Macron descreve Putin como um predador às portas da Europa
Les bidasses en vadrouille (1979)
O presidente
francês descreveu o líder russo, Vladimir Putin, como um predador às portas da
Europa que "precisa de continuar a comer" para sobreviver, numa
entrevista divulgada hoje.
Emmanuel Macron apelou aos europeus para que "não sejam
ingénuos" face à Rússia, que será "duradouramente uma potência
desestabilizadora", segundo a agência de notícias France-Presse
(AFP), que cita a entrevista ao canal informativo da rede TF1.
"Desde 2007-2008 [a intervenção russa na Geórgia], o presidente
Putin raramente cumpriu os compromissos. Tem sido constantemente uma potência
desestabilizadora. E tem procurado rever as fronteiras para expandir o
poder", afirmou Macron.
A entrevista foi realizada no rescaldo das conversações de
segunda-feira em Washington entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald
Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em que Macron participou juntamente
com outros líderes europeus e da NATO.
A reunião foi dedicada sobretudo à questão das garantias de
segurança para a Ucrânia após a guerra que a Rússia iniciou em fevereiro de
2022, quando invadiu o país vizinho.
Trump anunciou no final que ia preparar uma cimeira entre
Putin e Zelensky.
A reunião de Washington seguiu-se à cimeira entre Trump e
Putin, realizada na sexta-feira no Alasca.
Na entrevista ao canal LCI do grupo TF1, Macron disse
duvidar das intenções de paz do líder de um país que mobilizou um exército de
mais de 1,3 milhões de efetivos para a guerra e investe 40% do orçamento em
defesa.
Putin "não voltará a um estado de paz e a um sistema
democrático aberto da noite para o dia", afirmou.
"Portanto, mesmo que
seja apenas para a sua própria sobrevivência, ele [Putin] precisa de continuar
a alimentar-se. É isso mesmo. E, por isso, é um predador, é um ogre às nossas
portas", disse o Presidente francês.
"Não estou a dizer que amanhã a França será atacada,
mas é uma ameaça para os europeus (...). Não devemos ser ingénuos",
acrescentou.
Numa outra entrevista à emissora norte-americana NBC News,
Macron não escondeu que não partilhava o otimismo de Trump sobre a
possibilidade de se chegar a um acordo de paz com a Rússia.
"Quando olho para a situação e os factos, não vejo o presidente
Putin a desejar a paz agora, mas talvez eu seja muito pessimista",
afirmou, segundo a AFP.
Fonte: RTP, 19 de agosto de 2025
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