“Assassinos de crianças”: centro cultural judaico em Lisboa alvo de vandalismo todas as semanas
"Há
uma explosão de antissemitismo" em Lisboa, lamentou o dirigente do Centro
Cultural Judaico, lembrando que os judeus e israelitas que vivem em Portugal
não são responsáveis pelo conflito em Gaza
O Centro Cultural Judaico - Rua da Judiaria, em Lisboa, tem
sido alvo de atos semanais de vandalismo e mensagens
de ódio desde o início da guerra
no Médio Oriente, disse à Lusa o fundador da associação.
Nas paredes exteriores do centro surgem todas as semanas autocolantes e mensagens escritas sobre o boicote a Israel e contra os israelitas, contou Luciano Waldeman, exemplificando com "Vocês não são bem-vindos a Portugal" ou "Morte a Israel".
"As pessoas não estão a
conseguir separar as coisas", lamentou, destacando que o centro
tem sido alvo de agressões antissemitas.
Na segunda-feira estavam escritas nas paredes do centro
cultural judaico mensagens como "Free Gaza", mas também declarações de ódio aos judeus como
"assassinos de crianças".
O fundador do centro Rua da Judiaria relatou ainda que a cada duas semanas aparece alguém que tenta arrancar da
parede a Estrela de Davi, um símbolo judaico em forma de estrela de
seis pontas.
Luciano Waldman disse que já teve conflitos com pessoas do
grupo Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), um
movimento liderado por palestinianos que
defende o fim da ocupação israelita em Gaza e da colonização dos territórios
palestinianos.
"Eu disse ao homem: Olhe, respeito as suas opiniões,
mas os adesivos não. Simplesmente o homem quis agredir-me, gritava como um
louco a dizer 'és sionista, sionistas como tu têm que morrer, pessoas como tu
merecem a morte' e assim por diante", disse.
Contactado pela Lusa, o BDS negou as acusações e declarou
não ter conhecimento dos conflitos, sublinhando que não tolera atos
discriminatórios.
"Em conformidade com a definição de discriminação
racial da ONU, o movimento BDS não tolera qualquer ato ou discurso que adote ou
promova, entre outros, o racismo anti-negro, o racismo anti-árabe, a
islamofobia, o antissemitismo, o sexismo, a xenofobia ou a homofobia",
indicou a organização.
O movimento disse ainda que rejeita a comparação de críticas
ao estado de Israel com antissemitismo.
"Repudiamos qualquer tentativa, desonesta e perigosa,
de equiparar e fazer equivaler a antissemitismo àquilo que são críticas ao
Estado de Israel e ao sionismo", indicou o BDS.
Luciano Waldman disse que já recebeu insultos racistas na Rua da Judiaria,
exemplificando: "Volta para a tua terra, o
homem do bigodinho tinha razão".
"Há uma explosão de
antissemitismo" em Lisboa, lamentou o dirigente, lembrando que os judeus e
israelitas que vivem em Portugal não são responsáveis pelo conflito em Gaza.
"Nós não somos os soldados e nós não somos o governo de
Israel que está a tomar decisões sobre a guerra" referiu o responsável.
Disse ainda que já fez centenas de queixas à Câmara de
Lisboa sobre as mensagens de ódio e as situações são publicadas nas redes
sociais do centro, no Instagram, no Facebook, destacando que até agora nada foi
feito.
"Nada é feito e as coisas estão só a piorar",
alertou o responsável.
A Lusa tentou contactar a Câmara de Lisboa para obter
esclarecimentos, mas a autarquia não respondeu.
Fonte: CNN Portugal, 6 de setembro de 2025
Não há qualquer razão plausível — salvo a tática lógica militar de matar para exterminar o inimigo — para que crianças sejam assassinadas. A modernidade já dispõe de circuitos alternativos para o seu aproveitamento: podem ser convenientemente transferidas para as redes americanas e inglesas de entretenimento, onde se convertem em objetos de recreação lúbrica para a elite ultrarrica. A morte, neste contexto, revela-se não apenas bárbara, mas até economicamente ineficiente, como sucedia, em tempos idos, com os prisioneiros de guerra, antes da invenção desse grande salto progressista da humanidade: a escravatura.
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