"Ninguém me vai empurrar para fora": Biden entra de forma inesperada numa reunião dos democratas para dizer que está "na corrida até ao fim"
Alfred
Hitchcock Presents / A Secret Life - Ronald Howard, Patricia Donahue
Joe Biden disse esta quarta-feira que ninguém o vai empurrar
para fora da corrida presidencial e frisou que está na corrida até ao fim,
segundo fontes do partido democrata que estiveram numa reunião virtual onde o
presidente dos EUA entrou de forma inesperada.
“Deixem-me
dizer isto tão claramente quando possível: sou candidato”, disse Joe
Biden. “Sou o líder do Partido Democrata.
Ninguém me vai empurrar para fora”, afirmou. “Não me vou embora. Estou nesta corrida
até ao fim e vamos vencer”.
As declarações do presidente foram veiculadas por vários
órgãos de comunicação, incluindo Associated Press e Politico, que
mantiveram a identidade das fontes no anonimato.
A intervenção não programada na reunião do Comité Nacional
do Partido Democrata aconteceu num momento de pressão crescente sobre Biden
desde o seu desempenho no debate com Donald Trump.
Uma nova sondagem publicada pelo New York Times
mostra que, após o debate, Donald Trump aumentou consideravelmente a sua
vantagem sobre Joe Biden, tendo agora mais seis pontos percentuais: 49% contra 43% das intenções de voto.
A sondagem indica que 74% dos eleitores inquiridos estão
preocupados com as capacidades de Joe Biden aos 81 anos, depois de este ter
aparecido frágil e titubeante no debate.
A
vice-presidente Kamala Harris também participou na reunião e
reiterou o seu empenho na campanha, procurando esmagar a discussão sobre se
Biden deve desistir.
Ao mesmo tempo, o chefe de gabinete da Casa Branca Jeff
Zients procurou animar os
funcionários perante o descalabro que se seguiu ao debate e pediu-lhes que se
isolem do ruído causado pela má performance do presidente.
Zients citou o Presidente, que após o debate disse que quando é deitado ao chão volta a
levantar-se.
Os cerca de 500 funcionários ouviram o chefe de gabinete
elencar as conquistas da administração e sublinhar a importância da governação
a partir de agora, com a campanha a aquecer a caminho das eleições de 05 de
novembro.
As vozes que pedem a Joe Biden que desista da campanha estão
a multiplicar-se nos últimos dias. O jornal Boston Globe publicou hoje
um editorial pedindo ao presidente que abandone a corrida “pelo bem do país e
do seu legado”. Vários editoriais e artigos de opinião têm ecoado o sentimento.
As dúvidas estão agora a ser mais ruidosas dentro do próprio
partido democrata, depois de Joe Biden ter demorado a reagir e a contactar
líderes de topo.
Isso aconteceu esta semana, com o presidente a falar em
privado com o líder maioritário do Senado, Chuck Schumer, o líder minoritário
da Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries, e vários congressistas, como
Chris Coons e James Clyburn.
Em Washington, a porta-voz da Casa Branca Karine Jean-Pierre
reiterou que Biden não planeia "de todo" retirar a sua candidatura e
que "continua a fazer campanha" e "está na corrida".
Perante múltiplas insistências dos jornalistas sobre um
possível abandono do presidente de 81 anos, a porta-voz respondeu "não, de
todo".
"Ele
entende que é legítimo que as pessoas façam essa pergunta, mas não podemos
esquecer seu balanço", ao longo do último mandato, insistiu.
Fonte: CNN Portugal, 3 de julho de 2024
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