Dinamarca vai conceder aos cidadãos direitos sobre o seu rosto e voz para combater deepfakes
Killer
Elite (2011) – Jason Statham, Aden Young, Lachy Hulme
Mudanças
à lei dinamarquesa darão aos indivíduos o direito de pedir que qualquer
conteúdo digital que imite a sua aparência ou voz seja removido de várias
plataformas
A Dinamarca vai dar um passo importante para combater o
aumento das deepfakes geradas por inteligência artificial (IA) ao alterar a sua
lei de direitos autorais, concedendo aos indivíduos direitos sobre o próprio
corpo, características faciais e voz.
O governo dinamarquês, avança o The Guardian, disse
esta quinta-feira que vai reforçar a proteção
contra as "imitações digitais de identidades" com o que acredita ser a primeira lei deste tipo
na Europa. Depois de a medida angariar um amplo acordo entre os partidos
noruegueses, o ministério da Cultura vai enviar uma proposta de alteração da
lei atual para consulta antes nas próximas semanas, para ser depois discutida
em setembro.
As mudanças à lei dinamarquesa darão
aos indivíduos o direito de pedir que qualquer conteúdo digital que imite a sua
aparência ou voz seja removido de várias plataformas. A medida
também se aplicará a "imitações realistas, geradas digitalmente" de atuações
de um artista, sem o seu consentimento. Se estas regras forem violadas, os
cidadãos afetados poderão ter direito a uma indemnização. No entanto, paródias e sátiras continuarão a ser permitidas
se a nova regulamentação tiver luz verde.
Citado pelo jornal britânico, o ministro da Cultura, Jakob
Engel-Schmidt, disse esperar que o projeto de lei apresentado ao Parlamento
envie uma "mensagem inequívoca" de que todos
têm direito à sua aparência e referiu que não vai permitir que os
cidadãos sejam utilizados "para todos os tipos de propósitos" através
destas cópias digitais.
A medida, que teve o apoio de nove em cada dez
parlamentares, surge numa altura em que o desenvolvimento galopante da
inteligência artificial fez com que seja cada vez mais fácil criar uma imagem,
vídeo ou som falso, mas convincente, e com todas as características de outra
pessoa. “Estamos a inovar e se as plataformas não cumprirem estas regras
estamos dispostos a tomar medidas adicionais”, disse Engel-Schmidt.
Fonte: Público, 27 de junho de 2025
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