"Erro técnico": Israel revela resultados da investigação sobre bombardeamento de igreja em Gaza

Perry Mason (1957-1966) – Russell Arms

As fotografias que documentam o incidente mostram o telhado da igreja a arder perto da cruz principal, para além da destruição da fachada de pedra e das janelas estilhaçadas.

Na sua declaração, o exército israelita sublinhou que a investigação não identificou qualquer erro humano, mas atribuiu o incidente na única igreja católica de Gaza a uma avaria técnica nos mecanismos das munições e da artilharia.

Apesar do incidente, o exército não indicou quaisquer sanções para os soldados envolvidos, à semelhança de casos anteriores em que trabalhadores humanitários foram mortos em resultado de erros militares.

"A pedido de representantes do Patriarcado de Jerusalém, a IDF, através da Coordenação das Atividades Governamentais nos Territórios (COGAT), facilitaram a entrada de ajuda humanitária na Igreja da Sagrada Família, incluindo alimentos, equipamento médico e medicamentos", refere o comunicado.

Nos últimos dias, lê-se na mesma nota, "a IDF coordenou a entrada de uma delegação em representação dos Patriarcados Grego e Latino, acompanhada por clérigos cristãos, para visitar a Igreja Latina na Faixa de Gaza. Também coordenou a retirada dos feridos no incidente para receberem o tratamento médico necessário".

O exército sublinhou que os ataques militares visam "apenas alvos de natureza militar", garantindo que "trabalha para minimizar os danos causados a civis e a infraestruturas civis, incluindo locais de culto", lamentando igualmente "qualquer dano causado a civis".

O exército declarou que tinha estudado o incidente para tirar lições e ajustar as regras de uso de artilharia, especialmente quando se trata de alvos situados perto de locais sensíveis. No entanto, as razões do erro técnico permanecem pouco claras.

O incidente provocou uma onda de condenação por parte da Igreja Católica e de vários aliados ocidentais de Israel, que criticaram o que descreveram como "negligência grosseira" na gestão das forças do exército dentro de Gaza.

Numa declaração muito firme, o Patriarcado Latino de Jerusalém condenou o ataque, descrevendo-o como uma "ação flagrante contra um alvo de civis e casas de culto", sublinhando que se tratava de "uma violação direta da santidade dos lugares cristãos e uma violação flagrante das normas humanitárias mais básicas".

A declaração referia ainda que a igreja, localizada no coração de Gaza, estava a acolher crianças, mulheres e famílias deslocadas no momento do bombardeamento.

Declarações de condenação

O presidente dos EUA, Donald Trump, expressou a sua profunda consternação pelo incidente durante uma chamada telefónica com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, descrevendo o ataque como um "erro grave e inaceitável", de acordo com uma porta-voz da Casa Branca. Durante a chamada, Trump sublinhou a necessidade de uma declaração oficial de Israel explicando as circunstâncias do que aconteceu.

Por seu lado, o primeiro-ministro israelita expressou "profundo pesar por um projétil ter caído sobre a igreja", salientando que "cada vida inocente perdida é uma tragédia", sem apresentar um pedido de desculpas direto ou anunciar a abertura de uma nova investigação independente.

Em Paris, o presidente francês Emmanuel Macron condenou veementemente o ataque, sublinhando que a igreja da Sagrada Família está "historicamente sob proteção especial da França", apelando à responsabilização dos culpados e à prevenção da repetição de tais violações.

O Papa Leão XIV apelou também ao fim da "brutalidade da guerra" em Gaza, depois de a terceira grande igreja ter sido alvo de ataques em menos de um ano.

No mesmo contexto, o Jerusalem Post refere que fontes militares israelitas afirmam que os procedimentos de disparo se tornaram mais intensos e impulsivos desde que o major-general Yaniv Assor assumiu o comando da região sul do exército, em comparação com o período anterior, que registou menos incidentes controversos.

A Igreja da Sagrada Família é a terceira grande casa de culto cristã a ser bombardeada desde o início da guerra, depois da Igreja Ortodoxa de São Porfírio


e da Igreja Batista,

numa série de ataques que danificaram as infraestruturas religiosas cristãs de Gaza e reavivaram as preocupações internacionais sobre o declínio dos padrões de contenção dos militares israelitas, especialmente em operações perto de instalações civis.

