Theodore Kaczynski – A sociedade industrial e o seu futuro

11. Quando alguém interpreta como depreciativo quase tudo o que se diz dele (ou a respeito de grupos com os quais se identifica), concluímos que tem sentimentos de inferioridade ou baixa autoestima. Esta tendência é evidente entre os defensores dos direitos das minorias, independente de pertencerem ou não à minoria cujos direitos defendem. São hipersensíveis diante das palavras usadas para designá-los. Os termos «negro», «oriental», «deficiente», «índia», para um africano, um asiático, uma pessoa impossibilitada, uma mulher indígena, não tinham uma conotação depreciativa. «Gaja» era simplesmente o equivalente feminino de tipo ou gajo. As conotações negativas foram agregadas a estes termos pelos próprios ativistas. Alguns defensores dos direitos dos animais foram tão longe ao ponto de recusar a palavra «mascote» e fazer questão da sua substituição por «animal de companhia».

Antropólogos esquerdistas exageram ao ponto de evitar falar qualquer coisa a respeito de pessoas primitivas que possa ser interpretado como negativo: querem substituir a palavra «primitivo» por «iletrado». Parecem quase paranoicos sobre qualquer coisa que lhes sugira que alguma cultura primitiva seja inferior à nossa. (Não queremos dizer que as culturas primitivas SÃO inferiores à nossa. Somente apontamos a hipersensibilidade destes antropólogos).

12. Aqueles que são mais sensíveis à terminologia «politicamente correta» não são os negros médios habitantes do gueto, imigrantes asiáticos, mulheres maltratadas ou pessoas deficientes, mas uma minoria de ativistas, muitos dos quais não pertencem a nenhum grupo «oprimido», mas que provêm de estratos sociais privilegiados. A correção política tem seus maiores entusiastas entre os professores universitários, os quais têm emprego seguro, salários confortáveis, e a maioria deles são varões brancos heterossexuais de famílias de classe média.

13. Muitos esquerdistas têm uma intensa identificação com os problemas de grupos que têm um estereótipo de débeis (mulheres), derrotados (índios americanos), repelentes (homossexuais), ou aparentemente inferiores. Nunca admitirão no seu foro íntimo que têm tais sentimentos, mas é precisamente por sua visão destes grupos como inferiores que se identificam com os seus problemas. (Não sugerimos que mulheres, índios, etc., SÃO inferiores; só estamos fazendo uma anotação sobre a psicologia esquerdista).

14. As feministas estão ansiosamente desesperadas por demonstrar que as mulheres são tão fortes e capazes quanto os homens. Elas estão claramente esmagadas pelo medo de que as mulheres possam NÃO ser tão fortes e capazes quanto os homens.

15. Os esquerdistas odeiam todo estereótipo do forte, bom e com êxito. Eles odeiam os Estados Unidos, odeiam a civilização ocidental, odeiam os varões brancos, odeiam a racionalidade. As razões que dão para odiar o ocidente, etc. claramente não coincidem com seus motivos reais. DIZEM que odeiam o ocidente porque é guerreiro, imperialista, sexista, etnocêntrico, mas quando as mesmas faltas aparecem em países socialistas ou culturas primitivas, encontram desculpas para eles ou, quando muito, admitem-no RESMUNGANDO, enquanto destacam (muitas vezes exagerando muito) estas faltas quando aparecem em civilizações ocidentais. Assim, está claro que estas faltas não são os motivos reais para odiar os Estados Unidos e o ocidente: odeiam os Estados Unidos e o ocidente porque são fortes e bem-sucedidos.

16. Palavras como «autoconfiança», «segurança», «iniciativa», «empreendimento», «otimismo», etc. jogam um papel muito pequeno no vocabulário liberal e esquerdista. O esquerdismo é anti-individualista, é procoletivista. Querem a sociedade para que ela resolva as necessidades de todo o mundo, por eles e para cuidar deles. Não é o tipo de gente que tem um sentido interior de confiança as suas próprias aptidões para resolver os seus próprios problemas e satisfazer as suas próprias necessidades. O esquerdista opõe-se ao conceito de competição porque, interiormente, sente-se perdedor.

