Reformou-se antecipadamente, consultou o ChatGPT, e perdeu a maior parte da pensão
Perry Mason
(1957-1966) – Enid Jaynes, Malcolm Atterbury
Um
trabalhador espanhol que decidiu reformar-se antecipadamente perdeu parte
significativa da sua pensão depois de consultar o ChatGPT para obter conselhos
sobre como fazê-lo. Em vez de 800 euros por mês, vai receber 200. “Saiu-lhe
caro para toda a vida”
Seguir à risca os conselhos financeiros de uma Inteligência
Artificial acabou por sair muito caro a um espanhol, que ficou com uma pensão
de reforma mínima para o resto da vida.
Segundo o El Confidencial, um erro no planeamento da
reforma deixou um trabalhador com uma pensão muito abaixo do esperado, depois
de ter confiado nas respostas do ChatGPT.
O homem, que procurava aposentar-se antecipadamente, fez os
cálculos com base em informação incorreta, o que lhe custou perder para sempre
uma parte significativa dos rendimentos.
O caso aconteceu a um cliente de Nacho, advogado especializado em direito laboral e criador de
conteúdos, que o relatou num vídeo publicado no TikTok. “O ChatGPT
saiu-lhe caríssimo para toda a vida a um dos meus clientes”.
Segundo explica o advogado, o cliente perguntou à ferramenta
de inteligência artificial quanto receberia de pensão e seguiu as indicações
sem confirmar os dados com um profissional.
O advogado contou ainda que o chatbot do ChatGPT chegou a
citar uma alegada “cláusula quadragésima sétima” de uma lei para justificar o
cálculo, cláusula essa que simplesmente não existia.
O cliente acreditava que teria direito a cerca de 800 euros
de pensão, caso se reformasse antecipadamente, mas a decisão oficial fixou o
valor em apenas 200 euros mensais. “No fim, vai reformar-se e, dos 800 euros…
Sabem quanto ficou? Duzentos. Duzentos euros para toda a vida”, sublinhou
Nacho.
O especialista alerta que este não é um caso isolado. Noutra
ocasião, ao colocar ao ChatGPT dúvidas sobre prazos num despedimento, a
ferramenta deu informação errada relativamente à suspensão dos termos após a
conciliação.
“É uma ferramenta que ajuda, mas que em muitos casos não é
fiável”, reforça o advogado, acrescentando: “recorre
sempre a um profissional e,
sobretudo, não te deixes enganar”.
Fonte: ZAP, 5 de setembro de 2025
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