Presidente francês inicia visita a Portugal para assinar acordos bilaterais

 

Mademoiselle Holmes - Lola Dewaere

A visita de Emmanuel Macron, a convite do chefe de Estado português, é a primeira de Estado de um Presidente francês a Portugal em 26 anos. A última aconteceu em 1999 com Jacques Chirac

O presidente francês, Emmanuel Macron, estará esta quinta-feira em Lisboa e sexta-feira no Porto para assinar um conjunto de acordos bilaterais políticos, económicos e culturais entre Portugal e França, bem como para encontros institucionais.

Além do aprofundamento das relações humanas, económicas e culturais entre a França e Portugal, em destaque está a assinatura de um acordo de amizade e cooperação entre a França e Portugal.

Esta quinta-feira, em Lisboa, Macron homenageará o poeta português Luís de Camões e, seguidamente, encontrar-se-á com o homólogo Marcelo Rebelo de Sousa, e com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, com quem abordará questões relacionadas com a Europa em termos de segurança e defesa, bem como o acelerar da competitividade e investimento.

Já na Assembleia da República, não haverá um discurso do chefe de Estado francês como anteriormente previsto, mas sim uma sessão solene e troca de impressões com o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e os vários presidentes dos grupos parlamentares portugueses.

Depois, no veleiro Santa Maria Manuela, acostado no Cais do Adamastor [por causa da chuva, esta etapa será navegada no Centro Cultural de Belém], as autoridades portuguesas transferem para Macron os poderes para a realização da terceira edição da Conferência da ONU sobre o Oceano (a segunda ocorreu em Lisboa em 2022), que decorrerá entre 9 e 13 de junho deste ano em Nice (sul de França).

Mais tarde, acontecerá um diálogo entre Macron e o presidente da Câmara de Lisboa e antigo comissário europeu para a Investigação e Inovação, Carlos Moedas, no Beato Innovation District, um dos maiores centros de inovação e empreendedorismo da Europa, com a participação de atores franco-portugueses da tecnologia e da Inteligência Artificial (IA), como a Station F (centro de startups francês), na sequência da Cimeira de Ação sobre IA em Paris no início do mês.

Deslocação ao Porto no 2.º dia

No segundo dia, na deslocação do chefe de Estado francês ao Porto para se encontrar com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, deverá ser assinada cerca de uma dúzia de acordos bilaterais, incluindo "um acordo de amizade, um acordo de cooperação franco-portuguesa e uma carta de intenções no domínio do armamento”.

Também serão assinados acordos de cooperação cultural, científica e técnica, polícia, coprodução cinematográfica, em particular com o Centre National de la Cinématographie, e um plano de ação a favor do ensino superior, da ciência e da inovação.

Macron participa também num fórum de negócios franco-português no Porto com Marcelo e Montenegro, com foco na cooperação económica e de investimento de França a Portugal, e os laços entre os dois países, bem como questões relativas a inovação, defesa e preservação da soberania na Europa.

A visita de Macron, a convite do presidente português, é a primeira de Estado de um presidente francês a Portugal em 26 anos. A última aconteceu em 1999 com Jacques Chirac.

No entanto, Macron já tinha sido convidado para a celebração dos 50 anos do 25 de abril, em que acabou por dirigir uma palavra aos portugueses, com quem a França partilha uma relação histórica.

Em junho de 2022, Macron esteve em Portugal para participar na Conferência dos Oceanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Lisboa, já Marcelo Rebelo de Sousa esteve pela última vez em França em junho do ano passado, para assistir à cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris.

Fonte: SIC Notícias, 27 de fevereiro de 2025

Sem cinema que valha a pena uma deslocação ao serviço de streaming, sem música que valha um tusto mesmo em segunda mão, sem livros ou autores com algum interesse, a cultura francesa não tem nada para oferecer. Nem em África a querem. Graças aos tempos muito modernos, matar é cultura.   

Portugal compra canhões Caesar encomendados pela França à empresa KNDS

O material de artilharia que o governo português comprou, na semana passada, à França e que o LusoJornal anunciou no passado dia 26 de outubro, vai ser constituído por Canhões Caesar, cujo nome deriva de “CAmion Equipé d’un Système d’Artillerie” e que explica claramente de que se trata: um canhão autopropulsado, fabricado pela empresa KNDS France.

O acordo de compra foi assinado na Guarda, na semana passada, numa cerimónia presidida pelo ministro português da Defesa, Nuno Melo, e a embaixada de França em Lisboa fala de “uma nova etapa na cooperação entre os nossos dois países em matéria de armamento”.

Trata-se de uma parceria que abrange também a Croácia e a Estónia, que permite reforçar as capacidades destes países no domínio da artilharia. “Esta assinatura ilustra a vontade dos países europeus parceiros de responder conjuntamente aos desafios de segurança aos quais faz face a União Europeia” diz a nota da embaixada de França em Portugal.

Este mecanismo de aquisição comum, inscreve-se no quadro da aquisição conjunta de capacidades de defesa, elegível aos financiamentos da União Europeia, no quadro do programa EDIRPA – European defence Industry Reinforcement through common Procurement Act).

Na prática, a compra vai ser feira pela Direction générale de l’armement (DGA), francesa, junto da sociedade industrial KNDS France, para responder às necessidades portuguesas, croatas, estónias e francesas, mas a embaixada francesa em Portugal garante que outros países já manifestaram interesse em se juntar a esta cooperação.

O Chefe de Estado Maior do Exército adiantou que os equipamentos chegarão todos até 2034 e que “vamos reduzir muito em duas coisas. Primeiro na quantidade de pessoas que operam, porque estes sistemas já são digitalizados, portanto, não necessitam tantos homens, são automáticos, portanto, as guarnições vão reduzir sensivelmente para metade do que temos neste momento”.

Com cerca de 4000 empregados, a KNDS France é uma empresa de referência em matéria de armamento de defesa, dos sistemas de combate terrestre à artilharia, passando pelo fabrico de munições, armas e robótica. A KNDS nasce em 2015 da fusão de duas empresas também de referência: a Nexter que fabricava os Leclerc e a Krauss Maffei Wegmann (KMW) que fabricava os Léopard, tornando-se assim a empresa líder europeia no domínio da defesa terrestre, com um volume de negócios que ultrapassa os 2,4 mil milhões de euros e com uma lista de encomendas de 10,6 mil milhões de euros.

Fonte: Lusojornal, 1 de novembro de 2024

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