17. As formas de arte que apelam aos intelectuais do esquerdismo moderno tendem a enfocar-se na sordidez, na derrota e no desespero ou, por outro lado, tomam um tom orgiástico, renunciando ao controle racional, como se não tivesse esperança de conseguir nada através do cálculo racional e tudo o que ficou de fora deve submergir na sensação do momento.

18. Os filósofos esquerdistas modernos tendem a recusar coisas como razão, ciência e realidade objetiva e fazem questão de que tudo é culturalmente relativo. É justo formular perguntas sérias sobre os fundamentos do saber científico, sobretudo quando o conceito de realidade objetiva pode ser definido. Mas é óbvio que estes filósofos não são simplesmente coerentes de cabeça fria que sistematicamente analisam os fundamentos do conhecimento. Estão profundamente envolvidos emocionalmente em seu ataque à verdade e à realidade. Atacam estes conceitos por suas necessidades psicológicas. Seu ataque é uma saída para a hostilidade, e ao ter êxito, satisfaz o impulso pelo poder. Mais importante, os esquerdistas odeiam a ciência e a racionalidade porque classificam certas crenças como verdadeiras (isto é, sucesso, superior) e outras crenças como falsas (isto é, fracasso, inferior). Os sentimentos esquerdistas de inferioridade estão tão profundamente arraigados que não podem tolerar nenhuma classificação de algo como bem-sucedido ou superior e outra coisa como fracassada ou inferior. Isto também sublinha a rejeição de muitos com relação à doença mental e a utilidade das provas de inteligência.

São antagonistas das explicações genéticas das habilidades ou condutas humanas porque estas explicações tendem a fazer aparecer algumas pessoas como superiores ou inferiores a outras. Preferem dar à sociedade o mérito ou a culpa para uma habilidade ou carência individual. Assim, se uma pessoa é «inferior» não é sua culpa, mas da sociedade, porque não foi educada corretamente.

19. O esquerdista não é a classe de pessoa cujos sentimentos de inferioridade fazem dela um bravo, um egoísta, um valentão, um promotor de si mesmo, um competidor cruel. Esta classe de pessoa não perdeu totalmente sua confiança. Tem um déficit em seu sentido de poder e em seu valor, mas ainda se pode conceber tendo a capacidade para ser forte, e seus esforços por fortalecer-se produzem seu comportamento desagradável. Alegamos que TODOS, ou quase todos, os fanfarrões e os competidores cruéis sofrem sentimentos de inferioridade. Mas o esquerdista vai bem além disso. Seus sentimentos de inferioridade estão tão arraigados que não pode conceber-se como um indivíduo forte e valioso. Daí o coletivismo do esquerdista: só pode sentir-se forte como membro de uma organização grande ou de um movimento de massas com o qual possa identificar-se.

20. Atendimento à tendência masoquista das táticas esquerdistas: protestam deitando-se na frente dos veículos, provocam intencionadamente a polícia ou aos racistas para que os maltratem, etc. Estas táticas com frequência podem ser efetivas, mas muitos as usam não como meios para um fim, mas porque PREFEREM táticas masoquistas. O ódio pelo ódio é característica esquerdista.

