Fábrica do avião português já está em licenciamento em Ponte de Sor. Obras devem arrancar ainda este ano
Memórias do Sado
A marca Sado criou um único modelo produzido pelo Grupo Entreposto entre 1978 e 1985, o modelo Sado foi um carro que teve bastante sucesso em Portugal na altura.
As vendas iniciaram-se em 1982 e custava cerca de 260 000 escudos. As primeiras 50 unidades venderam-se como pão quente e tiveram até uma lista de espera.
O carro era leve, chegava aos 110 km/h e tinha um motor de 2 cilindros com uma potência de 28 cavalos.
Câmara
de Ponte de Sor já recebeu o pedido de licenciamento para a fábrica onde será
produzido o avião ligeiro português. Está prevista a criação de 150 a 300
postos de trabalho
O pedido de licenciamento da fábrica de assemblagem do
LUS-222, o avião português de uso civil e militar, já foi entregue pelo
consórcio na Câmara Municipal de Ponte de Sor. Projeto poderá criar até 300
empregos diretos.
“Já está na câmara o pedido de licenciamento da fábrica do
avião, estando em aprovação pelos serviços do município”, avança ao ECO o
vice-presidente da autarquia de Ponte de Sor, Rogério Alves. “O que se espera é
que a construção arranque até ao fim do ano”, acrescenta.
O LUS-222 é um bimotor de asa alta para transporte de
passageiros ou carga, projetado pela empresa portuguesa Aircraft and
Mantenance, o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA), a
Força Aérea Portuguesa e a Geosat.
A fábrica, que ocupará uma área coberta de 18 mil metros
quadrados, permitirá a criação de 150 a 300 postos de trabalho diretos no
aeródromo de Ponte de Sor, consoante seja um ou dois turnos, explica Rogério
Alves. Os últimos números apontam para um investimento total de 220 milhões de
euros. Só para a fábrica são mais de 30 milhões.
“Portugal passa a ser um integrador final de montagem de uma
aeronave. São poucos os países que o fazem. O projeto vai trazer um nível de
desenvolvimento completamente diferente à aeronáutica em Portugal”, antecipa o
vice-presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, que espera que alguns
fornecedores se possam vir a instalar no Alentejo.
Integrado na agenda mobilizadora do PRR Aero.Next, o projeto
foi um dos que foi alvo da reprogramação fechada a semana passada pelo Governo,
com o reforço da componente militar e um maior envolvimento da Força Aérea.
“A Força Aérea juntou-se ao projeto por ver as necessidades [do mercado] e também por poder adaptar a aeronave para
cumprir determinadas missões fundamentais, nomeadamente, desde logo, o apoio à
preservação da vida em evacuações aeromédicas, em busca e salvamento, em
transporte e carga, lançamento de carga para sítios em que haja necessidade e
que haja impossibilidade de aterrar”, explicou João Cartaxo Alves, chefe do
Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa, em declarações à Lusa em abril.
O avião terá capacidade para transportar 2700 quilogramas de
carga ou 19 passageiros e tem rampa traseira. Poderá fazer transporte
logístico, ser usado em missões governamentais civis ou militares ou no
transporte regional, por exemplo entre ilhas, indica o site da Aero.Next. A
produção em série está prevista arrancar em 2028.
No projeto participam ainda cerca de 100 engenheiros que
estão no Parque de Ciência e Tecnologia de Évora.
A agenda Aero.Next inclui ainda o desenvolvimento e produção
de uma aeronave não tripulada para operações de vigilância e monitorização,
liderado pela Tekever, um drone para transporte de mercadorias em contexto de
emergência médica, liderado pela Eliot, um drone para trabalhos de manutenção
em aeronaves, projeto liderado pela Aeromec, e uma solução para a produção de
prototipagem rápida de peças de avião, a cargo da LauaK.
De acordo com o portal Mais Transparência, do PRR, já foram
pagos 49,7 milhões de euros de um total de 90,84 milhões. Os principais
beneficiários são o CEIIA, com um financiamento atribuído de 34,52 milhões, a
EEA – Aircraft and Maintenance, com 15,5 milhões, e a Tekever, com 18,5
milhões, mas distribuídos por três sociedades diferentes.
Fonte: ECO, 1 de setembro de 2025
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