As primeiras 56 horas do incêndio em Pedrógão Grande, minuto a minuto
Alfred
Hitchcock Presents / The Last Escape - Jan Sterling, John Craven
O Observador reconstituiu, minuto a minuto, os primeiros 3
dias do incêndio de Pedrógão Grande. A luta contra o fogo que matou 64 pessoas
minuto a minuto, desde que o incêndio deflagrou
Desde que o incêndio deflagrou, até que se chegou ao balanço
de 64 mortos, as primeiras 56 horas do incêndio em Pedrógão Grande foram as
mais graves. O Observador descreve a luta contra os incêndios, a evolução da
informação avançada pelas autoridades e o planeamento do combate contra o fogo
minuto a minuto. O incêndio, recorde-se, ficou dominado na manhã de esta
quinta-feira, ao fim de mais de 100 horas.
Sábado, 17 de junho de 2017
14h00. Um incêndio começava a deflagrar em Escalos
Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, na região norte do distrito de Leiria.
14h30. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera
notificava o início de uma trovoada seca com intensidade moderada entre os
distritos de Leiria, de Coimbra e de Castelo Branco. A trovoada incidia
essencialmente na área junto a Oleiros.
14h43. Os bombeiros eram chamados a Pedrógão Grande.
O incêndio começava a alastrar-se para as localidades vizinhas, nomeadamente
Mosteiro, Vila Facaia, Coelhal, Escalos Cimeiros, Regadas e Graça.
15h00. Dados do Instituto Português do Mar e da
Atmosfera provam que a trovoada seca tinha aumentado de intensidade, agora
grave, entre Oleiros e Pampilhosa da Serra.
15h30. Instrumentos do Instituto Português do Mar e
da Atmosfera detetavam um agravamento da trovoada seca na região atingida pelo
incêndio, principalmente entre Oleiros e a Lousã.
16h00. A trovoada seca terminava. Em noventa minutos,
o Instituto Português do Mar e da Atmosfera contabilizava 277 descargas
elétricas próximas à região afetada pelo incêndio. De todas essas descargas,
233 são intranuvens porque ocorrem no interior das nuvens. As restantes chegam
a atingir o solo: 21 das descargas têm carga positiva e 23 têm carga negativa.
18h00. O ar tornava-se quase irrespirável em Pobrais
por causa do fumo do incêndio. Muitas pessoas saiam de carro em direção a
Figueiró dos Vinhos.
18h50. A Guarda Nacional Republicana (GNR) cortava a
circulação do Itinerário Complementar 8 (IC8), considerando a aproximação do
fogo e do fumo, conforme descrito no relatório enviado pela GNR para o gabinete
do primeiro-ministro, António Costa. A GNR não considerava haver risco de
circulação na Estrada Nacional 236 (EN236) e, portanto, a estrada continuava
aberta nos dois sentidos.
18h53. Por indicação da direção, as piscinas de ondas
na Praia das Rocas eam encerradas. O incêndio ainda não tinha chegado — estava
em Castanheira de Pêra –, mas ouvia-se trovoada cada vez mais próxima.
19h00. Perante a evolução do fogo, a GNR recuava para
a zona de confluência do IC8 com a EN236, mas mantinha-se no itinerário
complementar para garantir o corte da estrada no sentido oeste-este. Quem vinha
nesse sentido, que estava cortado, era então encaminhado pela GNR para a
passagem superior e tinha três opções de circulação: regressar para oeste,
conduzir em direção a Figueiró dos Vinhos ou em direção a Castanheira de Pêra.
Entretanto, o incêndio chegava a Pobrais e cercava a localidade.
19h01. Enquanto algumas pessoas permaneciam junto às
suas casas para fazer frente ao fogo, outras decidiam fugir de carro pela
EN236, onde o incêndio ainda não chegara. Mas não demoraria: os ventos fortes
atiravam labaredas para as duas margens da estrada, encurralando quem fugia.
Das trinta pessoas que moravam em Pobrais, dez morreram na “estrada da morte” e
uma dentro de casa. Algumas das pessoas tentaram inverter a marcha e regressar
a Castanheira de Pêra, provocando muitos acidentes por falta de visibilidade.
19h30. No terreno a combater o fogo estavam 180
bombeiros, dois meios aéreos e 52 viaturas. Era “praticamente de noite” em
Pedrógão Grande, com o fumo do incêndio a cobrir completamente o céu.
20h00. Duas estações móveis de satélite do SIRESP
seguiram para Pedrógão Grande para colmatar as falhas de comunicação, afirmava
a ministra da Administração Interna numa entrevista à RTP3. Começavam a surgir
suspeitas de que a GNR encaminhara pessoas para a EN236, a “estrada da morte”.
A estrada era então encerrada.
21h00. Havia 300 bombeiros e 101 viaturas a enfrentar
o incêndio, informava a Proteção Civil.
21h30. Valdemar Alves, presidente da Câmara Municipal
do Pedrógão Grande, dizia ser “impossível acudir a todas as aldeias. Estamos a
todo o custo a ver se nos chegam bombeiros de Lisboa”. Jorge Gomes, secretário
de Estado da Administração Interna, estava já a caminho de Pedrógão Grande.