21. Podem reivindicar que seu ativismo é motivado pela compaixão ou por princípios morais, e os princípios morais exercem um papel nos esquerdistas do tipo sobressocializado, mas a compaixão e os princípios morais não podem ser os principais motivos para seu ativismo. A hostilidade é uma componente que salta aos olhos no comportamento esquerdista, do mesmo modo que o impulso pelo poder. Além disso, muitos dos comportamentos esquerdistas não são racionalmente calculados para servir de benefício àqueles a quem clamam estar tentando ajudar. Por exemplo, se alguém crê que ações afirmativas são boas para o povo negro, faz sentido demandar ações afirmativas em termos hostis ou dogmáticos? Obviamente, programar uma aproximação diplomática e conciliadora é mais produtivo do que fazer concessões verbais e simbólicas e implementar ações afirmativas que os discriminem. Mas os ativistas esquerdistas não tomarão tais atitudes porque não satisfar-lhes-ão suas necessidades emocionais. Ajudar negros não é sua verdadeira finalidade. Em vez disso, os problemas raciais servem-lhes como desculpa para expressar a sua própria hostilidade e frustração diante de sua necessidade de afirmação. Fazendo isto eles realmente provocam dano ao povo negro, porque a atitude hostil dos ativistas para com a maioria branca tende a intensificar o ódio racial.

(…)

216. Alguns esquerdistas se opõem à tecnologia apenas aparentemente, eles se opõem quando não têm acesso nem controlam a tecnologia do sistema. Na medida em que o esquerdismo domina a sociedade, o sistema tecnológico torna-se um instrumento nas mãos dos esquerdistas, eles não apenas o utilizam com entusiasmo como também promovem seu crescimento. Ao fazê-lo eles repetem um padrão visto no passado. Quando os bolcheviques na Rússia ainda estavam sem o poder nas mãos, eles se opunham energicamente à censura e à polícia secreta, eles defendiam a autodeterminação para as minorias étnicas, e assim por diante; mas logo que tomaram o poder, eles impuseram uma censura ainda mais rigorosa e criaram uma polícia secreta ainda mais cruel que a dos czares, e passaram a oprimir as minorias étnicas da mesma forma que os czares faziam. Nos Estados Unidos, décadas atrás, quando os esquerdistas eram minoria nas universidades, os professores esquerdistas eram vigorosos defensores da liberdade académica. Hoje, nas universidades onde os esquerdistas são maioria, já demonstram disposição de tolher a liberdade académica de vertentes que em sua visão se afasta daquilo que julgam ser o “politicamente correto”. O mesmo vai acontecer com os esquerdistas com relação à tecnologia: no momento em que esta cair sob seu controle ela será utilizada para oprimir outras pessoas.

217. Por repetidas vezes nas revoluções recentes, os esquerdistas sequiosos por poder são os primeiros a colaborar tanto com não-esquerdistas revolucionários como com esquerdistas de inclinação mais libertária, para depois traí-los e tomar o poder para si próprios. Robespierre fez isso na Revolução Francesa, os bolcheviques na Revolução Russa, os comunistas em Espanha em 1938, e Castro e seus seguidores em Cuba. Diante desse passado histórico do esquerdismo, seria absolutamente insensato aos não-esquerdistas revolucionários colaborar com esquerdistas hoje.

218. Diversos pensadores salientaram que esquerdismo é uma espécie de religião. Esquerdismo não é uma religião no sentido estrito, porque a doutrina esquerdista não postula a existência de qualquer ser sobrenatural. Mas para a esquerda, o esquerdismo psicológico desempenha um papel muito similar àquele que a religião desempenha para algumas pessoas. O esquerdista tem de acreditar em esquerdismo, facto que exerce um papel essencial em sua psique.

Suas crenças não são facilmente modificadas pela lógica ou pelos fatos. Ele tem uma profunda convicção de que o esquerdismo é moralmente Correto, com um capital histórico Correto, e que ele tem não apenas o direito, mas o dever moral de impor o esquerdismo a todas as pessoas. (No entanto, muitas das pessoas às quais estamos nos referindo como “esquerdistas” não se julgam esquerdistas e não descrevem seu sistema de crenças como esquerdismo. Usamos o termo “esquerdismo” porque desconhecemos outra palavra que melhor designe o espectro de crenças relacionadas a feminismo, direitos gay, politicamente correto, etc., e pelo facto destes movimentos terem uma forte afinidade com a antiga esquerda.).

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