Israel rejeita retirar-se da Faixa de Gaza em caso de cessar-fogo

Perry Mason (1957-1966) – Leslie Parrish

Israel rejeitou hoje retirar-se de Gaza alegando que isso permitiria a reorganização do Hamas, dois dias depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado que Telavive aceitou um cessar-fogo de 60 dias.

“Retirar de Gaza e depois simplesmente permitir que o Hamas se reagrupe, se reconstrua e nos ataque novamente, como eles dizem que querem fazer, simplesmente não é uma opção”, afirmou o porta-voz do governo, David Mencer.

O porta-voz disse numa conferência de imprensa que o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 marcou um ponto de viragem na política de segurança do país.

"Não permitiremos que uma organização terrorista jihadista que, em todas as oportunidades, manifesta a intenção de nos destruir e trabalha ativamente para o fazer, se instale a poucos metros das nossas casas”, acrescentou, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.

As declarações de Mencer surgem depois de Trump ter anunciado na terça-feira que Israel tinha aceitado uma proposta de cessar-fogo de 60 dias em Gaza e manifestado a esperança de que o Hamas também concordasse com o acordo.

A proposta de tréguas surge dias antes de Trump receber na Casa Branca (presidência) o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na próxima semana, numa visita em que deverão debater o conflito em Gaza.

Uma trégua de 60 dias é o princípio básico da proposta apresentada há meses pelo enviado da Casa Branca para o Médio Oriente, Steve Witkoff.

Israel apoiou a proposta desde o início, mas o Hamas rejeitou-a em ocasiões anteriores por não prever uma retirada israelita do território ou o fim da ofensiva.

O Hamas afirmou na quarta-feira que defende um acordo de tréguas que inclua o fim da ofensiva israelita contra o enclave, a retirada das tropas de Israel e o fornecimento de ajuda aos habitantes de Gaza.

Fonte: Lusa, 3 de julho de 2025

Israel é um parceiro confiável para cumprir acordos. Acordos com as construtoras americanas para a construção da Riviera, não com o Hamas ou de defesa da vida dos reféns. No início do ano, no cessar-fogo, sabia-se que Israel nunca passaria à segunda fase e que o objetivo sempre foi a Riviera.

Cessar-fogo em Gaza: os termos do acordo entre Israel e o Hamas

A agência de notícias Reuters teve acesso a uma fonte que conhece o documento final que saiu de vários meses de negociações. Há mais de um ano que palestinianos afetados por fome, doença e destruição esperavam este acordo, tal como as dezenas de famílias que ainda aguardam os que foram levados pelo Hamas no massacre de 7 de outubro

O cessar-fogo em Gaza está a ser tomado pela comunidade internacional como uma certeza, apesar de faltar ainda a confirmação oficial por parte do parlamento de Israel. Até agora, estes são os detalhes conhecidos, revelados à Reuters por um elemento envolvido nas negociações.

Numa primeira fase, que terá a duração de seis semanas, as forças de Israel vão começar a retirar-se das zonas habitadas da Faixa de Gaza e será permitido o regresso dos palestinianos deslocados ao norte de Gaza. Ainda nesta fase, está prevista a entrada de 600 camiões de ajuda humanitária por dia de cessar-fogo, 50 dos quais com combustível, sendo 300 camiões destinados ao norte da Faixa de Gaza.

O Hamas libertará 33 reféns israelitas, incluindo todas as mulheres (soldados e civis), crianças e homens com mais de 50 anos. O Hamas libertará os reféns ao longo de um período de seis semanas, sendo libertados pelo menos três reféns por semana. As mulheres e os menores de 19 anos terão prioridade, seguidos dos homens com mais de 50 anos.

Durante estas semanas, serão libertados 30 presos palestinianos por cada refém civil e 50 por cada soldado israelita que o Hamas libertar. O acordo diz que Israel vai libertar todas as mulheres e crianças palestinianas com menos de 19 anos detidas desde 7 de outubro de 2023 até ao final da primeira fase. O número total de palestinianos libertados dependerá dos reféns libertados e poderá situar-se entre 990 e 1650 detidos palestinianos, incluindo homens, mulheres e crianças. A reconstrução é também uma prioridade, e ela deve começar por se focar em hospitais, centros de saúde e padarias.

As negociações relativas a uma segunda fase do acordo terão início no 16.º dia da primeira fase e deverão incluir a libertação de todos os restantes reféns, incluindo os soldados israelitas do sexo masculino, um cessar-fogo permanente e a retirada total dos soldados israelitas. Mesmo que não haja acordo, o cessar-fogo deve manter-se, segundo confirmaram várias fontes envolvidas nas negociações.

A aplicação do acordo será garantida pelo Catar, Egito e Estados Unidos.