Havia um bombeiro desaparecido, quatro bombeiros feridos e vários civis
magoados.
23h45. O secretário de Estado Jorge Gomes confirmava
que pelo menos 19 pessoas tinham já morrido no incêndio em Pedrógão Grande e
que a situação estava cada vez mais descontrolada. A maior parte das pessoas
morrera na estrada EN236 a tentar fugir, quando os carros foram engolidos pelo
incêndio antes de a estrada ser cortada pela GNR. As restantes pessoas morreram
por inalação de fumo junto ao cemitério para onde tinham fugido com receio do
avanço do fogo.
23h58. O incêndio tinha agora quatro frentes ativas e
estava a crescer “de forma que não tem explicação nenhuma”. Quando questionado
sobre porque é que a EN236, onde morreu a maior parte das pessoas, não estava
cortada ao trânsito, o secretário de Estado da Administração Interna dizia que
“as vias podiam até não estar cortadas porque não havia incêndio. Houve um
incêndio que se propagou e desenvolveu de uma forma que não tem explicação”.
Domingo, 18 de junho de 2017
00h00. Várias habitações estavam em risco na vila de
Pedrógão Grande, confirmava fonte dos Bombeiros Voluntários locais e da Guarda
Nacional Republicana. O incêndio já chegara a Figueiró dos Vinhos, também no
distrito de Leiria, e deixara várias aldeias isoladas. Vários carros de
bombeiros eram destruídos pelo fogo.
00h07. Em Castanheira de Pêra, os bombeiros evacuavam
as aldeias e levavam as pessoas para o quartel dos bombeiros de Castanheira de
Pêra, “mas as pessoas estão a sair da vila e a afastarem-se o mais possível do
fogo”, contava ao Observador João Pedro Barros, que estava na localidade na
altura do incêndio. Apenas a rede Vodafone estava a funcionar: grande parte das
pessoas não conseguia utilizar os telemóveis para pedir auxílio.
00h13. Valdemar Alves, presidente da Câmara Municipal
de Pedrógão Grande, declarava à RTP que podia ser fogo posto.” Eu não tenho
dúvidas de que foi fogo posto, precisamente junto ali aos Escalos Fundeiros,
num sítio muito ermo, em que não é fácil despoletar ali um incêndio natural”,
dizia.
00h14. O secretário de Estado da Administração
Interna admitia que tinha havido falhas no fornecimento de energia elétrica e
nas comunicações integradas de segurança (SIRESP). Essas falhas dificultaram o
trabalho em campo dos bombeiros mas, garantia Jorge Gomes, já estariam
resolvidos: as antenas destruídas pelo fogo tinham sido substituídas por
veículos.
00h22. O secretário de Estado da Administração
Interna afirmava, contudo que “não se consegue penetrar na floresta e nos
caminhos para as aldeias”.
00h32. Rui Silva, presidente da Associação Nacional
de Bombeiros, dizia que havia forma de se ter previsto a trajetória do incêndio
e assim ter evitado as mortes da EN236, que liga Figueiró dos Vinhos a
Castanheira de Pêra. À SIC Notícias, Rui Silva afirmava que “o incêndio tem uma
progressão que, embora não possa ser avaliada ao minuto e com muita exatidão,
pode ser prevista a sua evolução e a forma como se vai propagando. Portanto,
não podemos de nenhuma maneira aceitar que pessoas percam a vida apanhadas por um
incêndio que nós sabemos qual é o seu rumo. Portanto, achamos que alguma coisa
aqui falhou”. O presidente da Associação Nacional de Bombeiros pedia ainda que
se abrisse um inquérito para averiguar o que aconteceu, mas que não acabasse
“numa dessas gavetas ali para o Terreiro do Paço”.
00h35. António Costa deslocava-se para a Autoridade
Nacional da Proteção Civil em Lisboa onde diria que o incêndio em Pedrógão
Grande “é seguramente a maior tragédia” em Portugal há muitos anos.
00h40. Marcelo Rebelo de Sousa chegava a Pedrógão
Grande onde começa por abraçar o secretário de Estado Jorge Gomes. Junto aos
jornalistas, o Presidente da República diria que a situação em Pedrógão Grande
“é ímpar” e que “fez o máximo que se podia ter feito”. A seguir entraria para
uma carrinha onde bombeiros e Proteção Civil delineavam o plano de atuação.
00h45. Em frente à sede da Proteção Civil em Lisboa,
António Costa anunciava que ia reunir com o coronel Joaquim Leitão, presidente
da Autoridade Nacional da Proteção Civil, para conhecer o ponto de situação e
decidir quantos meios era necessário desbloquear para combater o incêndio.
Sobre os motivos do incêndio e eventuais falhas na atuação das autoridades, o
primeiro-ministro diria que “a seu tempo, temos de apurar o que é que
aconteceu”.
00h51. Havia 331 bombeiros a combater o incêndio. Os
cadáveres da “estrada da morte”, como começava a ser chamada, já estavam a ser
retirados e levados para a casa mortuária do Pedrógão Grande.
