Mais de 10 mil mulheres foram mortas em Gaza desde o início da guerra, avança a ONU

Night Hunter (2018) - Alexandra Daddario, Brendan Fletcher

Mais de 10 mil mulheres foram mortas em Gaza desde o início da guerra de Israel contra o Hamas, em outubro, segundo estimativas da UN Women num relatório publicado esta terça-feira.

"Seis meses após o início da guerra, 10 mil mulheres palestinianas em Gaza foram mortas, entre as quais cerca de 6 mil mães, deixando 19 mil crianças órfãs", refere o relatório.

O relatório refere que mais de um milhão de mulheres e raparigas palestinianas na Faixa de Gaza enfrentam uma "fome catastrófica", quase sem acesso a alimentos, água potável, casas de banho funcionais ou água corrente, o que cria riscos de vida.

"Uma criança é ferida ou morre a cada 10 minutos", acrescentou.

"As mulheres que sobreviveram aos bombardeamentos sofrem diariamente de fome, doença e medo constante. A guerra em Gaza é, sem dúvida, uma guerra contra as mulheres, que estão a pagar um preço elevado por uma guerra que não é da sua responsabilidade", afirmou Susanne Mikhail, Diretora Regional da UN Women nos Estados Árabes, numa conferência de imprensa em Genebra.

Fonte: CNN Portugal, 16 de abril de 2024 

O povo eleito aprendeu com o melhor, o dr. Mengele, em questões de aliviamento de pressão demográfica que ameace a existência de povos benzidos por Deus.  

Gestantes de Auschwitz: a terrível saga das mães e bebés nos campos de concentração nazi

Consideradas como ameaça ao extermínio, soldados da SS realizaram o "controlo da natalidade de judeus". Inúmeras grávidas foram torturadas até a morte

Em Auschwitz, havia um local em que foram erguidos barracões usados como latrina. Também servia de ponto de encontro para os prisioneiros. No local, realizavam encontros e faziam sexo rodeados de excrementos, ao cheiro de carne queimada exalando dos crematórios.

“Era ali que prisioneiras e prisioneiros se encontravam para ter relações sexuais furtivas e sem alegria, nas quais o corpo era utilizado como uma mercadoria com a qual pagar os produtos de que tanto se necessitava e que os homens eram capazes de roubar dos armazéns”, relata Gisella Perl.

Perl foi uma ginecologista romena que publicou as suas memórias do campo de concentração em 1948, quando divulgou ao mundo o seu papel de controladora da natalidade entre os prisioneiros. Ela conta que, mesmo com o esforço em inibir o desejo sexual entre os judeus, ocasionados pelos nazis perante o acréscimo de nitrato de potássio na comida, a libido e vontade pelo sexo ainda “era um dos instintos mais fortes”.

O problema é que muitas mulheres engravidaram. E isso era absolutamente perigoso - os carrascos nazis viam nisso uma ameaça ao extermínio. “Não me parece justificável exterminar os homens [...] e deixar que os seus filhos cresçam e se vinguem nos nossos filhos e netos”, colocou Himmler. Nesse cenário, Perl começou um trabalho de interrupção das gestações, para salvar a vida daquelas mães.

A trágica incumbência

A jornada de Perl foi recuperada por um artigo de Georg M. Weisz e Konrad Kwiet publicado na revista Rambam Maimonides Medical Journal, de Israel. Segundo o trabalho, Perl nasceu em 1907, na Transilvânia e trabalhava como ginecologista até a invasão da Roménia por Hitler. Em cinco dias, foi encaminhada para Auschwitz e nunca mais reviu os seus familiares.

Na Polónia, ela foi convocada por Mengele para que reanimasse judias que ficaram inconscientes após sessões de retirada de sangue. Contraditoriamente, a Wehrmacht estava encaminhando esse sangue para a frente. “A rassenschande, a contaminação com o sangue judeu inferior, foi esquecida”, lembrou Perl.

A partir de 1943, por diligência de Himmler, o esforço no controle da natalidade de judeus foi acirrado e, com isso, mulheres grávidas, mesmo aptas a trabalhar, eram levadas às câmaras de gás ou aos incineradores. “seus bebés recém-nascidos eram assassinados com injeção letal ou afogados”, explicam Weisz e Kwiet.

Em Auschwitz, as grávidas foram enganadas. Quando eram enfileiradas, as judias recebiam a informação de que as gestantes seriam encaminhadas para um local onde receberiam ração dobrada, pela condição, e que, portanto, deveriam dar um passo à frente para a seleção. A farsa só foi descoberta quando Perl, em 1944, cumpria uma tarefa a ela estabelecida perto dos crematórios e presenciou o que realmente acontecia.

Elas “eram espancadas com cacetes e chicotes, destroçadas por cães, arrastadas pelos cabelos e golpeadas na barriga com as pesadas botas alemãs. Então, quando caíam, eram atiradas no crematório. Vivas”. Então, a médica iniciou o seu plano para salvar aquelas mulheres.

A tarefa era ingrata: na tentativa de abortar ou gerar partos antecipados, sem condições técnicas se não suas próprias mãos, Perl teve que matar muitas crianças, o que foi muito sentido por ela. Perl relata uma situação em que enforcou um bebé de três dias até a morte, para que sua mãe fosse salva.

No fim, centenas de mulheres tiveram as suas gestações interrompidas por Perl, de forma consentida. Como Perl recebeu a missão de informar Mengele sobre as mulheres grávidas no campo, o controle nazi já estava fragilizado. “O maior crime que se podia cometer em Auschwitz era estar grávida”, contou a ginecologista ao The New York Times em 1982. “Decidi que nunca mais haveria uma mulher grávida em Auschwitz”.

Libertação

Em 1945, o Exército Vermelho marchou sobre a Polónia e obrigou os nazis a evacuarem os campos, rumo a Oeste. Muitos judeus foram obrigados a seguir numa marcha da morte no meio do inverno europeu oriental, que matou mais de 15 mil. Entretanto, Perl foi encaminhada ao campo de Hamburgo e, depois, a Bergen-Belsen, onde ajudou mais mulheres a terem partos de sucesso.

Quando presenciou a libertação de um campo, o perigo de sentenciamento das crianças e das grávidas pelos alemães fora abolido, e Perl foi responsável pelo parto saudável do primeiro menino judeu nascido livre no campo onde morreu Anne Frank.

Em 1947, ao descobrir que a maioria da sua família fora executada, Perl tentou matar-se. Sem obter sucesso, emigrou para os EUA para recomeçar a vida, mas lá foi acusada de crime de guerra por ter, teoricamente, colaborado com o Anjo da Morte. “Qualquer um que tenha trabalhado no hospital para os presos poderia ser acusado disso”, opina Weisz, que vê a acusação como palhaçada.

Nos anos que seguiram, Perl colaborou, com depoimentos, para a condenação de diversos nazis. Com o tempo, a sua reputação foi se restaurando e o seu papel em Auschwitz na salvaguarda de mulheres judias foi reconhecido. Então, especializou-se em infertilidade e começou a trabalhar no Hospital Monte Sinai de Nova Iorque. Morreu em 1981, em Israel.

Fonte: Aventuras na História

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