Daniel Proença de Carvalho é o 38.º Mais Poderoso de 2017
Daniel Proença de Carvalho e esposa
Advogado de empresários e de políticos, jornalista,
administrador de empresas, agricultor, músico... Daniel
Proença de Carvalho é alguém a quem, com toda a legitimidade, podemos chamar o
homem dos sete instrumentos. Pese embora a notoriedade alcançada ao longo de
uma vida preenchida em termos profissionais, já afiançou, em entrevista ao
Negócios, que nunca se sentiu um poderoso. Só que os muitos
"instrumentos" que tocou na vida deram-lhe de facto poder.
Daniel Proença de Carvalho é um nome incontornável na
sociedade portuguesa. Advogado de empresários e de atores políticos, homem da
cultura, mas também dos negócios, o seu poder, que exerce discretamente,
resulta em muito dos cargos de topo que tem assumido e assume em alguns dos
mais importantes grupos empresariais do país.
Enquanto causídico, Proença de Carvalho estende a sua
intervenção às mais diversas áreas de prática profissional, litigiosa e
extralitigiosa, acompanhando todo o tipo de casos judiciais, mas também
intervindo em processos arbitrais.
Como é público e notório, o sócio-presidente da sociedade de
advogados Uría Menéndez - Proença de Carvalho (UM-PC) - o ramo português de uma
sociedade ibérica com vocação multinacional - conta igualmente com vasta
experiência nas áreas económica, comercial e de fusões e aquisições,
representando quer empresas nacionais quer estrangeiras.
Este ano, o advogado desce na lista dos Mais Poderosos, em
parte devido às suas ligações profissionais a Angola e ao menor peso que Luanda
tem, atualmente, na economia portuguesa, nomeadamente enquanto destino de
exportações. Além disso, é igualmente necessário lembrar a saída de Isabel dos
Santos do BPI, empresária que conta em Portugal com o apoio jurídico de Jorge
Brito Pereira, sócio no escritório de Proença de Carvalho.
O advogado já foi defensor do ex-primeiro-ministro José
Sócrates, assim como do antigo banqueiro Ricardo Salgado. Ambos
estiveram na lista dos Mais Poderosos, mas estão hoje a braços com a justiça. O
primeiro é atualmente defendido por João Araújo e Pedro Delille. O segundo
conta com o apoio de Francisco Proença de Carvalho, filho de Daniel.
O presidente da UM-PC está ligado sobretudo ao mundo
empresarial. É presidente dos conselhos de administração da Cimpor e do
grupo de comunicação social Global Media, proprietário, entre outros,
dos jornais DN e JN e da rádio TSF. Exerce ainda a presidência da mesa da
assembleia-geral em mais de duas dezenas de sociedades, portefólio onde cabem a
Galp Energia, a Renova ou a Orey Antunes.
Ainda que indiretamente, e enquanto um dos rostos da
sociedade a que empresta o seu nome, Proença de Carvalho beneficia também da
presença que alguns dos seus sócios têm assegurado em várias operações de maior
mediatismo e de superior movimentação financeira. A UM-PC está, por
exemplo, a assessorar a Altice no negócio que envolve a compra da Media
Capital - dona da TVI - aos espanhóis da Prisa. Este trabalho é liderado pelo
sócio António Villacampa e inclui um batalhão de advogados das áreas de fusões
e aquisições, mercado de capitais, fiscal e concorrência.
Outra transação em que o escritório de Lisboa esteve
envolvido foi o da aquisição, pela REN, da EDP Gás, um negócio avaliado em 532
milhões de euros. O sócio Jorge Brito Pereira esteve na assessoria jurídica a
esta transação.
Se a estes exemplos de grandes operações em que a UM-PC
assegura a assessoria jurídica adicionarmos apenas algumas das empresas de
maior renome que a sociedade habitualmente representa, o poder de Daniel
Proença de Carvalho ganha, ainda que de forma simbólica, um peso acrescido. A
este nível, basta referir entre os clientes a Altice, o Bankinter,
o CaixaBank, a Carval Investors, a Lone Star ou o Santander.
Não é apenas enquanto advogado, administrador de empresas ou
mesmo enquanto empresário - é produtor de azeite numa herdade do Alentejo
- que Proença de Carvalho dá cartas. Já foi jornalista - dirigiu o diário
Jornal Novo entre 1976 e 1977 - e já presidiu à RTP. Dos seus tempos de
Coimbra, onde fez a licenciatura de Direito, vem também a paixão musical.
Tocou com José Niza na Orquestra Ligeira do Orfeão,
foi parceiro de José Cid e chegou a gravar vários discos para audição
doméstica. Tornou-se, entretanto, nos anos mais chegados, uma das estrelas da
iniciativa "Rock in Law", que todos os anos reúne bandas de
escritórios de advocacia por uma causa solidária. O grupo da sua sociedade dá
pelo nome de "Heróis del Despacho". O baixista Daniel Proença
de Carvalho é um deles.
Heróis del Despacho
Manuel Reymão Nogueira (guitarra); Tomás Pereira Carneiro (guitarra); Francisco Proença de Carvalho (bateria); Diogo Martins (teclados); Lua Mota (voz); Leonor Kendall (voz); João Louro e Costa (saxofone); Daniel Proença de Carvalho (baixo)
Bilhete de identidade
• Cargo: Sócio presidente da sociedade de advogados Uría
Menéndez - Proença de Carvalho
• Naturalidade: Nasceu em Soalheira, Fundão, a 15 de setembro
de 1941
• Formação: Licenciado em Direito pela Universidade de
Coimbra.
• Outras funções: Presidente da Cimpor; presidente do grupo
Global Media; presidente da mesa da assembleia-geral em diversas sociedades,
como a Galp, Socitrel ou Renova.
Fonte: Jornal de Negócios, 1 de agosto de 2017
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