01h00. Duas equipas de apoio psicológico já tinham
chegado a Castanheira de Pêra e a Pedrógão Grande para prestar apoio a
bombeiros chamados ao local e ajudar familiares das vítimas do incêndio.
01h12. Era ativado o Plano Distrital de Emergência de
Proteção Civil de Leiria.
01h14. Marcelo Rebelo de Sousa voltava a falar aos
jornalistas para dizer que “não há nem falta de competência, nem falta de
capacidade, nem falta de imediata resposta perante desafios dificílimos”.
01h15. Constança Urbano de Sousa, ministra da
Administração Interna, chegava a Pedrógão Grande.
01h40. Valdemar Ramos, presidente da Câmara Municipal
de Pedrógão Grande, diria que, apesar de o INEM ter confirmado 19 vítimas
mortais, o número podia ser “mais do dobro”. Havia aldeias afetadas pelo
incêndio que ainda não tinham sido inspecionadas e onde se poderiam encontrar
cadáveres dentro de casas consumidas pelo fogo.
01h49. António Costa fazia uma videoconferência com o
Instituto Português do Mar e Atmosfera para se pôr a par das condições
meteorológicas previstas para os dias seguintes e assim avaliar se os meios de
prevenção e combate aos incêndios eram adequados.
02h20. O primeiro-ministro avançava que o número de
vítimas mortais tinha aumentado para 24, mas que “é possível que haja mais”.
António Costa anunciava ainda que as autoridades espanholas iam disponibilizar
dois aviões Canadair no combate aos incêndios. Já havia 21 feridos, incluindo
quatro bombeiros. Dez em estado grave.
02h40. Cinco grupos de bombeiros dos distritos de
Évora, Setúbal e Lisboa dirigem-se para Pedrógão Grande.
02h48. Rui Esteves, presidente da Associação Nacional
de Proteção Civil, garantia que, dos três tipos de comunicação usados por
bombeiros, apenas o do SIRESP falhara. De qualquer modo, realçava que “em
momento nenhum a rede operacional dos bombeiros ficou em causa, nem a rede
estratégica da Proteção Civil ficou em causa, portanto os operacionais tiveram
sempre comunicação”.
03h00. Estavam 1537 bombeiros a combater 11 fogos em
todo o país, auxiliados por 413 veículos. Na região de Pedrógão Grande, o fogo
não chegara a Avelar (Ansião) e foi lá que se estabeleceram centros de apoio
onde a população afetada podia procurar alimentação e alojamento.
03h53. Além do IC8, que continuava fechado, a GNR
decidia encerrar a EN2 junto ao cruzamento das Fontainhas e entre os
quilómetros 290 e 298, na zona de Chã de Alvares. Também a estrada municipal
1202 junto à localidade de São João do Deserto e à Estrada Nacional 337 na
mesma zona eram encerradas. A Estrada Nacional 112 é fechada nos primeiros três
quilómetros e, mais à frente, entre os quilómetros 51 e 55.
04h00. O incêndio chegava a Figueiró dos Vinhos e de
Castanheira de Pêra, distrito de Leiria. Há relatos de pessoas que combatem o
fogo sozinhas porque os bombeiros ainda não chegaram até estas localidades. O
secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, adiantava ainda que
havia já 25 mortos e 11 feridos. De entre as vítimas, 21 morreram enquanto
tentavam escapar às chamas por estradas e três foram sufocadas pelo fumo junto
ao cemitério de Figueiró dos Vinhos. Havia 593 operacionais no local, apoiados
por 191 viaturas e cinco máquinas de rasto. Quatro pelotões do Exército estavam
a caminho de Pedrógão Grande.
05h20. Mais de 1.500 bombeiros eram deslocados para
combater cinco grandes incêndios que deflagram nos distritos de Coimbra,
Castelo Branco, Leiria e Santarém. O maior e mais preocupante era o de Pedrógão
Grande, onde estão 672 operacionais e 218 veículos.
05h41. O Governo declarava o estado de contingência
para o incêndio em Pedrógão Grande, o que “ativa determinados meios e permite
também outras possibilidades para tudo o que se vier a desenrolar a partir
daqui e também para o que já aconteceu”, explicava o secretário de Estado da
Administração Interna, Jorge Gomes. Adiantava ainda que havia 11 feridos civis
e cinco bombeiros, dois em estado muito grave internados no Hospital Santa
Maria, em Lisboa, e outro no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
Mantinham-se quatro frentes ativas, duas muito preocupantes na Graça e em Vila
Praia.
07h50. O número de mortos subia para 39 e
contabilizavam-se 50 feridos, segundo atualizações do secretário de Estado da
Administração Interna. Entre os feridos mais graves estão quatro civis e um
bombeiro. Ainda existiam zonas afetadas pelo incêndio que não tinham sido
visitadas pelas autoridades.
08h00. Estão 682 bombeiros em Pedrógão Grande e 219
viaturas no local. Um novo incêndio deflagrava em Góis, distrito de Coimbra,
para onde foram chamados 387 bombeiros e 118 viaturas.
