«O colchão tinha manchas de sangue e havia aranhas em cima da cama a fazer ninhos»
Alfred
Hitchcock Presents / The Baby-Blue Expression - Peter Walker, Sarah Marshall
A basquetebolista norte-americana, Brittney Griner, vai
lançar um livro chamado «Coming Home» acerca
do período que esteve detida na Rússia por posse de droga. Antes de o livro
estar disponível, a jogadora das Phoenix Mercury relatou o que viveu enquanto
esteve presa.
«A minha
mulher é que costumava fazer as malas, mas desta vez fui eu quem as fez.
E não me lembrei de tirar da mala o óleo de canábis, que no Arizona é legal e
na Rússia é proibido. Eu sabia que era proibido, foi um esquecimento»,
justificou no programa «Good Morning America», do canal ABC.
«Algumas vez se esqueceram das chaves no carro ou nos óculos
quando estão na tua cabeça? É tão fácil ter um lapso mental. O meu lapso mental
foi de grande escala, mas pode acontecer», defendeu ainda.
A atleta da WNBA acabou por ir para um estabelecimento
prisional que tinha condições horríveis.
«O colchão tinha uma enorme mancha de sangue, davam dois
lençóis muito finos, praticamente dormia em cima de barras. Tinha aranhas por
cima, a fazerem ninho... Os meus pés ficavam entre grades, no fundo da cama, e
na prisão não queres que isso aconteça porque alguém pode agarrá-los e
torcê-los ou parti-los. Era
isso que me passava pela cabeça», relatou.
Brittney Griner partilhou ainda que lhe foi dado um rolo de
papel higiénico que «deveria durar um mês».
«Não recebemos papel higiénico durante dois ou três meses.
Deram-nos pasta dos dentes que tinha expirado há 15 anos. Usávamos para limpar
o bolor das paredes», contou.
Após ter sido condenada a nove anos de prisão, a basquetebolista foi transferida para uma das piores prisões da Rússia, a IK-2.
«Era muito frio. É um trabalho de campos forçados. Não há
descanso», disse, tendo tratado de tecido para uniformes militares durante a
estadia na prisão.
Outrora conhecida pelas rastas, Brittney Griner explicou o
motivo para as ter cortado. «Honestamente, teve de ser. Tinha aranhas por cima
da minha cama a fazerem ninhos. Teve de ser. As pontas dos 'dreadlocks' congelavam e estava sempre
molhadas, estava sempre com frio e doente. Fiz o que tinha de fazer para sobreviver»,
esclareceu.
Fonte: MaisFutebol, 2 de maio de 2024
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