Fonte: Euronews, 23 de julho de 2025

O "erro técnico" - também é um instrumento de trabalho democrático - arca com todas as culpas e os democratas podem dormir descansados.

Alguns afamados "erros técnicos"

"Apagão foi um erro político e informático"

Centeno não sabe se existiu perda de receita fiscal em consequência do erro da Autoridade Tributária

O ministro das Finanças disse ontem no Parlamento que o apagão informático que levou a que a Autoridade Tributária (AT) não fiscalizasse transferências no valor de 10 mil milhões de euros para offshores foi um "erro político e um erro informático". Mário Centeno acrescentou que não sabe "se existe uma correlação entre o erro político e o erro técnico".

Ontem, foi um dia em cheio para Mário Centeno. O ministro foi apelidado de "Ronaldo do Ecofin" pelo homólogo alemão, Wolfgang Schäuble, assumiu a presidência do Conselho de Governadores do Banco Europeu de Investimento e afirmou à Reuters que a economia portuguesa podia crescer mais de 3% no segundo trimestre de 2017.

O ministro das Finanças foi também dar explicações aos deputados sobre a falta de publicação dos montantes transferidos para paraísos fiscais e sobre o erro informático da Autoridade Tributária que "apagou" 10 mil milhões de euros em transferências de dinheiro para offshores.

Mário Centeno assumiu que não se sabe se existiu uma perda de receita fiscal com as transferências não fiscalizadas, e acrescentou que foi ele quem deu a ordem para que ilha de Man, Jersey e o Uruguai saíssem da lista negra de destinos não cooperantes. Revelou ainda que a AT recusou quatro vezes a saída do Panamá da lista.

Fonte: Correio da Manhã, 25 de maio de 2017

Noruegueses recebem prémios milionários falsos após erro técnico na lotaria

Cerca de 19 mil pessoas acreditaram ter ganho montantes até 100 vezes superiores ao valor real

Durante alguns minutos, milhares de noruegueses foram surpreendidos, na passada sexta-feira (27), com notificações que anunciavam prémios milionários atribuídos pela lotaria europeia Eurojackpot. Contudo, a euforia depressa deu lugar à frustração: tudo não passou de um erro técnico da Norsk Tipping, empresa estatal responsável pelos jogos de fortuna e azar na Noruega.

Segundo o jornal norueguês Verdens Gang, cerca de 19 mil jogadores receberam notificações através da aplicação móvel, e outros 13 mil por SMS, com os valores dos prémios grotescamente inflacionados.

A falha, segundo a Norsk Tipping, deveu-se a um erro na conversão de cêntimos de euro para coroas norueguesas, o que fez com que os montantes aparecessem até 100 vezes superiores ao real.

O incidente provocou uma onda de desilusão em todo o país. Marianne Myren Midtlyng, de 42 anos, contou ao Verdens Gang que chegou a chorar de emoção ao acreditar que tinha ganhado 980 mil coroas (cerca de 83 mil euros), apenas para descobrir minutos depois que o prémio real era de meras 97 coroas (aproximadamente 8 euros).

“Foi uma verdadeira montanha-russa de emoções”, descreveu.

A diretora-executiva da Norsk Tipping, Tonje Sagstuen, pediu desculpas publicamente e apresentou a sua demissão no dia seguinte.

“Lamento profundamente termos gerado tamanha desilusão a tantas pessoas”, declarou em comunicado.

À BBC, Tonje revelou ter recebido mensagens de pessoas que já faziam planos para remodelar as casas ou partir em viagem com os prémios ilusórios.

Foi o caso de uma jogadora que, segundo a emissora pública NRK, recebeu uma notificação com um suposto prémio de 1,2 milhões de coroas norueguesas — cerca de 110 mil euros — e que planeava investir o dinheiro na renovação da sua habitação. Contudo, o prémio real revelou-se apenas uma fração do valor inicialmente anunciado.

O episódio levou o conselho de administração da Norsk Tipping a convocar uma reunião de emergência com o ministério da Cultura, responsável pela supervisão da empresa.

A ministra da Cultura e da Igualdade, Lubna Jaffery, declarou que “erros desta natureza não deveriam acontecer”, sublinhando que a Norsk Tipping detém o monopólio do sector no país.

