Aos 100 anos, ex-guarda de campo de concentração nazi pode ser julgado
Johnny Oro
(1966) - Mark Damon, Pippo Starnazza
O
homem, antigo funcionário do campo de concentração nazi de Sachsenhausen, está
a ser acusado de “ter apoiado, como membro das equipas das guardas SS, o
assassínio cruel de milhares de pessoas”
As autoridades alemãs estão a pressionar para que aos 100
anos, um ex-guarda das SS do campo de concentração nazi de Sachsenhausen seja
julgado quase 80 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Segundo a imprensa alemã, o acusado é Gregor Formanek, um
antigo guarda das SS, uma organização paramilitar ligada ao Partido Nazi, em
Sachsenhausen, a norte de Berlim.
Formanek está acusado desde o verão do ano passado de
cumplicidade na morte de mais 3300 de prisioneiros, entre 1943 e 1945, durante
a Segunda Guerra Mundial.
A acusação
acusa o homem, um jovem adulto na altura dos acontecimentos, de “ter
apoiado, como membro das equipas das guardas SS, o assassínio cruel e pérfido
de milhares de pessoas”.
Em 2022, uma primeira análise considerava o suspeito “parcialmente apto para ir julgamento”,
foi desmentida por uma segunda, este ano, que o declarou inapto.
Em maio, o tribunal de Hanau recusou-se, portanto, a levar
este caso a julgamento com base nos conhecimentos mais recentes.
Entre 1936 e 1945, o campo de Sachsenhausen viu cerca de 200
mil prisioneiros, principalmente opositores políticos, judeus e homossexuais.
Dezenas de milhares morreram, vítimas principalmente de exaustão devido ao
trabalho forçado e às condições prisionais precárias.
Demjanjuk abriu precedente
Na Alemanha, nos últimos anos vários julgamentos a
ex-funcionários do campo nazi aconteceram desde a condenação, em 2011, do
antigo guarda do campo de extermínio de Sobibor, John Demjanjuk, que abriu um
precedente.
Dada a elevada idade dos arguidos, alguns dos julgamentos não se
realizaram por motivos de saúde ou, quando ocorreram, os condenados
morreram antes de serem presos, como o caso de Demjanjuk.
Josef Schütz, um antigo guarda de um campo de concentração
foi condenado em junho de 2022 a cinco anos de prisão, tendo morrido menos de
um ano depois, aos 102 anos.
Fonte: SIC Notícias, 3 de dezembro de 2024
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