Israel planeia deter membros da flotilha como "terroristas"

Avengement (2019) - Scott Adkins

Depois de várias flotilhas paradas e ativistas detidos no passado, Israel já terá pronta uma nova resposta para lidar com a Flotilha Global Sumud, o grupo de barcos que tem como destino a Faixa de Gaza. Segundo o jornal Israel Hayom, o executivo liderado por Benjamin Netanyahu vai endurecer as penalizações e pretende apreender os barcos e tratar os tripulantes, incluindo Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Greta Thunberg e Miguel Duarte, como “terroristas”.

A iniciativa, explica o jornal, partiu do ministro responsável pela pasta da Segurança Interna, Itamar Ben Gvir, conhecido por ser da ala da extrema-direita do governo do país, que apresentou o plano numa reunião realizada na residência de Benjamin Netanyahu e que juntou vários outros ministros.

Ben-Gvir, que também se terá reunido com altos quadros da polícia e de guardas prisionais na passada quinta-feira, planeia deter todos os ativistas como “terroristas”, colocando-os nas prisões de Ktzi’ot (homens) e Damon (mulheres), normalmente utilizadas pelas autoridades israelitas para deter pessoas acusadas deste crime.

“O plano proposto estabelece medidas que reforçam a posição inabalável de Israel em proteger as suas fronteiras e garantir a segurança nacional”, terá dito Ben Gvir na reunião do governo, e na qual também terão participado o ministro da Defesa, Israel Katz, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Gideon Sa’ar, e o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer.

A detenção por acusação de terrorismo teria como base, para as autoridades israelitas, o facto de os ativistas estarem a chegar a uma “área militar restrita”, para além de estarem a “criar documentação a ligar cada indivíduo a terroristas e grupos terroristas”. Nas prisões, os ativistas não terão acesso a “televisão, rádio e comida de alta qualidade”.

“Não permitiremos que indivíduos que apoiam o terrorismo vivam confortavelmente. Eles enfrentarão todas as consequências das suas ações”, acrescentou.

Depois das detenções, os mais de 50 barcos utilizados na missão humanitária da flotilha seriam confiscados pelas forças israelitas e entregues à polícia do país, que criaria uma “força marítima” com as embarcações.

O Israel Hayom indica que a crença de Ben-Gvir é de que uma posição mais dura iria persuadir ativistas de futuras tentativas de quebrar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza, apesar de ministros como Gideon Sa’ar ou mesmo o próprio Benjamin Netanyahu terem elogiado a anterior gestão do responsável pela Segurança Interna israelita.

Fontes próximas de Ben-Gvir citadas pelo Israel Hayom, dizem que o ministro acredita que “após várias semanas em Ktzi’ot e Damon”, os ativistas “vão se arrepender” de terem ido para Israel. “Temos de eliminar a vontade que têm de tentar novamente”, acrescentou a fonte.

Fonte: Observador, 1 de setembro de 2025

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