Berlim responde à ameaça de Putin sobre uma Guerra Fria
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No domingo, Putin ameaçou reiniciar
a produção de armas nucleares de alcance intermédio se os Estados Unidos
confirmarem a sua intenção de instalar mísseis na Alemanha ou noutro ponto da
Europa
O Governo alemão assegurou esta segunda-feira que não se deixará intimidar pelas ameaças do Presidente
russo, Vladimir Putin, de reiniciar a produção de armas nucleares de alcance
intermédio, como medida de retaliação pela planeada instalação de mísseis
norte-americanos na Alemanha.
"Não nos vamos deixar intimidar por tais
declarações", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros
alemão, Sebastian Fischer, em conferência de imprensa em Berlim.
No domingo, Putin ameaçou reiniciar a produção de armas
nucleares de alcance intermédio se os Estados Unidos confirmarem a sua intenção
de instalar mísseis na Alemanha ou noutro ponto da Europa.
"Se
os Estados Unidos puserem em prática esses planos, consideramo-nos libertados
da moratória unilateral anteriormente adotada sobre a instalação de capacidades
de ataque de médio e curto alcance", afirmou Putin num discurso na
cidade russa de São Petersburgo durante um desfile naval, por ocasião do Dia da
Marinha.
"Tomaremos contramedidas para as utilizar, tendo em
conta as ações dos Estados Unidos e dos seus satélites na Europa e noutras
regiões do mundo", advertiu Putin.
Este tipo de arma, com um alcance entre 500 e 5500
quilómetros, foi em tempos objeto de um tratado de limitação entre Washington e
Moscovo, o Tratado sobre as Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF), um
compromisso que foi firmado na época soviética.
A Rússia e
os Estados Unidos retiraram-se do tratado em 2019, acusando-se
mutuamente de não respeitarem as disposições do protocolo. "Este tipo de
míssil, proibido pelo Tratado INF, já foi desenvolvido e instalado há muito
tempo - a Rússia violou, portanto, o Tratado INF e o que estamos a planear
agora é a resposta a esta situação", disse Sebastian Fischer.
Fonte: SIC Notícias, 29 de julho de 2024
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