Departamento de Elon Musk corta programa de 9,5 ME para circuncisão masculina em Moçambique
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Crimes - Anne Le Nen, Michaël Cohen
De
acordo com uma listagem do Departamento de Eficiência do Governo
norte-americano, o programa "circuncisão médica masculina voluntária em
Moçambique" é um dos 15 "cancelados" por aquele novo
departamento em países africanos, asiáticos e europeus
O Departamento de Eficiência do Governo (DOGE)
norte-americano, liderado por Elon Musk, anunciou um novo corte num programa de
apoio a Moçambique, neste caso para circuncisão masculina, de 10 milhões de
dólares (9,5 milhões de euros).
De acordo com uma listagem do DOGE, oficializada no fim de
semana e consultada hoje pela Lusa, o programa "circuncisão médica
masculina voluntária em Moçambique" é um dos 15 "cancelados" por
aquele novo departamento em países africanos, asiáticos e europeus.
Anteriormente, Elon Musk, que lidera o novo departamento
criado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, já tinha
denunciado 50 milhões de dólares (47,7 milhões de euros) em preservativos --
para prevenção de HIV/Sida - de apoio dos Estados Unidos da América (EUA) para
Gaza, que
associou inicialmente à Palestina, corrigindo depois para província de Gaza, no
sul de Moçambique.
"Não sei se devemos enviar 50 milhões de dólares em
preservativos para qualquer lugar, francamente. Não sei se é algo que
entusiasme os norte-americanos. E já agora é muito dinheiro em preservativos.
Se é para Moçambique e não para Gaza, não é tão mau, mas porque fazemos
isso", questionou Musk.
Suspensão compromete programas de saúde em Moçambique
O governo moçambicano afirmou em 7 de fevereiro que a
suspensão da ajuda internacional norte-americana compromete programas de saúde
em Moçambique, com destaque para o VIH/Sida, e que estava em
"diálogo" com a embaixada dos EUA para "mitigar os
impactos".
"A retirada brusca desse apoio compromete, como podem
imaginar de alguma forma, a eficiência na implementação desses programas (...)
O apoio do governo americano financia uma parte considerável da provisão de
profissionais de saúde e sobretudo na área de assistência de HIV/SIDA",
disse Inocêncio Impissa, porta-voz do governo moçambicano e ministro da
Administração Estatal e Função Pública, durante uma conferência de imprensa, em
Maputo.
Reconhecendo a "gravidade da medida" anunciada
pelo presidente norte-americano, o governante moçambicano garantiu, contudo, a
continuidade de serviços essenciais de saúde, pedindo que a população não entre
em pânico.
O governante disse que a suspensão do financiamento tem
também implicações na aquisição e distribuição de medicamentos, e destacou a
importância do apoio para manter programas estratégicos e prioritários de saúde
em Moçambique, como o combate, entre outras doenças, ao VIH/Sida e tuberculose.
"Quer o armazém central, como os regionais, vão sentir,
para os próximos dias, alguma superlotação de medicamentos porque a logística
de transporte para estes meios até aos pontos aonde devem ser distribuídos
[sofreu] uma rutura", detalhou o ministro, acrescentando que também se
coloca em causa o rácio de profissionais de saúde por habitantes.
Segundo o ministro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu um rácio de 45
profissionais de saúde por cada 10 mil habitantes, mas Moçambique tem
pouco mais de 18 profissionais para cada 10 mil habitantes.
"Estamos muito distantes e esta suspensão de apoio
naturalmente constitui um desafio enorme para alcançarmos esta meta",
referiu Inocêncio Impissa.
"O governo iniciou um diálogo com a representação dos
Estados Unidos da América para reverter ou mitigar o cenário da suspensão do
financiamento, mas também mobilizar fontes alternativas de financiamento",
acrescentou Inocêncio Impissa.
Avançou ainda que será necessário definir prioridades e
otimizar os recursos existentes no país para minimizar o impacto da suspensão
de financiamento sobre os serviços essenciais.
"Precisamos definir prioridades do que é que
efetivamente não deve fazer falta durante o período em que esta medida se
mantiver, mas também explorar os mecanismos emergenciais de financiamento para
garantir a continuidade dos serviços críticos até que uma solução durável e
sustentável seja, de facto, encontrada", declarou o porta-voz do executivo
moçambicano.
Nos primeiros dias do seu segundo mandato, Trump suspendeu
toda a ajuda internacional durante 90 dias, com exceção dos programas
humanitários alimentares e da ajuda militar a Israel e ao Egito.
Fonte: SIC Notícias, 17 de fevereiro de 2025
Hamas fabricou bombas com preservativos financiados pelos Estados Unidos? Donald Trump diz que sim
O presidente dos Estados Unidos disse que detetou a despesa durante "uma revisão da grande burocracia onde tem havido um tremendo desperdício, fraude e abuso". Esta não é a primeira vez que Trump fala dos 50 milhões de dólares em preservativos para Gaza
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quarta-feira que o grupo islâmico Hamas usou preservativos financiados por Washington para fabricar bombas usadas contra Israel.
"Identificámos e parámos o envio de 50 milhões de dólares para Gaza para comprar preservativos para o Hamas", afirmou Trump.
"Sabem o que é que eles fizeram com isso (preservativos)? Usaram-nos como método para fabricar bombas", disse Trump a partir da Casa Branca.
Fonte. SIC Notícias, 30 de janeiro de 2025
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