08h13. Eram dados novos dados sobre as vítimas da
“estrada da morte”: entre os 39 mortos, 18 morreram carbonizadas no interior ou
junto dos seus carros. Houve quatro mortes no IC8 e as restantes ocorreram na
EN236-1. O número de feridos subia para 59, diria o secretário de Estado da
Administração Interna, dezoito das quais resgatadas pelas autoridades nas zonas
onde o incêndio deflagrara. Cinco feridos estavam em estado grave: quatro
bombeiros e uma criança.
08h37. O secretário de Estado da Administração
Interna informava que o número de mortos subira para 43 em Pedrógão Grande.
08h56. Jaime Marta Soares, presidente da Liga de
Bombeiros, garantia que “o que podia ter sido feito, foi feito” para combater
as chamadas no dia e madrugada anteriores. Em entrevista à RTP, Marta Soares
dizia ainda que “a velocidade das chamas, não há velocidade possível de
deslocação de meios comparável à velocidade das chamas. Para isso era preciso
estarem 1000 ou 1500 homens a postos, no terreno, com 300 ou 400 viaturas, lá
instalados. A organização foi rápida e foi a possível”.
09h09. Havia 687 operacionais, 224 viaturas e três
máquinas de rasto em Pedrógão Grande. A autoestrada A13, que liga Tomar a
Coimbra, era também fechada ao trânsito junto a Avelar (Ansião).
09h45. O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ)
afastava a hipótese de o incêndio em Pedrógão Grande ter sido causado por fogo
posto: tudo indicava que tinha tido origem numa trovoada seca: “Tudo aponta
claramente para causas naturais, inclusivamente encontramos a árvore que foi
atingida por um raio”.
10h00. Portugal acionava o Mecanismo de Proteção
Civil da União Europeia. De França chegavam três aviões de combate a incêndios
e Espanha também se comprometia a enviar aeronaves de combate às chamas. A
Comissão Europeia também respondia dizendo que estava “a coordenar o envio dos
meios necessários para enfrentar uma situação que é ainda delicada dadas as
condições atmosféricas adversas”, segundo Carlos Moedas.
10h06. O número de mortos em Pedrógão Grande subia
para 57. O número de feridos mantinha-se em 59. Dezoito dos feridos tinham sido
transportados para hospitais de Lisboa, Coimbra e Porto. No terreno estavam
ainda 800 operacionais apoiados por 244 viaturas.
10h23. O secretário de Estado da Administração
Interna, Jorge Gomes, explicava que 30 pessoas tinham morrido dentro dos carros
na “estrada da morte”, 17 pessoas junto às viaturas ou nas margens da estrada e
dez pessoas em zonas rurais onde o incêndio chegara e consumira casas. O fumo
do incêndio era tão denso que dificultava a atuação dos meios aéreos no combate
ao fogo.
10h59. António Costa regressava a Pedrógão Grande.
11h30. Seis estradas nos distritos de Leiria, Coimbra
e Vila Real eram cortadas ao trânsito pela GNR.
11h36. O presidente da Câmara de Pedrógão Grande,
Valdemar Alves, anunciava que as autoridades iam fazer “uma inspeção casa a
casa” para encontrar pessoas dadas como desaparecidas nas localidades afetadas
pelo incêndio. Como o incêndio começara na hora típica de sesta dos idosos
dessas localidades, o mais provável é que estivessem “todos mortos”. Estavam
contabilizados cerca de 150 desalojados.
11h58. Raul Castro, presidente da Comunidade
Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), diria que estavam a ser montados
pontos de vigilância nos concelhos de Leiria e Pombal para prevenir que os
incêndios de Pedrogão Grande chegassem ao sul da cidade.
12h00. Mais de 1.600 homens, apoiados por 495
veículos e 15 meios aéreos combatiam incêndios em Castelo Branco, Coimbra,
Leiria e Santarém, segundo dados da Proteção Civil. Só em Pedrógão Grande havia
690 operacionais, 216 veículos e quatro meios aéreos.
12h22. Eram identificadas as duas primeiras vítimas
mortais do incêndio em Pedrógão Grande. Rodrigo, de 4 anos, e o seu tio, Sidel
Belchior, de 37, tinham morrido na estrada que liga Figueiró dos Vinhos a
Castanheira de Pêra. A criança estava aos cuidados do tio enquanto os seus
pais, Ana Cardito e Nuno Belchior, recém-casados, passavam a lua de mel em S.
Tomé e Príncipe. Na companhia da sua mulher, Ana, Sidel tinha trazido o
sobrinho para a aldeia de Nodeirinho, em Pedrógão Grande, para passar o fim de
semana na casa da família. Criança e tio viriam a morrer na noite de sábado,
encurralados pelo fogo na EN-236.
12h07. Jorge Gomes, secretário de Estado, anunciava
que o número de mortos tinha subido para 58 depois de ter sido encontrada mais
uma vítima “em meio rural”. O número de feridos estava nas 54 pessoas.
