Eurodeputados à esquerda entoam "Bella Ciao" após intervenção de Orbán no PE
Os
eurodeputados à esquerda do hemiciclo começaram hoje a cantar a música da
resistência antifascista italiana “Bella Ciao” depois da intervenção de Viktor
Orbán no Parlamento Europeu (PE), impedindo o início da intervenção da
presidente da Comissão
Depois da intervenção de Viktor Orbán no PE, em Estrasburgo
(França), para apresentar as prioridades da presidência húngara do Conselho da
União Europeia (UE), a presidente do parlamento, Roberta Metsola, anunciou que
discursaria Ursula von der Leyen.
Um grupo de eurodeputados da Esquerda e socialistas começou
a cantar o refrão da música “Bella Ciao”, que ficou conhecida pela importância
que adquiriu na luta antifascista italiana durante o regime de Benito Mussolini
e contra as tropas nazis.
Um grupo de eurodeputados do Patriotas pela Europe, grupo político que
nasceu nesta legislatura e que agrega
os dois eurodeputados do Chega, levantou-se para aplaudir Viktor
Orbán.
O grupo, que incluiu o eurodeputado português Tiago Moreira
de Sá, continuou a aplaudir, enquanto os eleitos à esquerda continuavam a
cantar, impedindo a presidente da Comissão Europeia de intervir no plenário.
Roberta Metsola exigiu respeito pela instituição,
mas os eurodeputados não acederam.
“Isto não é a Eurovisão. Isto mais parece a Casa de Papel,
mas isto não é a Eurovisão, vamos respeitar a dignidade desta casa”, criticou a
presidente do Parlamento Europeu, aludindo à série televisiva espanhola que
voltou a popularizar a canção nos últimos anos.
Fonte: Lusa, 9 de outubro de 2024
Ninguém pode acusar os eurodeputados de incultura, pois se eles até veem televisão para brilhar em cultas citações.
Facebook atira o seu discurso de ódio contra os eurodeputados canoros. É a única explicação. É impossível que a foto do Parlamento Europeu seja confundida com o ânus de uma mulher, pelo menos a seco, só através uma teoria da conspiração que envolvesse um designer de interiores ao serviço de Putin, que, malicioso, trocasse os eixos por círculos, naquele ponto no qual o quinto postulado de Euclides encontra a op art.
"É um risco de segurança
para todos os Estados-membros". Von der Leyen e Órban extremam posições
por causa da Ucrânia
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen,
lançou esta quarta-feira algumas críticas à Hungria, destacando o impacto
negativo das suas políticas na segurança europeia. O embate, que ocorreu no
Parlamento Europeu, confirmou a crescente subida de tom entre Budapeste e as
instituições da União Europeia, especialmente em assuntos relacionados com a
guerra na Ucrânia.
Von der
Leyen criticou abertamente a constante excitação do primeiro-ministro húngaro,
Viktor Órban, em alinhar-se com os parceiros da UE para apoiar a Ucrânia na
invasão russa. A líder europeia denunciou o facto de que, apesar das atrocidades cometidas na
guerra, ainda
existem vozes que culpam a vítima em vez do agressor. "O mundo
testemunhou as atrocidades da guerra da Rússia. E, no entanto, ainda há alguns
que culpam por esta guerra, não o invasor, mas os invadidos", afirmou.
Em resposta, Órban expressou a sua "surpresa" com
as declarações de von der Leyen, negando qualquer tipo de comparação entre a
resistência húngara à opressão soviética em 1956 e a luta da Ucrânia. O
primeiro-ministro húngaro, que tem uma longa história de tensões com as
instituições europeias, reiterou a necessidade de um cessar-fogo na Ucrânia e
considerou a resposta da UE à guerra como "mal planeada e mal
implementada".
O conflito entre os dois líderes não se restringiu apenas à
guerra na Ucrânia. Von der
Leyen criticou iniciativas húngaras que favorecem a Rússia, como um
programa que facilita a entrada de russos e bielorrussos no país e um acordo que permite a patrulha conjunta
de polícias húngaros e chineses. Estas decisões foram vistas como
uma traição aos princípios
da União Europeia, que pretende isolar Moscovo devido à sua agressão.
Por seu lado, Órban aproveitou a ocasião para desafiar a
posição da UE, afirmando que a política europeia em relação à guerra está
errada e pedindo uma reavaliação da estratégia. "Se queremos ganhar, temos
de mudar esta estratégia de derrota", defendeu, referindo-se à sua visita
a Moscovo em julho, que gerou discórdia, por não ter sido coordenada com os
aliados europeus.
O debate aceso entre von der Leyen e Órban revela não apenas
a polarização das opiniões sobre como lidar com a guerra na Ucrânia, mas também
as profundas divisões dentro da União Europeia. O futuro das relações entre a
Hungria e a União Europeia continua incerto, mas as palavras de von der Leyen
foram claras: as decisões de
Budapeste estão a colocar em risco a segurança do continente.
"Como pode o governo húngaro convidar cidadãos russos para a nossa união
sem verificações de segurança adicionais? Isso torna o novo esquema de visto
húngaro um risco de segurança não apenas para a Hungria, mas para todos os
Estados-membros", afirmou a presidente da Comissão Europeia, citada pela
Reuters.
Fonte: CNN Portugal, 9 de outubro de 2024
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