Trump desmente Netanyahu: "Há fome em Gaza, não dá para fingir". Culpa Israel (além do Hamas), faz promessa: "Vamos dar comida boa e forte"



Donald Trump e a apresentadora de televisão americana Brooke Burke comendo pizza da Domino's

Trump diz que os EUA vão criar "centros alimentares" em Gaza e contradiz Netanyahu sobre a crise de fome

Donald Trump anunciou esta segunda-feira que os EUA vão criar "centros alimentares" em Gaza para lidar com a crise de fome e desnutrição em curso, face ao bloqueio de ajuda de Israel.

"Vamos criar centros alimentares e vamos fazê-lo em conjunto com algumas pessoas muito boas. Vamos fornecer fundos, acabámos de receber biliões de dólares, temos muito dinheiro e vamos gastar um pouco de dinheiro em comida. Outras nações estão a juntar-se a nós", afirmou o presidente dos EUA. "Então vamos criar centros de distribuição de alimentos nos quais as pessoas podem entrar sem restrições, não vamos ter cercas."

Trump, que culpou em grande parte o Hamas pelo atraso na distribuição de ajuda aos civis em Gaza, acrescentou que Israel "tem muita responsabilidade" por limitar a ajuda à região, mas novamente pediu ao Hamas que liberte os reféns ainda mantidos em Gaza para facilitar as negociações.

O presidente dos EUA também discordou da afirmação do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu no fim de semana de que "não há fome em Gaza".

"Isso é fome de verdade", disse Trump. "Eu vejo isso e não dá para fingir. Então, vamos envolver-nos ainda mais."

Trump afirma que há desafios associados à distribuição de alimentos em Gaza

Trump reconhece os desafios associados à distribuição de alimentos no enclave, referindo-se às imagens de palestinianos a fazer fila para receberem ajuda

Questionado por jornalistas sobre os centros alimentares" que os EUA planeiam criar em Gaza e quem será responsável por eles, Trump acrescenta: "Os Estados Unidos ajudarão com os alimentos" e "também vamos garantir que não haja barreiras a impedir as pessoas".

Trump comenta ainda as barreiras que os palestinianos enfrentam na tentativa de obter ajuda.

"Vocês viram as áreas onde eles realmente têm alimentos e as pessoas estão a gritar por comida lá dentro — elas estão a 35, 40 metros de distância, e não as deixam passar porque têm filas organizadas, sejam elas organizadas pelo Hamas ou por quem quer que seja", diz Trump. "Mas são filas muito rígidas, temos de nos livrar dessas filas. Mas vamos conseguir comida boa e forte. Podemos salvar muitas pessoas."

Fonte: CNN Portugal, 28 de julho de 2025

Não há fome em Gaza. A comida é distribuída pelo cais flutuante de Gaza. É distribuída pela Gaza Humanitarian Foundation. E, acima do estômago, prevalecem as boas tradições que Netanyahu segue escrupulosamente para que não morram.

Como os nazis usaram a fome como arma

A judia polaca e sobrevivente do Holocausto Kitty Hart-Moxon recorda uma cena em Auschwitz:

“Era quase meio-dia e, ao longe, vimos tambores grandes a serem transportados das cozinhas. Já os tinha visto nas prisões e sabia que vinha sopa. Das barracas próximas, raparigas corriam. Alguma sopa tinha sido entornada, e elas deitavam-se no chão a lambê-la da lama. Outras reviravam os caixotes do lixo na esperança de encontrar cascas de batata.”

Para os nazis, a fome era uma arma a ser usada contra os seus inimigos e vítimas. Nos campos de concentração e de extermínio, os prisioneiros sofriam terrivelmente devido à ingestão calórica extremamente baixa, causada pela escassez absoluta de alimentos.

Em Auschwitz, como Hart-Moxon descreve, os prisioneiros recebiam ao almoço uma sopa rala, sem carne e apenas com restos de pastinacas ou outras raízes. Ao jantar, tinham direito a uma pequena porção de pão.

Estas refeições miseráveis levavam rapidamente à extrema emaciação, caracterizada por perda acentuada de peso e atrofia muscular num curto espaço de tempo. Os sintomas da fome incluíam fraqueza muscular e declínio progressivo da energia, lentidão nos movimentos e debilidade geral, alterações na expressão facial, olhos encovados e uma grande vulnerabilidade a infeções.

Fonte: History Extra, 27 de outubro de 2022

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