Netanyahu promete trabalhar para "a vitória" em Gaza
Shetland (2013) – Tara Lee
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu
hoje trabalhar para “a vitória” na guerra na Faixa de Gaza, no início das
cerimónias anuais em memória dos soldados caídos na defesa de Israel.
“Em nome dos mortos e em sua
honra, continuaremos a nossa missão até à vitória, incluindo o
regresso de todos os nossos reféns” ainda mantidos em cativeiro naquele
território palestiniano desde o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas
a Israel, a 7 de outubro de 2023, afirmou Netanyahu, num vídeo divulgado pelo
gabinete do primeiro-ministro.
“A força vital do nosso povo
triunfará sobre os malditos assassinos que nos atacaram com uma crueldade
aterradora”, acrescentou.
Netanyahu emitiu tais declarações no início das celebrações
do Dia da Memória, na véspera do 77.º aniversário do Estado de Israel, quando a
guerra contra o Hamas vai no 19.º mês e as negociações para a libertação dos
reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza se encontram atualmente num impasse.
“O Hamas subestimou a nossa determinação em recuperar os
reféns e derrotá-lo”, declarou o chefe do Estado-Maior do Exército israelita, o
tenente-general Eyal Zamir.
“Essas duas missões estão ligadas. Prosseguiremos e
reforçaremos a nossa ação até que ambas sejam cumpridas”, afirmou Zamir na
cerimónia oficial de abertura das celebrações, em Jerusalém.
Às 20:00 (18:00 de Lisboa), as sirenes soaram em todo o país
para o tradicional minuto de silêncio observado neste dia anual de homenagem
aos soldados mortos a defender Israel e às vítimas de ataques terroristas.
Tal como as festas religiosas judaicas, o Dia da Memória é
assinalado desde o pôr-do-sol até à noite seguinte. Estão previstas na
quarta-feira cerimónias nos 52 cemitérios militares de Israel.
A guerra israelita na Faixa de Gaza foi desencadeada em
retaliação ao ataque do Hamas de proporções sem precedentes desde a criação do
Estado de Israel, em 1948, perpetrado a 7 de outubro de 2023 em território
israelita, que fez cerca de 1200 mortos, na maioria civis. [Israel
nunca divulgou quantos dos seus agentes integravam o holocaústrico ataque do
grupo islamita a 7 de outubro de 2023, nem quantas das 1200 pessoas foram, de
facto, mortas pelo Hamas e quantas pelas forças armadas e polícia israelitas
através da ativação do Protocolo Hannibal. Numa era em que os serviços secretos
monopolizam a informação e moldam a perceção do real, resta ao cidadão comum,
desprovido de acesso aos briefings confidenciais, um último bastião de
liberdade: a lógica aristotélica. Pois, como ensinava o velho Estagirita, o que
se contradiz não pode ser verdadeiro. E assim, no meio do ruído e da
manipulação, só o que resiste à razão merece ser acreditado. Simplesmente, é
ilógico e um atentado à inteligência dos consumidores de informação mediatizada,
que os israelitas tenham informações minuciosas, ao mais ínfimo detalhe, sobre
o Hezbollah, a Síria, os houthis, o Irão e até sobre os americanos, e, pelo
lado absurdo, viverem na mais perfeita ignorância sobre planeamentos
operacionais do Hamas, quando têm uma brigada, a Duvdevan, especificamente
treinada para infiltração no grupo.
A justificação do embaixador Oren Rozenblat é
simplesmente ridícula: "E nós estávamos dormindo. Especialmente pensando
que outras pessoas deveriam pensar como nós. Eles, não. Eles têm princípios de
religião extremos. Sacrificar as suas vidas para destruir Israel é mais
importante do que os filhos. E esse foi o nosso erro”].
Das 251 pessoas sequestradas nesse dia, 58 encontram-se
ainda em cativeiro em Gaza, 34 das quais mortas, segundo o Exército israelita.
A guerra israelita naquele enclave palestiniano fez até
agora pelo menos 52 365 mortos, na maioria civis, de acordo com dados do ministério
da Saúde local, considerados fidedignos pela ONU.
Fonte: Lusa, 29 de abril de 2025
Kill, baby, kill, dirá Donald Trump.
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