MP espanhol nega extradição de blogger bolsonarista para o Brasil
Shetland – Steven
Robertson, Alison O'Donnell, Ashley Jensen, Marlowe Chan-Reeves
O
Ministério Público invocou que os crimes de que o blogger (ou influencer)
está acusado no Brasil não estão tipificados no
Código Penal de Espanha e que os
factos pelos quais é procurado pela justiça do seu país se enquadram, na
legislação espanhola, no direito à liberdade de expressão
O Ministério Público de Espanha manifestou-se esta
quinta-feira contra o repatriamento do blogger brasileiro Oswaldo
Eustáquio, conhecido bolsonarista e procurado pela justiça do Brasil por tentativa de golpe de Estado e difusão de mensagens
falsas e antidemocráticas.
Oswaldo Eustáquio chegou em 2023 a Espanha, e o Brasil pede
a sua extradição, para prestar contas à justiça.
Numa sessão esta quinta-feira na Audiência Nacional de
Espanha, em Madrid, para analisar o pedido de extradição, o Ministério Público
espanhol manifestou-se contra o repatriamento de Oswaldo Eustáquio.
O Ministério Público invocou que os crimes de que o blogger
(ou influencer) está acusado no Brasil não estão tipificados no Código
Penal de Espanha e que os factos pelos quais é procurado pela justiça do seu
país se enquadram, na legislação espanhola, no direito à liberdade de
expressão.
Oswaldo Eustáquio e o seu advogado seguiram a mesma
argumentação para pedir em tribunal que não seja atendido o pedido de
extradição feito pelo Brasil.
"Sou um perseguido político"
"Sou um perseguido político", disse esta
quinta-feira ao juiz da Audiência Nacional espanhola o próprio Oswaldo
Eustáquio, que se apresentou ao magistrado como
"jornalista de investigação" e escritor.
Oswaldo Eustáquio disse que já esteve detido três vezes no
Brasil, que foi torturado durante as detenções e que se for extraditado teme voltar a ser agredido.
O blogger, apoiante do ex-presidente do Brasil Jair
Bolsonaro, está acusado pela justiça brasileira dos delitos de "abolição
violenta do Estado democrático de Direito" e golpe de Estado, sendo um dos
investigados e procurados no âmbito do processo
das "milícias digitais", que alegadamente encorajaram
dezenas de milhares de pessoas a sair à rua para protestar contra o resultado
das eleições de 2022, e que depois incentivaram a ataques ao Congresso e ao
Supremo Tribunal do país.
Fonte: SIC Notícias, 3 de abril de 2025
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