13h01. Eram identificadas mais três vítimas mortais.
Bianca, de 4 anos, foi a segunda criança a ser confirmada como uma das vítimas
mortais do incêndio, também ela na “estrada da morte”. A menina ia no carro com
a avó e a mãe, Gina, funcionária da escola da vila de Mó Pequena. Segundo
confirmou o Observador, a bebé e a idosa morreram carbonizadas no carro,
enquanto Gina, em desespero, tentava salvar a filha e a mãe. Com queimaduras
graves, Gina foi levada para o hospital.
13h15. O número de mortos subia para 62.
13h24. Eram declarados três dias de luto nacional, a
começar no domingo e a terminar na terça-feira.
13h30. António Costa chegava à Câmara Municipal de
Pedrógão Grande com meia hora de atraso por causa de dificuldades em aceder ao
local. Com o primeiro-ministro estavam o ministro das Infraestruturas, Pedro
Marques, o ministro da Agricultura, Capoulas dos Santos e o ministro do
Trabalho e Segurança Social, Vieira da Silva. Numa primeira conversa com os
jornalistas, António Costa diria que “algo de especial se passou. Temos de
aguardar que os técnicos apurem as causas” do incêndio.
13h46. A Administração Regional de Saúde (ARS) do
Centro abriria todos os centros de saúde da área afetada pelos incêndios
florestais e dos concelhos vizinhos. Esta medida abrangia pelo menos 12
municípios dos distritos de Leiria, Castelo Branco e Coimbra.
14h07. Ferro Rodrigues convocava uma conferência de
líderes urgente a realizar-se na terça-feira seguinte na sequência dos
incêndios de Pedrógão Grande.
14h44. Mais de 24 horas depois do início do incêndio
em Pedrógão Grande, o fogo em Góis alimentava cada vez mais preocupações: de
acordo com Paulo Santos, oficial de Operações e Emergência da Autoridade
Nacional de Proteção Civil, o incêndio em Góis lavrava “há 23 horas e 20
minutos” e obrigava à mobilização de 387 operacionais, 112 veículos e seis
meios aéreos.
15h11. Havia 167 incêndios ativos no país que, no
total, envolvendo 2.261 operacionais.
15h46. Todos as escolas de Figueiró, Pampilhosa e
Pedrógão eram encerradas por tempo indeterminado, anunciava António Costa
depois de uma reunião com os presidentes das Câmaras Municipais. As provas de
aferição e exames nacionais eram adiadas nessas escolas. O primeiro-ministro
avisava ainda que estavam disponíveis quatro centros operacionais da Segurança
Social a dar apoio à população afetada: em Pedrógão, Avelar, Figueiró e
Castanheira.
15h47. António Costa corrigia o número de mortos para
61 que estavam a ser identificadas pelas equipas da Medicina Legal da Polícia
Judiciária. O número de mortos podia aumentar. As Forças Armadas também já
estavam a ajudar nas operações.
15h50. Havia 14 fogos ativos em Portugal que
mobilizavam mais de 1.600 operacionais, apoiados por cerca de 500 viaturas e 18
aviões. Os cinco principais incêndios lavravam em Leiria, Castelo Branco e
Coimbra. Pedrógão Grande era o mais preocupante, com 766 operacionais, 237
veículos e seis meios aéreos no terreno.
15h58. O primeiro-ministro garantia que as falhas no
sistema de comunicações SIRESP não tinham prejudicado a resposta aos incêndios:
“Não houve nenhuma quebra de comunicações que comprometesse a capacidade de
comunicações, devido à redundância de meios que existem”. Mais aldeias eram
evacuadas. Sobre o que potenciou o incêndio e eventuais mudanças a ser feitas
no plano de atuação das autoridades, António Costa diria: “As lições tiram-se
no momento próprio, a prioridade é acorrer às famílias enlutadas”.
16h00. Constança Urbano Sousa, ministra da
Administração Interna, dizia que houve duas frentes dominadas que se tinham
reacendido por causa das condições climatéricas. Havia novamente quatro frentes
ativas, o que obrigava a reforçar os meios de combate.
17h42. O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses
pedia que as pessoas entregassem água, fruta e barras energéticas para as
corporações de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no
distrito de Leiria, e Alvares, concelho de Góis, distrito de Coimbra. Em todo o
país estavam a ser recolhidos bens alimentares, produtos de higiene e roupa
para entregar aos bombeiros e às pessoas que tinham perdido o que tinham nos
incêndios.
17h45. O incêndio em Pedrógão Grande estava a ser
combatido por 870 operacionais, 268 veículos e dez meios aéreos.
17h59. A Polícia Judiciária avançava ao Observador
que já tinham sido localizados mais de 50 corpos das 61 vítimas mortais
confirmadas. Essa identificação estava a ser feita tendo em conta o número dos
chassis das viaturas onde as pessoas morreram. Em Pedrógão Grande estavam já
especialistas em homicídios (habituados a trabalhar com corpos) e membros do
laboratório da polícia científica.