A empresa garantiu que os valores foram corrigidos no dia seguinte e assegurou que nenhum prémio foi pago de forma incorreta.

Fonte: SBT News, 30 de junho de 2025

França investiga divulgação errada de corte de rating

A pedido do ministro das Finanças, François Baroin, o supervisor abriu um inquérito à difusão errónea da baixa de rating e entrou em contacto com a ESMA, a autoridade de supervisão financeira a nível europeu, para averiguar o caso “ao abrigo das suas competências de controlo das obrigações profissionais das agências de notação”, precisou num comunicado

A agência norte-americana Standard & Poor’s reconheceu a divulgação acidental, explicando sucintamente que, “por causa de um erro técnico, foi difundida automaticamente uma mensagem a alguns utilizadores [registados] do site da S&P Global Credit indicando que a nota de crédito de França tinha sido revista [em baixa]”, cita a AFP.

A situação, contudo, provocou um agravamento da diferença entre os juros da dívida francesa e a referência alemã para os países da zona euro. A taxa de juro das Obrigações do Tesouro francesas a dez anos nos mercados secundários ficou a 167,7 pontos-base (acima) da germânica, colocando os juros da dívida nesta maturidade nos 3,457%, segundo dados da agência Reuters.

O rating da República francesa continua inalterado, no nível AAA, o máximo atribuído à nota de crédito de um país, e permanece igualmente com uma perspetiva estável – o que pressupõe que a agência não tem em mente proceder a qualquer revisão em baixa, como explicou no mesmo comunicado.

A 18 de outubro, a agência Moody’s abriu a porta a uma possível revisão do rating, dizendo que durante três meses avaliaria a perspetiva “estável” da dívida do país à luz dos progressos do governo na aplicação de reformas. Paris anunciou esta semana um novo plano de austeridade para poupar sete mil milhões de euros no próximo ano.

Fonte: Público, 10 de novembro de 2011

Sporting lamenta "erro técnico do VAR que impediu conquista dos três pontos"

Golo marcado pelo Benfica nos descontos confirmou Sporting fora da Liga dos Campeões

O Sporting lamenta um "erro técnico do videoárbitro" que "impediu que a nossa equipa conquistasse os três pontos" frente ao Benfica.

Os leões deixaram escapar a vitória frente ao Benfica nos descontos, com um golo de João Neves na sequência de um livre em que o Sporting ficou a pedir fora de jogo de Florentino Luís. Em comunicado, o clube "volta a reforçar a necessidade de serem conhecidos os áudios entre o VAR e as equipas de arbitragem".

"O jogo de ontem, frente ao SL Benfica, ficou marcado por uma decisão no final da partida onde a unanimidade da crítica afirmou que o golo do empate do adversário é irregular por bloqueio de um jogador encarnado em fora de jogo ao capitão Leonino. Há, claramente, um erro técnico do VAR que não aplicou as leis de jogo, impedindo que a nossa equipa conquistasse os três pontos", pode ler-se.

O Sporting destaca o exemplo inglês mais recente: "Apesar de a FIFA proibir a transmissão dos áudios em direto, em Inglaterra, na semana passada, o responsável máximo da arbitragem, o ex-árbitro Howard Webb, mostrou lances da jornada anterior e respetivos áudios na televisão, explicando as decisões do VAR e apostando numa maior transparência de todo o processo".

Na nota, os leões dizem que "a única forma de termos uma arbitragem mais qualificada e profissional, é trilharmos um caminho pela transparência, onde seja conhecido o racional de decisões que afetam os clubes e a classificação final. Serem conhecidos os áudios do VAR é certamente um passo correto e de extrema importância nesse sentido".

O empate com o Benfica confirmou o 4.º lugar para o Sporting, que entra já na última jornada sem hipótese matemática de chegar à Liga dos Campeões.

"Sabemos que esta foi uma época aquém das expectativas e não queremos, de forma alguma, desculpar o facto de não termos conseguido alcançar os nossos objetivos. No entanto, existem decisões erradas e sem explicação racional que são prejudiciais para nosso futebol e neste caso em concreto falsearam a verdade desportiva do jogo", termina.

Fonte: Rádio Renascença, 22 de maio de 2023  

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