“Uma onda de um tipo de assalto que não existia” na Baixa de Lisboa leva associação a exigir resposta do governo
Perry Mason
(1957-1966) – Connie Hines
A Associação Dinamização da Baixa Pombalina (ADBP) alertou
esta segunda-feira para o agravamento de uma onda de assaltos diários em
estabelecimentos na Baixa de Lisboa e pediu a intervenção do governo por
considerar que o esforço local é insuficiente.
De acordo com a ADBP, têm-se registado uma “média
preocupante de cinco a seis ocorrências por
noite”, que acrescem aos problemas já identificados anteriormente
nesta zona da cidade de Lisboa, como “a venda ambulante abusiva, a
intensificação da comercialização ilegal de louro
prensado, bem como o consumo e tráfico de droga em espaço
público”.
O presidente da ADBP, Manuel de Sousa Lopes, disse à Lusa
que a associação tem mantido reuniões periódicas com a PSP, a Câmara Municipal
de Lisboa (CML) e com a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior para dar conta
destes problemas de insegurança, que “nestes últimos tempos estão a
agravar-se”.
Devido a este agravamento, segundo um comunicado da ADBP, a
associação pediu também uma audiência de carácter urgente à ministra da
Administração Interna, com o objetivo de garantir a coordenação de ações por
parte do poder central, uma vez que “os esforços locais, por si só, já se
revelaram insuficientes para responder a esta complexidade e escala da
realidade atual”.
“Fizemos a nossa exposição, esperamos que haja resposta,
para as nossas necessidades de segurança na nossa Baixa e, acima de tudo, uma
videovigilância que seja instalada mais rapidamente, porque não é [apenas] a
segurança para o comércio: é uma segurança para a cidade e para a nossa Baixa
Pombalina”, indicou, salientando que o sistema
seria “os olhos da polícia no meio da rua”, permitindo agir com
maior rapidez para evitar assaltos.
Ainda segundo Manuel de Sousa Lopes, trata-se de “uma onda
de um tipo de assalto que não existia” e que se tem agravado nos últimos
tempos, que tem sido “absolutamente assustadora” e muito preocupante para os
empresários, “que se queixam amarguradamente que a insegurança começa a ser um
problema grave para os estabelecimentos de porta aberta”.
De acordo com o responsável, são “roubos de entrar no estabelecimento, roubar e ir embora”,
que, de uma maneira geral, estão a afetar todo o tipo de comércio, mesmo o
tradicional, em que “o vidro da montra é partido” para depois ser roubado o
conteúdo do estabelecimento.
“Nalguns dos casos, só por
má-fé, parte-se o vidro e não se faz mais nada. Noutros, o vidro é
partido e são roubados produtos que estão dentro do estabelecimento”, contou.
A ADBP considerou ainda que o fenómeno está a contribuir
“para um ambiente de degradação urbana, alimenta um sentimento de impunidade e
coloca em causa a atividade comercial e a segurança de residentes,
trabalhadores e visitantes”.
Fonte: TVI Notícias, 28 de julho de 2025
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