18h00. São evacuadas as aldeias de Graça e Derreada
Cimeira, no concelho de Pedrógão Grande, e Alge, em Figueiró dos Vinhos.
18h59. O IC8 voltava a ser cortado nos dois sentidos.
Já tinha sido cortado o final da tarde sábado, entre o nó da zona industrial de
Pedrógão Grande e o nó do Outão.
19h07. Constança Urbano de Sousa, ministra da
Administração Interna, dizia que o incêndio tinha feito já 61 mortos e 62
feridos, dez dos quais operacionais. Ainda havia quatro frentes ativas, mas as
mais preocupantes eram as de Pedrógão Grande e Castanheira de Pêra. Estavam 834
bombeiros no local e 258 viaturas.
19h17. A ministra da Administração Interna anunciava
cinco pontos de atendimento da segurança social. Ao mesmo tempo que Constança
Urbano de Sousa falava aos jornalistas, a vice-presidente da Câmara de
Castanheira de Pêra confirmava que algumas vítimas na “estrada da morte” eram
turistas que tinham ido à praia fluvial das Rocas.
19h45. Várias casas da freguesia de Maçãs de Dona
Maria, concelho de Alvaiázere, distrito de Leiria, estavam ameaçadas pelo fogo.
Três localidades — Tapada, Casal Agostinho Alves e Relvas — eram evacuadas e
levadas para a sede da Casa do Povo — porque “a situação agravou-se
consideravelmente”, explicaria Célia Marques, presidente da Câmara.
19h55. Dois Canadair italianos estavam a caminho de
Portugal.
20h09. O IC8 reabria ao trânsito no nó da zona
industrial de Pedrógão Grande.
20h10. A ministra da Administração Interna fazia novo
ponto de situação: o incêndio de Pedrógão Grande já avançara para a Sertã, no
distrito de Castelo Branco. Algumas aldeias estavam a ser evacuadas, mas apenas
por precaução. Havia 834 operacionais no terreno. O trabalho de remoção dos
corpos das vítimas mortais estava “praticamente concluído”. Todos estavam a ser
levados para o Instituto de Medicina Legal de Coimbra.
20h30. Marcelo Rebelo de Sousa falava ao país a
partir do Palácio de Belém. Diria que na segunda-feira voltaria a Pedrógão
Grande e pedia para se esquecer “interrogações e sentimentos que nos
angustiam”. Frase chave: “Sem nos esquecermos, concentremos agora a nossa
vontade no essencial: prosseguir o combate em curso, manter e alargar a nossa
solidariedade aos que sofreram e sofrem a tragédia, demonstrando que nos
instantes mais difíceis da nossa vida como nação somos como um só. Por
Portugal”.
21h14. Um coordenador da Cruz Vermelha Portuguesa
(CVP) diria à TVI que “algumas aldeias” ainda tinham de ser evacuadas”. Outras
aldeias, onde as autoridades já tinham ido, estavam vazias porque “por medo [as
pessoas] fugiram para a zona do rio”. A situação de Castanheira de Pêra era a
esta hora mais preocupante do que a de Pedrógão Grande.
21h39. O incêndio chegava a Cernache do Bonjardim,
confirmava José Paulo Farinha, ex-presidente da Câmara Municipal Sertã: “Está
no Casal de Madalena, Porto dos Fusos e no Almegue”.
22h15. Mais de 2.000 operacionais com 620 veículos
combatiam as chamas em oito grandes incêndios que lavravam nos distritos de
Castelo Branco, Coimbra, Évora, Leiria e Santarém. Só em Pedrógão Grande
estavam 880 operacionais e 275 veículos.
22h23. Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos
Bombeiros, defendia que “a estratégia implementada para responder à situação
foi devidamente delineada”. Acrescentava ainda que “foram usados todos os meios
e conhecimentos à disposição e acho que foi bem feito tudo aquilo que tinha de
ser realizado”. Marta Soares descrevia ainda o cenário de fogo a que as equipas
assistiram: havia “projeções de dois, três e quatro quilómetros de distância e
línguas de fogo de 40 a 50 metros de altura”. Todo o planeamento foi, por isso,
“infrutífero”, considerava.
22h59. A Segurança Social esclarecia quais os pontos
de apoio psicossocial.
23h07. A ministra da Administração Interna anunciava
que o incêndio já provocara 62 mortos. A Estrada Nacional 2 era cortada.
Segunda-feira, 19 de junho de
2017
00h36. Elísio Oliveira, comandante operacional no
terreno, explicava que o incêndio teinha “vários focos” que abrangiam “três
distritos, muitos municípios e muitas aldeias”, que estavam em perigo. Admitia
ainda que o incêndio em Pedrógão Grande estava longe de ser controlado.
01h19. A situação continuava “grave, muito grave” em
Pedrógão Grande, diria o presidente da Câmara, Valdemar Marques. O fogo “voltou
a arder onde já tinha ardido” porque estava muito vento e quase não havia
humidade. Estava também muito calor. Valdemar Marques estimava entre 2.500 a
3.000 pessoas afetadas pelo incêndio.