Fonte: Expresso, 15 de janeiro de 2025

Gaza. Israel suspende acordo de cessar-fogo com o Hamas

Israel suspendeu o processo de cessar-fogo com o Hamas e anunciou um corte da entrada de ajuda humanitária em Gaza. A decisão do governo de Netanyahu surge depois de ter denunciado a recusa do Hamas em aceitar os termos dos EUA para prolongar a primeira fase do cessar-fogo, que expirou no sábado. O movimento palestiniano acusa Israel de estar a fazer “chantagem mesquinha” e denunciou a suspensão da entrada de ajuda no enclave como um “crime de guerra”.

Israel anunciou este domingo que o processo de cessar-fogo com o Hamas, que devia entrar numa segunda fase, fica suspenso até serem libertados todos os reféns israelitas detidos pelo movimento palestiniano.

Ao mesmo tempo, as autoridades israelitas decidiram travar a entrada de ajuda humanitária em Gaza e ameaçaram ainda com outras consequências, caso persista o desacordo em relação à trégua.

“Após o fim da primeira fase do acordo de reféns, e à luz da recusa do Hamas em aceitar o 'esquema Witkoff' para continuar as negociações com as quais Israel concordou, o primeiro-ministro Netanyahu decidiu que, a partir desta manhã, todo o fluxo de bens e mantimentos para a Faixa de Gaza cessará”, anunciou o gabinete de Benjamin Netanyahu, referindo-se à proposta do enviado especial dos Estados Unidos (EUA), Steve Witkoff.

O gabinete de Benjamin Netanyahu disse anteriormente que tinha adotado uma proposta do enviado do presidente dos EUA, Steve Witkoff, para um cessar-fogo temporário em Gaza durante os períodos do Ramadão e da Páscoa, horas após a primeira fase do cessar-fogo previamente acordado ter expirado.

Se acordado, a trégua interromperia os combates até ao fim do período de jejum do Ramadão, por volta de 31 de março, e do feriado da Páscoa judaica, por volta de 20 de abril. A trégua previa que o Hamas libertasse metade dos reféns vivos e mortos no primeiro dia, com os restantes a serem libertados no final.

No entanto, Netanyahu acusou o Hamas de ignorar esta proposta alternativa apresentada pelos EUA.

Hamas acusa Israel de “crime de guerra” e "chantagem mesquinha"

O Hamas exigiu a implementação da segunda fase de cessar-fogo e rejeitou a ideia de uma extensão temporária da trégua de 42 dias.

"A recente declaração do gabinete de Netanyahu confirma claramente que o ocupante continua a fugir aos acordos que assinou", disse o líder do Hamas.

"A única forma de alcançar a estabilidade na região e o regresso dos prisioneiros é concluir a implementação do acordo (...) começando pela implementação da segunda fase", disse Mahmoud Mardaoui. "É nisso que insistimos e não vamos recuar", acrescentou o dirigente, num comunicado.

O movimento palestiniano protestou contra os termos do enviado dos EUA, argumentando que não passam de uma tática de abrandamento para manter a presença de Israel na Faixa de Gaza e de um “regresso às posições iniciais”.

O porta-voz do Hamas apontou também que as negociações sobre a segunda fase estão completamente congeladas, em parte porque o Hamas não tem qualquer intenção de abdicar do seu controlo político ou de segurança no enclave palestiniano, como Israel exige.

O movimento palestiniano acusa ainda Israel de estar a fazer “chantagem mesquinha” com este corte da ajuda humanitária que classifica como um “crime de guerra”.

"A decisão de Netanyahu de suspender a ajuda humanitária é uma chantagem mesquinha, um crime de guerra e uma violação flagrante do acordo" de tréguas, disse o movimento islamita palestiniano, apelando aos "mediadores da comunidade internacional para que pressionem" Israel a recuar nesta decisão.

Adensa-se, assim, o impasse em torno do cessar-fogo em Gaza. A primeira fase da trégua entre terminou no sábado, sem um acordo sobre uma segunda fase, que deveria levar ao fim definitivo da guerra e à libertação de todos os reféns.

Fontes egípcias disseram na sexta-feira que a delegação israelita no Cairo tentou prolongar a primeira fase por 42 dias, enquanto o Hamas queria passar à segunda fase do acordo de cessar-fogo.

Na primeira fase do cessar-fogo, o Hamas entregou 33 reféns israelitas, bem como cinco tailandeses devolvidos numa libertação não programada, em troca de cerca de 2000 prisioneiros e detidos palestinianos nas prisões israelitas e da retirada das tropas israelitas de algumas das suas posições em Gaza.

De acordo com o acordo original, a segunda fase deveria marcar o início das negociações sobre a libertação dos restantes 59 reféns, a retirada total das tropas israelitas de Gaza e o fim definitivo da guerra.

No entanto, as negociações nunca começaram e Israel diz que todos os seus reféns devem ser devolvidos para que os combates cessem.

Fonte: RTP, 2 de março de 2025

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