A indústria russa do armamento é alimentada por vários países, mas há um que se destaca



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Nada parece parar o crescimento enorme da indústria do armamento da Rússia, que produz mais equipamento crítico agora do que alguma vez desde o início da invasão da Ucrânia.

Este crescimento, o qual as sanções ocidentais não beliscaram, deve-se a novos grandes parceiros internacionais. Turquia, Emirados Árabes Unidos e Índia têm fornecido bastantes peças e componentes eletrónicos à Rússia, mas há um país que se destaca.

De acordo com um estudo do Centro para os Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), think tank norte-americano, citado pelo The Economist, a China tem um papel preponderante no sucesso das tropas russas na Ucrânia.

“As empresas chinesas forneceram à Rússia semicondutores que são cruciais para o fabrico de vários sistemas de armamento. Também forneceram equipamento de navegação, peças para jatos e produtos mais genéricos, como rolamentos de esferas, utilizados em peças de artilharia e outros equipamentos”, escreve a publicação britânica.

Segundo os registos analisados pelo CSIS, as importações de produtos para hardware crítico, designados de máquinas de Controlo Numérico Computorizado (CNC), vêm em grande número da China, país que diz ser neutro em relação à guerra no Leste da Europa.

Entre março e julho de 2023, realizaram-se mais de 10 mil transações mensais destas máquinas entre os dois países. O aumento das trocas destes produtos entre Moscovo e Pequim, nota a publicação, coincidiu com a visita de Xi Jinping à capital russa, em março do ano passado, onde os líderes dos dois países se reuniram.

O The Economist refere que “apertar” as sanções é difícil, uma vez que a Rússia está a utilizar cada vez mais equipamento de qualidade inferior que também é usado para fins civis, e porque a própria indústria de defesa da Ucrânia depende, em certa medida, das importações da China.

Fonte: TVI Notícias, 2 de maio de 2024

Ucrânia já produz mais armamento do que usa e quer vendê-lo para fora

O Estado ucraniano só compra um terço do armamento que a indústria da Ucrânia é capaz de produzir. Os empresários do setor querem passar a exportar o material militar

Numa altura em que a Rússia aumenta o fabrico de tanques, também a Ucrânia reforça a aposta em equipamento militar. Por causa das dificuldades financeiras sentidas, Kiev pede a ajuda de investidores estrangeiros para financiar a indústria de armas.

A invasão russa foi o rastilho para o crescimento da indústria de armamento da Ucrânia. Só no último ano, as empresas de defesa construíram três vezes mais veículos blindados do que fabricavam antes da guerra e quadruplicaram a produção de mísseis antitanque.

Mesmo sob fortes ataques e cortes de energia, surgiram no país centenas de empresas de fabrico de armas e equipamento militar, que pedem mais investimento e menos burocracia.

Face às dificuldades de financiamento, alguns empresários querem que seja permitida a exportação de armamento.

“A primeira ameaça que os fabricantes enfrentam quando começam a trabalhar é a burocracia da esfera militar e das compras. É isto que as empresas não esperam quando começam este tipo de trabalho”, afirma Vladyslav Belbas, CEO da Ukrainska Bronetekhnika, fabricante ucraniana de armamento.

Kiev não compra mais… mas também não quer exportar

O Governo ucraniano alega que as exportações, durante a guerra, poderiam minar os apelos de Kiev por ajuda militar.

Perante a falta de dinheiro, a Ucrânia está a pedir a parceiros estrangeiros que financiem a indústria. O investimento governamental em armas fabricadas no país é inferior à capacidade produtiva.

“Atualmente, a capacidade geral do complexo militar-industrial da Ucrânia é de 18 a 20 mil milhões de dólares por ano. Nós, Governo ucraniano, financiamos apenas um terço das capacidades”, constata Oleksandr Kamyshin, ministro ucraniano das Indústrias Estratégicas.

Rússia aumenta produção

Também a máquina de guerra da Rússia está a trabalhar a todo o vapor. Uma fábrica russa contratou mais 1200 trabalhadores desde o ano passado e está a funcionar 24 horas por dia, em dois turnos, para aumentar a capacidade produtiva

O ministro russo da Defesa mostra-se satisfeito com o ritmo de construção de novos tanques, e aponta a necessidade de incrementar a produção de kits de proteção dos veículos.

Em fevereiro, o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos revelou que a Rússia já perdeu mais de 3000 tanques na Ucrânia, desde o início da guerra.

Fonte: SIC Notícias, 19 de abril de 2024

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