02h55. Cerca de 65% da área florestal ardera no
concelho de Figueiró dos Vinhos, na sequência do incêndio em Pedrógão Grande,
distrito de Leiria, afirmava o presidente da Câmara.
03h00. Mais de 900 operacionais apoiados por 289
veículos lutavam contra as chamas em Pedrógão Grande. Em todo o território
nacional, 2.398 operacionais e 750 veículos de apoio combatiam 21 incêndios. Só
em Leiria estavam 1.036 operacionais e 328 veículos de apoio.
04h20. No distrito de Coimbra, estava cortada a
circulação na A13 — Autoestrada do Pinhal Interior, entre o nó do Itinerário
Complementar (IC) 8 e o nó de Penela (Coimbra) e na Estrada Nacional (EN)l236
na zona da Lousã, confirmou a GNR. No distrito de Castelo Branco, na Sertã,
havia cortes na EN238 e na estrada municipal 237.
04h45. Dez pessoas, três das quais acamadas, eram
retiradas das suas casas na aldeia de Aguda, Figueiró dos Vinhos, devido à
aproximação do fogo.
07h40. Todas as estradas do distrito de Leiria eram
reabertas. No entanto, havia cortes de vias nos distritos de Coimbra e Castelo
Branco porque o incêndio avançara ainda mais durante a noite em direção a essas
cidades. A situação continuava “muito complexa”, descrevia Elísio Oliveira,
comandante operacional no terreno, mas ainda não consumira mais casas. Havia
800 bombeiros a combater o incêndio.
07h53. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera
avisava que os concelhos de Figueiró dos Vinhos e Alvaiázere, no distrito de
Leiria, e o da Sertã, em Castelo Branco, estavam com risco máximo de incêndio.
08h06. O incêndio florestal, no concelho de Pedrógão
Grande, continuava com quatro frente ativas.
08h30. 2150 operacionais, auxiliados por 662 veículos
e dez meios aéreos combatiam seis grandes incêndios nos distritos de Leiria,
Coimbra, Castelo Branco e Bragança. Em Pedrógão Grande, havia 950 operacionais,
300 veículos e vários meios aéreos.
10h00. Três estradas nacionais e duas autoestradas em
Coimbra, Leiria, Castelo Branco e Viseu eram encerradas. A A13 estava interdita
ao trânsito, entre os quilómetros 183 e 172.
10h14. Novo balanço de Elísio de Oliveira, comandante
que liderava as operações no terreno, dizia que se mantinha o balanço de 62
mortos e 62 feridos, dois dos quais em estado grave. A situação mantinha-se
difícil em três distritos — Coimbra, Leiria e Castelo Branco — porque as
condições meteorológicas eram adversas. Contabilizavam-se 900 bombeiros no
local.
10h19. Os três incêndios de maiores dimensões no
distrito de Santarém eram dados como estando em conclusão.
11h54. Em Arega, concelho de Figueiró dos Vinhos,
militares do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro, da GNR, e do Exército
limpava, as matas para evitar que o fogo se dispersasse ainda mais.
12h00. O Itinerário Complementar 8 (IC8) voltava a
ser cortado na zona de Alvaiázere, no distrito de Leiria, devido aos incêndios.
13h03. Marcelo Rebelo de Sousa estava outra vez a
caminho da zona de Pedrógão Grande.
13h09. A ministra da Administração Interna, Constança
Urbano de Sousa, revelava que 24 das 62 vítimas mortais já tinham sido
identificadas.
14h09. Marcelo Rebelo de Sousa voltava a falar. E
insistia que “a prioridade é o combate ao incêndio e o apoio aos familiares e
às vítimas. Já temos muitas frentes pela frente, não vamos juntar mais frentes
neste momento”.
14h15. A esta hora, 1.100 operacionais, apoiados por
352 viaturas e dez meios aéreos combatiam o incêndio em Pedrógão Grande.
14h26. O Sindicato dos Jornalistas apelava à
cobertura sóbria dos incêndios e condenava “o sensacionalismo da cobertura
noticiosa dos incêndios”.
14h41. A Comissão Europeia admitia estar a considerar
subtrair gastos com incêndios no cálculo do défice deste ano. “De acordo com as
regras europeias, custos de emergência de curto prazo, em resposta a grandes
catástrofes naturais podem ser classificadas como irrepetíveis”, diria a
porta-voz para os assuntos económicos e Financeiros, Annika Breidthardt
15h02. O incêndio em Pedrógão Grande causara até ao
momento 135 feridos, entre os quais 121 civis, 13 bombeiros e um militar da
GNR, informava o presidente do INEM.
16h00. O porta-voz do Ministério dos Negócios
Estrangeiros francês anunciava que um cidadão francês estava entre as vítimas
mortais do incêndio de Pedrógão Grande. No entanto, a ministra Constança Urbano
de Sousa diria que só havia cidadãos nacionais entre as vítimas mortais.
16h06. Começava a deflagrar um novo grande foco de
incêndio na zona de Pedrógão Grande.
