Procuradores pedem 17 anos de prisão para lusodescendente Jack Teixeira por fuga de informação do Pentágono

The Thundermans (2013–2018) - Kira Kosarin, Jack Griffo

Os procuradores alegam que Jack Teixeira, de 21 anos, "perpetrou uma das violações mais significativas e consequentes da Lei de Espionagem na história americana", depois de o lusodescendente ter alegadamente divulgado informação classificada sobre a guerra na Ucrânia

Os procuradores vão pedir que Jack Teixeira, membro da Guarda Nacional Aérea do Massachusetts que se declarou culpado de divulgação indevida de informação classificada sobre a guerra na Ucrânia, cumpra quase 17 anos de prisão.

Teixeira, lusodescendente de 21 anos, admitiu ter recolhido ilegalmente alguns dos segredos mais sensíveis dos Estados Unidos e partilhado na rede social Discord.

Num memorando de sentença apresentado na terça-feira, os procuradores disseram que Jack Teixeira "perpetrou uma das violações mais significativas e consequentes da Lei de Espionagem na história americana", noticiou na quarta-feira a agência Associated Press (AP).

"Como membro das Forças Armadas dos Estados Unidos e titular de uma autorização, o arguido prestou juramento de defender os Estados Unidos e de proteger os seus segredos - segredos que são vitais para a segurança nacional dos EUA e para a segurança física dos americanos que servem no estrangeiro", frisaram os procuradores.

"Teixeira violou o seu juramento, quase todos os dias, durante mais de um ano", acrescentaram.

Os advogados de Teixeira vão defender que a juíza distrital dos EUA, Indira Talwani, deve condenar o lusodescendente a 11 anos de prisão.

No memorando de sentença, reconheceram que o seu cliente "tomou uma decisão terrível que repetiu durante 14 meses".

"É um crime que merece consequências graves. O Jack aceitou totalmente a responsabilidade pela ilicitude das suas ações e está pronto para aceitar qualquer punição que deva ser imposta agora", frisaram.

A sentença deve ser conhecida em 12 de novembro.

Teixeira, que fazia parte da 102.ª Ala de Informações da Base Aérea da Guarda Nacional de Otis, em Massachusetts, trabalhou como especialista em sistemas de transporte cibernético, essencialmente um especialista em tecnologia da informação responsável pelas redes de comunicações militares.

Foi detido há mais de um ano, na maior fuga de segurança nacional dos últimos anos, e declarou-se culpado em 04 de março de seis acusações de retenção e transmissão intencional de informações de defesa nacional, ao abrigo de um acordo com os procuradores que exige que cumpra pelo menos 11 anos de prisão.

Está programado para ser sentenciado nesse processo em setembro.

As autoridades envolvidas no processo criminal disseram que Teixeira começou por digitalizar os documentos confidenciais a que acedeu e depois começou a partilhar fotografias de ficheiros que continham as marcações 'SECRET' e 'TOP SECRET'.

A fuga expôs ao mundo avaliações secretas da guerra da Rússia na Ucrânia, incluindo informações sobre movimentos de tropas na Ucrânia e o fornecimento de equipamento às tropas ucranianas.

Teixeira admitiu ainda ter publicado informações sobre os planos de um adversário dos EUA para prejudicar as forças norte-americanas que servem no estrangeiro.

A impressionante violação de segurança levantou o alarme sobre a capacidade dos EUA de proteger os seus segredos mais bem guardados e forçou a administração do presidente Joe Biden a lutar para tentar conter as consequências diplomáticas e militares.

As fugas de informação fizeram estremecer o Pentágono, que reforçou os controlos para salvaguardar informações confidenciais e disciplinou os membros que apurou terem falhado intencionalmente em tomar as medidas necessárias relativamente ao comportamento suspeito de Teixeira.

Fonte: Expresso, 31 de outubro de 2024

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