O tema das migrações tem estado a gerar discussões em Inglaterra. Agora Sunak quer discuti-lo com a Europa
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, vai aproveitar a
cimeira do Conselho da Europa esta semana em Reiquiavique, na Islândia, para tentar mobilizar outros
países europeus a combater de forma coordenada as migrações ilegais.
“É muito claro que o atual sistema internacional não está a
funcionar e que as nossas comunidades e as pessoas mais vulneráveis do mundo
estão a pagar o preço. Precisamos de fazer mais para cooperar para além das
fronteiras e das jurisdições para acabar com as migrações ilegais e parar os
barcos”, defendeu, citado num comunicado.
Em
concreto, Sunak vai defender a reforma do artigo 39.º do Regulamento, que
permite ao Tribunal indicar medidas provisórias, vinculativas ao Estado visado,
e propor que as medidas individuais de cada país sejam acompanhadas por um
sistema internacional de asilo.
Além de encontros com líderes de países vizinhos, o chefe de
Governo britânico vai reunir-se com a presidente do Tribunal Europeu dos
Direitos do Homem (TEDH), Síofra O’Leary, para discutir a proposta de lei
destinada a desencorajar a imigração ilegal para o Reino Unido.
Sunak assumiu como prioridade do Governo britânico travar a
chegada de migrantes e candidatos a asilo em embarcações que atravessam o Canal da Mancha,
que desde janeiro já totalizaram quase 6700, somando aos 45 756 de
2022.
Atualmente em análise na Câmara dos Lordes, a câmara alta do
parlamento britânico, a proposta de lei sobre a imigração ilegal, conhecida por
‘Stop the Boats Bill’, visa impedir que pessoas que chegam ao Reino Unido em pequenas
embarcações possam pedir asilo no país.
Em vez disso, o Governo pretende detê-los e deportá-los para
o país de origem ou para um país terceiro. A legislação também vai limitar a
capacidade do TEDH de impedir a deportação de candidatos a asilo, como fez no
caso do Ruanda no ano passado.
A proposta de lei é controversa e alvo de críticas,
nomeadamente do Arcebispo da Cantuária, Justin Welby, que na semana passada
declarou o texto “moralmente inaceitável e politicamente inviável”.
Fonte: Sapo 24, 15 de maio de 2023
Comentários
Enviar um comentário