16h13. O número de feridos subia para 136, avançava o
presidente do INEM, Luís Meira. Desses, 13 eram bombeiros voluntários, dois
militares da GNR e os restantes civis. Havia sete feridos graves, cinco dois
quais bombeiros e dois civis. O apoio psicológico já chegava a 355 pessoas.
16h35. O Presidente da Liga dos Bombeiros
Portugueses, Jaime Marta Soares, lamentava a morte de Gonçalo Conceição, um
bombeiro da corporação de Castanheira de Pêra que estava internado em estado
grave nos Hospitais de Coimbra. Gonçalo Conceição, de 40 anos, seguia num dos
carros dos bombeiros ao longo da IC8 quando colidiu com um automóvel que vinha
em sentido contrário a fugir do incêndio. Ainda sem ferimentos, Gonçalo saiu do
carro tanque com colegas para tentar salvar a vida da família que estava no
interior desse automóvel. Sem sucesso. Foi apanhado pelas chamas que
deflagraram nas margens da estrada, que lhe causaram ferimentos graves no rosto
e nas vias respiratórias. Foi transportado para o Centro Hospitalar e
Universitário de Coimbra, onde foi sujeito a ventilação e a uma intervenção cirúrgica.
Era casado e tinha um filho.
17h25. De acordo com o Instituto da Conservação da
Natureza e das Florestas, os incêndios florestais tinham consumido até 15 de
junho mais de 15 mil hectares, o que equivale a uma área ardida quase 12 vezes
superior ao mesmo período de 2016. Esta área não inclui ainda os hectares
fustigados pelo incêndio de Pedrógão Grande, que começou a 17 de junho.
17h48. O número de mortos sobe para 64. Vítor tinha
56 anos e vivia sozinho numa casa em Pobrais. Reformado por ter problemas de
saúde e dificuldades de mobilidade, Vítor recebia apoio regular do do lar de
Vila Facaia, onde costumava passar o dia. Naquele sábado, funcionários do lar
tinham levado Vítor de regresso a casa ainda antes de o incêndio deflagrar e
nunca mais souberam dele. Sabiam apenas que a casa onde vivia esteve a arder
desde sábado à tarde até domingo à noite e que era impossível lá entrar. Na segunda-feira,
um voluntário de Leiria, que tinha tirado três dias de folga para ajudar a
combater o fogo em Pedrógão Grande, entrou na casa e encontrou o cadáver de
Vítor. O telhado, as janelas e o interior da casa estavam completamente
destruídos.
17h59. O vice-presidente da Comissão Europeia Jyrki
Katainen afirmava que a UE poderá comparticipar até 95% as despesas de
reconstrução nas zonas afetadas pelos incêndios dos últimos dias. Esse
financiamento virá do Fundo de Solidariedade Europeu.
18h16. A Entidade Reguladora para a Comunicação
Social abria um “procedimento de averiguações” à reportagem emitida, no
domingo, no Jornal Nacional da TVI. O procedimento foi aberto depois da ERC ter
recebido mais de 100 participações a contestar o plano em que Judite de Sousa
apareceu ao lado de um dos cadáveres da tragédia de Pedrógão Grande.
19h07. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto
Santos Silva, dizia que o Governo ia recorrer ao Fundo Europeu de
Solidariedade. “Ele existe justamente para nos ajudarmos uns aos outros na
resposta a estes eventos muito difíceis. A seu tempo o faremos”, afirmava.
19h20. O incêndio em Pedrogão Grande já consumia
quase 26 mil hectares, segundo o Sistema Europeu de Informação de Incêndios
Florestais (EFFIS). Estes são dados conseguidos através de imagens de satélite
em áreas ardidas cartografadas.
20h08. Depois de visitar quatro postos de comando dos
bombeiros na zona de Pedrogão Grande, o Presidente da República dizia que “o balanço é
genericamente mais positivo do que aquilo que esperava”. Marcelo Rebelo
de Sousa estava em Góis, o último posto de comando dos bombeiros que visitou.
20h14. A GNR confirmava 64 mortos depois de terem
sido encontrados mais dois corpos, um de um bombeiro em Balsa e outro de um
civil em Cobrais.
21h22. Fernando Curto, presidente da Associação
Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) e vice-presidente do Sindicato
Nacional de Bombeiros Profissionais confirmava que o SIRESP tinha estado com
falhas: “Tem sido identificada e o próprio Secretário de Estado já identificou
essa deficiência. Tem havido dificuldades em comunicar e essa dificuldade é
maior quando as ligações entre bombeiros e forças de segurança não funcionam
como se esperava que funcionassem. Os bombeiros estão a operar com as suas
próprias redes e com os seus próprios repetidores de comunicações”, afirmava à
Exame Informática.
22h00. Mais de 2100 operacionais auxiliados por 719
viaturas combatiam cinco grandes fogos nos distritos de Leiria, Coimbra e
Castelo Branco. Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, obrigava ainda a uma
mobilização de 1.140 operacionais apoiados por 389 veículos. São 64 os mortos e
135 os feridos. Os feridos aumentariam mais tarde para mais de 250. O balanço
não é ainda final.
Fonte: Observador, 23 de junho de 2017
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