Que país europeu tem o maior e mais forte exército?
Perry Mason
(1957-1966) – Barbara Hale, Raymond Burr, William Hopper, Brandy Bryan
A Europa é um continente marcado por décadas de alianças
militares, estratégias de defesa partilhadas e velhas rivalidades. Neste
contexto, pode colocar-se uma questão fundamental: que país tem atualmente as
forças armadas mais fortes do continente? Embora existam vários fatores a
considerar, há um nome que permanece no topo da
lista: a Rússia.
De acordo com o Global Firepower Index 2025, o país
euro-asiático mantém a posição militar de liderança na Europa (no mundo, os EUA lideram), com uma pontuação
PowerIndex de 0,0788 (onde um valor mais próximo de zero indica maior poder
militar). Este índice avalia mais de 60 fatores que vão desde a dimensão das
forças ativas ao acesso a tecnologia de ponta, recursos naturais e logística.
Apesar das pressões
internacionais e do peso das sanções, a Rússia, o país mais populoso
do continente (com mais de 140 milhões de habitantes) continua a ser uma força
difícil de igualar na cena militar europeia. O seu arsenal, ainda colossal da
era soviética, é combinado com uma doutrina estratégica que não se tem poupado
a demonstrações de força, especialmente desde o início do conflito na Ucrânia.
Com mais de um milhão de soldados no ativo (1 320 000)
e uma reserva de dois milhões, além de milhares de tanques, aviões de combate e
um sistema de defesa aérea robusto, a Rússia ultrapassa confortavelmente os
seus vizinhos.
Segundo lugar: Reino Unido
A seguir, embora a uma
distância considerável, está o Reino Unido. De acordo com o Statista
e com os dados do Global Firepower 2025, o Reino Unido (com cerca de 68,5
milhões de habitantes) é o segundo país militarmente mais poderoso da Europa. A
sua pontuação PowerIndex é de 0,1785, sustentada por uma força profissional
altamente treinada, tecnologia de ponta e uma projeção global graças à sua
capacidade naval e à sua presença em múltiplas bases no estrangeiro. Apesar de
ter apenas cerca de 185 000 efetivos no ativo (e 924 mil na reserva), o Reino
Unido compensa a diferença com qualidade, prontidão e tecnologia nuclear.
Segue-se a França com uma pontuação PowerIndex de 0,1878, e 200 000
soldados efetivos no ativo e 26 mil na reserva. O país de mais de 68,3 milhões
habitantes subiu no ranking, destacando-se pelo seu arsenal nuclear, pela sua
capacidade de dissuasão e pela sua presença em múltiplas frentes de conflito em
África e no Médio Oriente.
Em quarto lugar está a
Turquia (com uma população
estimada em 84 119 531), uma nação que, apesar de ser frequentemente
debatida em termos de adesão à Europa, entra nos cálculos devido ao seu peso
geoestratégico e militar na região. Com uma força militar ativa de 355 200
soldados, uma enorme frota de blindados e uma indústria de armamento em
crescimento, a Turquia é um ator que nenhuma potência europeia pode ignorar. A
sua pontuação no PowerIndex é de 0,1902, o que evidencia a sua autonomia de
produção e a sua influência crescente nos conflitos regionais.
A Itália, com os
seus 60 964 931 habitantes, por seu lado, ocupa o quinto lugar nesta
hierarquia bélica. O seu exército profissional e bem equipado, com cerca de 170
000 homens (mais 18 500 na reserva), uma frota naval forte e um sistema de
defesa aérea moderno, posiciona-o como um ator importante na NATO. O seu índice
de 0,2164 coloca-o ainda entre as potências militares do continente, embora com
menos peso estratégico do que os seus antecessores.
Outras medidas do poder militar
Para além dos números, o poder militar de uma nação também se mede pela sua capacidade de responder às
ameaças modernas: ciberataques, guerra híbrida, inteligência
artificial aplicada aos conflitos e projeção global das suas forças armadas.
Ao mesmo tempo, a Alemanha,
que tradicionalmente tem mantido uma postura militar cautelosa desde a Segunda
Guerra Mundial, iniciou nos últimos anos uma importante transformação da sua
política de defesa. Berlim anunciou um investimento histórico de 100 mil
milhões de euros na modernização militar após a invasão russa da Ucrânia em
2022, que começou a refletir-se na renovação da sua frota aérea, nos sistemas
de defesa e na interoperabilidade com a NATO.
No entanto, nenhuma classificação militar pode ser desligada
do contexto político e de aliança. A adesão à NATO – onde países como a Polónia, a Grécia e a Espanha também desempenham papéis fundamentais – altera a
equação pura das forças nacionais. A aliança continua a ser o verdadeiro escudo
da Europa Ocidental contra ameaças externas.
Fonte: National Geographic, 3 de abril de 2025
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