Farage responde a “ataques” do PM britânico que considera inapto a liderar Reino Unido
Perry Mason
(1957-1966) – Dub Taylor
O líder do partido de direita populista britânico, o Reform
UK, Nigel Farage, respondeu hoje ao que classificou como “ataques pessoais” do
primeiro-ministro, Keir Starmer, declarando considerá-lo “inapto” para liderar
o Reino Unido.
Num comunicado divulgado pela sede londrina do Reform UK nas
redes sociais, Farage reagiu ao discurso de hoje de Starmer na conferência
anual do Partido Trabalhista, em Liverpool, em que o primeiro-ministro afirmou
que o Reform UK, o seu discurso e as suas propostas anti-imigração e
antieuropeias representam uma “degradação” para o país.
“Pensava que o
primeiro-ministro era um homem digno, alguém com quem se podia falar e
interagir. Podemos ter divergências nas nossas visões do mundo, mas pensei que
era um ser humano profundamente respeitável (…). Agora, penso que é inapto para
ser o primeiro-ministro do nosso país”, declarou Farage.
O dirigente do partido populista de direita disse estar
“completamente chocado” com as palavras de Starmer, que considerou
representarem “uma última tentativa desesperada” de um líder que está a braços
com “problemas graves e não é capaz de obter o apoio de metade do seu próprio
partido”.
“Quando foi a última vez que ouviram Nigel Farage dizer algo
positivo sobre o futuro do Reino Unido? Ele não gosta do Reino Unido, não
acredita nele”, declarou Starmer durante a conferência do Partido Trabalhista,
numa das suas acusações mais diretas ao adversário político.
“Diz Starmer que não gosto ou não amo este país. Bem,
deixem-me dizer que durante 30 anos lutei pela soberania britânica, lutei por
que fossemos uma nação autónoma, porque sempre
pensei que as melhores pessoas para governar o Reino Unido são os britânicos”,
comentou o líder do Reform UK.
Recordou também o papel que desempenhou na campanha do
Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), em 2016, “o maior mandato
democrático que foi concedido no país”, e sustentou que Starmer passou anos a
tentar inverter o resultado, porque “fica feliz” quando o Reino Unido é
governado a partir de fora, seja por Bruxelas, pelas Nações Unidas ou por
tribunais internacionais.
“Ele não acredita no Reino Unido como a maioria de nós
acredita. O seu nível total de negação sobre a rutura do país é
extraordinário”, comentou Farage antes de enumerar os problemas de
infraestruturas, saúde, criminalidade e migração que, segundo ele, a sociedade
britânica enfrenta.
“O Reino Unido está danificado, precisa de ser reparado, e a
nossa visão para o futuro é a mais positiva”, acrescentou.
Na mesma linha, Farage criticou que Starmer e o seu governo
tenham classificado como “racistas” as suas propostas para a política
migratória, que incluem a eliminação da residência permanente no Reino Unido
para cidadãos estrangeiros, entre outras, e advertiu de que a linguagem pode
incitar à violência por parte da “esquerda radical”, após casos como o do
ativista de extrema-direita norte-americano Charlie Kirk, assassinado no início
de setembro enquanto falava num evento, nos Estados Unidos.
Farage concluiu a sua intervenção assegurando que em maio,
nas próximas eleições autárquicas em grande parte do país, o Reform UK vai dar a Starmer “uma lição de história
política que jamais esquecerá”.
Fonte: Lusa, 30 de setembro de 2025
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