspiraram os clientes de alívio. As strippers também têm direito a descanso. Afinal não é bem assim.

"Sinto que ''tá na hora de dar um tempinho do strip", diz Fabiana poucos minutos antes da primeira sessão de striptease da noite, à uma da manhã. Aos poucos, o bar que em tempos foi local de prostituição vai-se enchendo. Nas mesas e ao balcão vêem-se homens e mulheres na casa dos 30 que camuflam os clientes antigos que ainda lá param. "Vou deixar o Viking. Vou trabalhar para o Ménage aqui na rua, que é do mesmo dono", anuncia Fabiana. "Mas não vou dançar. Dançar é só aqui. Lá vou fazer alterne."

Para muitos noctívagos, a mudança pode significar o fim das correrias ao Viking para apanhar a sessão de strip da uma ou das três e ver Fabiana a despir-se ao som de Backstreet Boys. "Sim, muita gente não diz: 'Vamos ao Viking.' Diz: 'Vamos ver a Fabiana.'" A brasileira de 29 anos tem consciência do seu sucesso e diz que já é reconhecida no comboio. "Até a atriz Maria João Bastos veio cá perguntar quem eu era", conta. "Veio também aquele do YouTube, o Sai da Frente Guedes, não sei o nome dele. Vem cá muita gente que pede para tirar fotografias comigo."

No Ménage, onde Fabiana começa a trabalhar no dia 25 (agora vai de férias), o ambiente é diferente. É um clube de strip com consumo obrigatório e papéis nas mesas que ordenam: "Não toque, não grite, não faça propostas." Para a stripper vai ser bom para fazer mais dinheiro. "Ganhamos comissão com as bebidas e com os privados. Lá a gente trabalha bem melhor, e como tenho uma filha..." Chama-se Giovana, tem cinco anos e sabe qual é a profissão da mãe. "Quer dizer, ela sabe que eu danço, só não sabe que tiro a roupa." Aliás, a miúda pode mesmo seguir os seus passos. "No outro dia estava a ver um programa de TV onde ensinavam pole dance, pegou nas coisas e disse-me: ''Mãe, vamos embora, eu quero ir contigo dançar!"

Fabiana aprendeu a coreografia que repetiu este ano todas as noites no Viking com uma das suas oito irmãs - vivem todas em Portugal. "A minha irmã colocou um balde e uma esfregona no meio da sala e, como ela já dançava, ensinou-me." Antes de vir para Portugal, em 2000, Fabiana era "cobradora de bilhetes em autocarros". A irmã convenceu-a a despir-se em Lisboa e a estreia foi num clube de strip em Cascais, agora chamado Golden Eye. "Tive de tomar um bom uísque, fechei os olhos e fui", recorda. "Quando tirei a calcinha saí correndo e chorei bastante. Agora não, já é normal. Mas aqui dentro, claro. Não vou tirar a calcinha na rua."

Depois de Cascais voltou ao Brasil, quando engravidou, e regressou a Lisboa há quatro anos para trabalhar no Ménage. "Em maio do ano passado surgiu a oportunidade de trabalhar no Viking. Fiquei lá seis meses e depois fui trabalhar para outras casas." Não é a primeira vez que Fabiana se despede do Viking. No ano passado ausentou-se por dois meses. "O António [Costa, o dono do Viking e do Ménage - não confundir com o presidente da Câmara de Lisboa] ligou-me a dizer para voltar porque os clientes pediam a Fabiana de volta."

No Viking, um dos número preferidos de Fabiana era despejar cerveja no peito e esfregá-lo na cara de um dos clientes, homem ou mulher. "É uma brincadeira para quebrar a rotina do strip", ri-se. "Talvez por isso as mulheres gostem de mim." Só o marido, também brasileiro, ainda não viu o show. "É confuso para a cabeça dele."

Para substituir Fabiana - se é que isso é possível - virá uma "rapariga de Leste". "Se der, eu volto às quintas, sextas e sábados, para as pessoas não sentirem muito a minha falta."

Fonte: jornal i, 13 de agosto de 2011  

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