Governo britânico anuncia medidas para setor automóvel afetado por tarifas dos EUA
Perry Mason
(1957-1966) – John Bryant, Marion Ross
O governo britânico anunciou hoje uma série de medidas para
ajudar a indústria automóvel que foi afetada pelo aumento de tarifas aduaneiras
para os Estados Unidos, admitindo que estes são "tempos difíceis".
"Tarifas de 25% sobre as
exportações de automóveis e de 10% sobre todos os outros bens são um enorme
desafio para o nosso futuro e as consequências económicas mundiais podem ser
profundas", afirmou, durante um discurso esta tarde numa fábrica da Jaguar Land Rover
(JLR) em Solihull, no centro de Inglaterra.
Além de permitir a venda de automóveis híbridos até 2035,
mais cinco anos do que os automóveis com motores de combustão (gasolina e
gasóleo), reduziu as multas para construtores que não cumpram as metas para
comercialização de veículos elétricos.
Marcas especializadas, como a McLaren
e a Aston Martin, também vão ser autorizadas a produzir um número reduzido de
automóveis com motores de combustão depois de 2030.
Os EUA representam cerca de 10% do total das exportações britânicas no
setor automóvel, pelo que as tarifas representam um risco para a
indústria que movimenta 19 mil milhões de libras (22,2 mil milhões de euros) e
emprega 152 mil pessoas no país.
No sábado, a Jaguar Land Rover anunciou a suspensão das
entregas nos EUA durante abril enquanto analisa o impacto das tarifas
anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
O plano revelado hoje pelo governo foi elogiado pelos
construtores de automóveis, mas criticado por organizações ambientalistas, que
receiam que atrase a transição energética necessária para combater as
alterações climáticas.
O governo britânico está há várias semanas a negociar
intensamente com Washington na tentativa de chegar a um acordo que possa anular
a totalidade ou parte destas taxas.
"Só vamos fechar um
acordo se for do nosso interesse nacional", vincou hoje
Starmer, que disse estar a trabalhar com os outros países para "reduzir as
barreiras ao comércio em todo o mundo e acelerar acordos".
Entre o final da semana passada e durante o fim-de-semana,
Keir Starmer falou com líderes da Austrália, Itália, França, Alemanha, Canadá e
da União Europeia.
Fonte: Lusa, 7 de abril de 2025
Comentários
Enviar um comentário