Moedas nomeia jovens técnicos
Tiago e João são os mais recentes especialistas na equipa de
acompanhamento do memorando da troika. Um tem 21 anos, o outro 22.
O secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Carlos
Moedas, nomeou esta semana dois
"técnicos especialistas" de 21 e 22 anos para integrar a
equipa de "acompanhamento da execução de medidas do memorando". O
Governo justifica as contratações com os "excelentes currículos académicos".
No currículo de Tiago Ramalho, de 21 anos, consta, segundo foi publicado em
Diário da República, a conclusão da licenciatura em Economia, em 2012, na
Universidade Nova de Lisboa. A experiência profissional do novo especialista do
gabinete de Moedas resume-se a um parágrafo: um estágio profissional não
remunerado no Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia e
Emprego, entre setembro e dezembro do ano passado.
Já João
Vasconcelos Leal, de 22 anos, fez um estágio no mesmo gabinete,
entre junho e agosto de 2011. A concluir o mestrado em Administração de
Empresas, o jovem inclui ainda no currículo a
conclusão, em 2008, do ensino secundário. Ambos vão receber 995,51
euros brutos mensais.
Tiago Ramalho, porém, acumula uma vasta experiência enquanto
comentador, tendo escrito em jornais e no blogue ‘Jamais', com o eurodeputado
do PSD Paulo Rangel.
O gabinete de Carlos Moedas justifica as contratações pelo
"excelente currículo académico" de Tiago Ramalho e João Vasconcelos
Leal, que se licenciaram em Economia com 16 e 15
valores, respetivamente, o que "lhes confere alguma
competência".
A assessoria do secretário de Estado diz que os jovens
"estão a realizar estudos macroeconómicos coordenados por técnicos com
mais experiência e é por serem jovens que ganham um salário abaixo do praticado
nos gabinetes ministeriais".
TC questiona idade dos especialistas
Já em janeiro deste ano, uma auditoria do Tribunal de Contas
(TC) aos gabinetes ministeriais questionava "o grau de experiência
profissional" dos 164 especialistas até então contratados para os
gabinetes ministeriais, já que 15,3% tinham entre 24 e 29 anos.
O relatório alertava ainda para a "flexibilidade
remuneratória" destes contratados, uma vez que o salário dos especialistas
a trabalhar nos gabinetes não pode ultrapassar o dos adjuntos: 3069 euros. Mas,
e porque o salário depende do despacho e podem optar pela remuneração de
origem, 6% dos especialistas ganham mais do que o chefe de gabinete, que
recebe, por mês, 3892 euros.
Fonte: Correio da Manhã, 23 de março 2013
O ordenado mínimo em 2013 era de 485 €.
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