Israelita Gal Gadot atribui fracasso de Branca de Neve à causa palestiniana

Gal Gadot, que deu vida à personagem da Rainha Má na mais recente adaptação do clássico Branca de Neve queixa-se de "pressão de celebridades para se falar contra Israel", o que, teoriza, teria "afetado bastante" o desempenho do filme nos cinemas. A atriz israelita alegou ainda ter recebido ameaças de morte depois de a companheira de elenco, a atriz norte-americana Rachel Zegler, que representa a personagem principal, ter apoiado a Palestina na rede social X.

A mais recente versão do conto de fadas dos estúdios Disney, Branca de Neve, teve um desempenho que ficou muito longe do esperado. O live-action conta com Rachel Zegler como Branca de Neve e Gal Gadot como Rainha Má.

Em entrevista ao israelita Channel Keshet 12, Gadot, conhecida pelo papel de Mulher-Maravilha, revelou o que na sua opinião teria motivado o fracasso de bilheteria do filme produzido pelos estúdios da Disney.

A atriz apontou que a “pressão para que celebridades se manifestem contra Israel” acabou por “afetar bastante” o desempenho do filme e consequentemente nas bilheteiras.

“De qualquer forma, tenho que dizer que gostei muito de fazer esse filme”, afirmou a atriz que deu vida à Rainha Má, acrescentando: “Eu até gostei de trabalhar com a Rachel Zegler (Branca de Neve). Nós rimos, conversámos e foi divertido. Eu tinha certeza de que este filme seria um grande sucesso”.

Passado de Gadot e o boicote a Israel

Porém, o passado da atriz israelita começou a alimentar controvérsias à medida que os ataques de Israel a Gaza se intensificaram.

Gadot, que serviu dois anos nas Forças de Defesa de Israel e participou da guerra Israel-Líbano em 2006, diz que já enfrentou repercussões políticas na carreira. O Líbano chegou a banir o filme Mulher-Maravilha de 2017 justamente por causa do seu histórico militar.

Rachel Zegler, por outro lado, manifestou apoio à Palestina na rede social X, há cerca de um ano - "and always remember, free palestine" (lembrem-se sempre, Palestina Livre), algo que não foi bem recebido pelo produtor Marc Platt durante a divulgação de Branca de Neve.

A atriz israelita, ao comentar a influência dos conflitos no desempenho do filme, observou que “depois do 7 de outubro de 2023, o que acontece em vários setores, inclusive em Hollywood, é que há muita pressão para que celebridades falem contra Israel”.

“Eu posso explicar e dar contexto sobre a realidade em Hollywood, mas lá no fundo as pessoas decidem por si próprias. Fiquei desapontada porque o filme foi muito afetado por isso e não correu bem na bilheteria".

Fora das telas, os protestos também têm acompanhado Gadot.

A atriz israelita alega que começou a receber ameaças de morte e, entretanto, a cerimónia da colocação da estrela no Passeio da Fama, em Hollywood, foi adiada. Deveria ter decorrido em março. Dois meses depois, cinco pessoas foram detidas em Londres durante protestos contra as filmagens de The Runner, novo projeto da atriz.

Os estúdios Disney revelaram que tiveram um prejuízo estimado em 115 milhões de dólares com esta versão live-action de Branca de Neve. Entretanto o filme já está disponível no Disney plus.

Perigoso ser-se israelita conhecido no exterior

Durante a entrevista, relativamente às filhas “não serem realmente israelitas”, Gadot deixou claro que eram. A atriz acrescentou que estava a construir uma grande casa em Israel e que a família poderia voltar quando as suas filhas tivessem idade suficiente para servir no exército.

Gadot afirmou ainda que, apesar das frequentes sirenes de advertência em território israelita, se sente mais segura em Israel e acentua: “Atualmente, é muito mais complexo e perigoso ser-se um israelita conhecido no exterior”.

Fonte: RTP, 18 de agosto de 2025

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