Israel diz que queixas de maus-tratos a ativistas "são mentiras descaradas": "Curiosamente, a própria Greta recusou-se a acelerar a sua deportação"
Greta
Thunberg denunciou ao ministério dos Negócios Estrangeiros da Suécia situações
de maus-tratos por parte de Israel
O ministério dos Negócios Estrangeiros israelita diz que as
denúncias de maus-tratos aos ativistas da flotilha são “mentiras descaradas” e
garante que estão a ser cumpridos "todos os direitos legais" na
detenção dos cerca de 450 detidos em Israel.
“As alegações relativas aos maus-tratos infligidos a Greta Thunberg e a outros detidos da frota Hamas-Sumud são mentiras descaradas. Todos os direitos legais dos detidos são plenamente respeitados”, garante o ministério, na rede social X.
“Curiosamente, a própria Greta e outros detidos recusaram-se a acelerar a sua deportação e insistiram em prolongar a sua permanência sob custódia”, sublinha o ministério, acrescentando que a jovem ativista sueca “também não apresentou queixa às autoridades israelitas sobre nenhuma destas queixas ridículas e infundadas - porque elas nunca aconteceram.”
No sábado, a imprensa britânica divulgou uma troca de
e-mails entre Greta Thunberg e o ministério dos Negócios Estrangeiros da
Suécia, nos quais a jovem ativista denunciava situações de maus-tratos por
parte de Israel.
Nos e-mails, Greta Thunberg informava que tinha pouca comida
e água disponíveis e que a sua cela estava "infestada de percevejos".
"A embaixada conseguiu encontrar-se com Greta. Ela
informou que estava desidratada. Recebeu quantidades insuficientes de água e
comida. Também afirmou que tinha desenvolvido erupções cutâneas, que suspeita
terem sido causadas por percevejos. Falou de maus-tratos e disse que tinha
ficado sentada durante longos períodos em superfícies duras”, pode ler-se num
dos e-mails enviados pelo ministério a pessoas próximas da jovem ativista.
O email refere também um relato de outro detido por Israel,
que mencionou que Thunberg foi “forçada a segurar bandeiras enquanto tiravam
fotos".
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a
atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves estão entre os
450 detidos em Israel desde a noite de quarta-feira, quando as forças
israelitas intercetaram a maior parte das embarcações da Flotilha Global Sumud,
que pretendia entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
O ministério dos Negócios Estrangeiros estima que os quatro
portugueses devem ser deportados para Portugal "ainda hoje",
ressalvando que a confirmação definitiva do regresso “só poderá, no entanto,
ser dada no momento em que todos se encontrem dentro do avião”.
Fonte: CNN Portugal, 5 de outubro de 2025
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