Crítico de Trump compara novo nome para o FBI a braço direito de Estaline
John
Bolton, antigo conselheiro da segurança nacional de Donald Trump, apontou que o
Senado deveria rejeitar o nome de Kash Patel para novo diretor do FBI. O nome
de Patel, antigo conselheiro de segurança nacional, foi proposto no sábado à
noite por Donald Trump
A maré de mudança que está a abanar os Estados Unidos este
fim de semana trouxe mais uma 'rebentação' - a escolha de Donald Trump,
presidente-eleito, para o novo diretor do FBI.
Na sua rede social, Donald Trump propôs Kash Patel para o
cargo da agência de investigação, uma nomeação que está em linha com a visão de
Trump de que as agências
governamentais exigem uma transformação radical, depois de anos a
ser alvo de investigações federais que acompanharam a sua primeira
administração e que mais tarde levaram à sua acusação.
Mas esta escolha promete ir 'na onda' de choque que está a
assolar o país, com algumas críticas já em cima da mesa, nomeadamente, por
parte de John Bolton,
ex-conselheiro de segurança de Trump, que se tornou um crítico do republicano.
"Trump
nomeou Kash Patel para ser o seu Lavrenty Beria. Felizmente, o FBI não é o NKVD
[Comissariado do Povo de Assuntos Internos ou Ministério do Interior da União
Soviética, em português]", afirmou Bolton à CNN, numa referência ao chefe
da polícia secreta do ditador soviético Joseph Estaline. "O Senado deveria
rejeitar esta nomeação por 100-0", apontou.
Note-se que Lavrenty Beria foi um político soviético e um
dos chefes da polícia de Estaline com maior tempo de serviço e influência no
regime. Esteve ainda envolvido nos projetos da bomba atómica soviética, e era
um homem temido, para além de ser o braço direito do ditador.
Aquando o anúncio da nomeação Trump escreveu que Patel se posicionou como um
"defensor da verdade, da responsabilidade e da Constituição".
Ainda não está claro se Patel poderá ser confirmado, mesmo
por um Senado liderado pelos republicanos, embora Trump também tenha levantado
a perspetiva de usar o 'recess appointment' - ato em que o presidente nomeia
alguém para um cargo público quando o Senado está em recesso, ou seja, em
suspensão das suas atividades - para fazer valer as suas escolhas.
Filho de
imigrantes indianos, Patel ocupou vários cargos de alto nível
durante o primeiro mandato de Trump, incluindo o de conselheiro de segurança
nacional e o de chefe de gabinete do secretário da Defesa em exercício.
Patel
já falou que é preciso fazer uma "limpeza na casa", em relação a
funcionários que considera terem sido desleais com Donald Trump, referiu-se
também aos jornalistas como traidores.
Fonte: Notícias ao Minuto, 1 de dezembro de 2024
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