Trump já sabe o que quer da Europa para negociar tarifas. "Muito dinheiro" e até reparações
Perry Mason (1957-1966) – Jean Willes
O presidente norte-americano, Donald Trump, reforçou este
domingo as críticas à União Europeia (UE), acusando-a de tratar os Estados
Unidos da América (EUA) “muito mal” em termos comerciais.
Durante uma conversa com jornalistas a bordo do Air Force
One, Trump afirmou que o desequilíbrio nas trocas comerciais entre os dois
blocos tem prejudicado os EUA, levando-o a sugerir
“Ficamos com os carros deles
- Mercedes, Volkswagen, BMW… milhares e milhares de carros. Eles ficam com zero
carros americanos em retorno”, afirmou Trump.
Na sua última declaração, Trump acusou
ainda a Europa de não comprar produtos agrícolas norte-americanos, argumentando que os EUA têm
sido “explorados” por práticas comerciais desleais por parte da UE. O
presidente norte-americano afirmou ainda que, caso a União Europeia queira negociar
um acordo, terá de pagar um "preço elevado" e ceder em termos
financeiros para corrigir o
que considera ser um histórico de desequilíbrio económico.
A partir de quarta-feira, a União Europeia deverá ser
impactada por uma tarifa adicional de 10%, a qual se junta à de 10% em vigor
desde sábado, sobre vários produtos exportados para os EUA. A União Europeia
tem pressionado por um acordo comercial mais equilibrado, mas Trump mantém-se
inflexível e deixa claro que vai impor condições.
“Não há conversa a menos que nos paguem muito dinheiro por
ano - não apenas pelo presente, mas também pelo passado. Tiraram muita da nossa
riqueza e não vamos permitir que isso continue", declarou o
presidente norte-americano.
Trump comparou as tarifas que aplicou sobre vários países a
um remédio, acreditando que os EUA vão sair "muito mais fortes" em
termos económicos.
"O nosso país ficou muito
mais forte. E acabará por ser um país como nenhum outro. Será o país economicamente mais
dominante do mundo", garantiu.
As bolsas internacionais abriram esta segunda-feira em forte
queda depois do colapso no final da semana passada em Wall Street, na sequência
do anúncio do presidente dos EUA de impor novas tarifas aduaneiras. Apesar do
pânico nos mercados e das críticas internacionais, Trump permanece confiante na
sua estratégia protecionista. Na sua rede Truth Social, o presidente garantiu
que “as tarifas são uma coisa bonita de se ver”
e incentivou os norte-americanos a manterem a calma.
“Falei com muitos líderes
europeus e asiáticos. Querem um acordo, mas eu disse: 'Não vamos continuar a
ter défices com os vossos países'. Venceremos. Aguentem firme, não vai ser fácil",
escreveu.
Enquanto isso, líderes europeus preparam-se para responder
com contramedidas económicas. Em Bruxelas, cresce a pressão para defender os
interesses da indústria europeia e evitar um colapso económico mais amplo. Os
ministros da União Europeia reúnem-se na manhã desta segunda-feira no
Luxemburgo para analisar a resposta do bloco comunitário às tarifas aduaneiras
anunciadas pelos EUA. Os ministros dos
27 Estados-membros vão analisar a resposta às tarifas impostas pelos EUA de 20%
a todos os produtos da União Europeia.
Fonte: CNN Portugal, 7 de abril de 2025
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