Estado da Nação: mais pensões e menos impostos no pré-autárquicas
O.P.J.
Pacific Sud (2019) - Yaëlle Trules, Hindra Armède
No
debate parlamentar desta quinta-feira, o PS exaltou-se com Aguiar-Branco por
diferença de tratamento face ao Chega. Montenegro assistiu de camarote e
pressionou oposições a deixarem governar
Assim que o primeiro-ministro anunciou no parlamento que o governo
vai dar um novo suplemento extraordinário aos pensionistas, a sala do
plenário reagiu. Com palmas das bancadas do PSD e CDS e com apupos das
oposições, que fizeram uma leitura menos benévola: o dinheiro chegará em
setembro, semanas antes das eleições autárquicas. A par deste bónus de entre
€100 e €200 para todas as pensões até €1567,50, semelhante ao que aconteceu no
ano passado, Montenegro anunciou ainda que o Conselho de Ministros desta
sexta-feira vai também aprovar uma proposta de redução de IRC para 19% em 2026,
com o objetivo de manter a redução de 1 ponto percentual por ano até chegar aos
17% em 2028. Às pensões e ao IRC junta-se ainda a redução de IRS, aprovada com
o Chega esta semana, que vai também ter repercussões no ano seguinte e cujos
efeitos começam a sentir-se entre agosto e setembro. Ou ainda o anúncio, também
feito em plenário, de que o governo vai alargar o apoio à deslocação a todos os
professores da escola pública a partir de 1 de setembro.
Fonte: Expresso, 17 de julho de 2025
"Fanfarrão" ou "frouxo":
advertência de Aguiar-Branco "envergonha" deputado do PS e gera
tensão no debate do Estado da Nação
PS
critica "dualidade de critérios" do presidente da Assembleia da
República após bate-bocas entre José Luís Carneiro e André Ventura
Foi um dos momentos mais tensos do debate do Estado da
Nação. Terminava a primeira de cinco horas de debate quando uma advertência do
presidente da Assembleia da República (PAR) gerou duras críticas do PS à
condução dos trabalhos.
"Há limites do tolerável e há instantes, perante a
intervenção de André Ventura, que designou o líder do PS com impropérios muito
piores, vossa excelência ficou calado! Em silêncio! Sou deputado desta casa há
muitos anos, tenho vergonha do senhor presidente porque mostra dualidade de
critério”, atirou Pedro Delgado Alves, visivelmente irritado. O socialista chegou mesmo a acusar Aguiar-Branco de
"não ter coragem de defender a câmara e os deputados" perante a
"extrema-direita".
A intervenção do deputado do PS (aplaudida de pé por
praticamente toda a esquerda) era uma reação à advertência feita por José Pedro
Aguiar-Branco a José Luís Carneiro. O
secretário-geral do PS terminava a sua intervenção no debate do Estado da Nação
apelidando André Ventura de "fanfarrão". Só que, na
intervenção anterior, tinha sido o líder do Chega a classificar a oposição de
José Luís Carneiro como a "mais frouxa" de todas. Uma provocação que
passou sem nenhum reparo da Mesa.
"Podemos e devemos
atacar as ideias,
mas dizer que um colega é fanfarrão não me parece o tratamento urbano",
considerou o PAR. E insistiu que é diferente adjetivar negativamente as ideias
e "imputar a uma pessoa essa caraterística".
Mas a advertência teve o efeito oposto e os socialistas
mostraram-se prontamente indignados com a postura de Aguiar-Branco, que tinha
deixado passar a provocação do Chega sem qualquer advertência. Mais contido, o
líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, insistiu que a
"flexibilidade [de Aguiar-Branco] para a forma como aquela bancada [Chega]
se refere aos outros deputados é bastante maior do que quando olha para este
lado [esquerda] da bancada".
O incidente acontece dez dias após Aguiar-Branco ter
defendido a "liberdade de expressão" do Chega em nomear crianças para
fazer um ponto sobre acesso de estrangeiros a creches públicas. A intervenção
de André Ventura no parlamento já espoletou a abertura de um processo na
Comissão de Proteção de Dados e uma queixa do Livre junto da Comissão de
Transparência e Estatuto dos Deputados.
Fonte: Expresso, 17 de julho de 2025
O Estado da População atingiria um nível de felicidade incomparável se as eleições ocorressem anualmente.
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