Giulia Tofana
A linha entre veneno e medicamento é subtil; os gregos
usaram a palavra pharmacon para ambos.
Umberto Eco, “O nome da rosa”
Giulia Tofana (também escrito Toffana, Tophana) (morreu em
Roma, em julho de 1659) foi uma envenenadora profissional italiana. Ficou famosa
por vender veneno a mulheres que queriam matar os maridos abusivos. Foi a
inventora do famoso veneno Aqua Tofana, que leva seu nome.
As informações sobre o seu passado são esparsas. Ela nasceu
em 1620 em Palermo e era possivelmente filha de Thofania d'Adamo, que foi
executada em Palermo a 12 de julho de 1633, acusada de ter assassinado o seu
marido, Francisco. Tofana era descrita como linda e passava muito tempo com
boticários, estava presente quando eles preparavam as suas poções e, por fim,
desenvolveu o seu próprio veneno, Aqua Tofana. No entanto, também é possível
que tenha sido a sua mãe, Thofania d'Adamo, quem fez o veneno e passou a
receita para a filha. Ela começou a vender esse veneno a mulheres que queriam
escapar de maridos abusivos. A sua filha, Girolama Spera, também seguiu o
comércio da mãe. Acabou mudando o negócio para Nápoles e Roma.
Giulia era complacente com o baixo estatuto das mulheres e,
na maioria das vezes, vendia o seu veneno a mulheres aprisionadas em casamentos
doentios e perigosos. Tornou-se conhecida como uma amiga da esposa em apuros e
encaminhavam-lhe muitas clientes.
O negócio de Tofana foi finalmente revelado às autoridades
papais por uma cliente; no entanto, ela era tão popular que os habitantes
locais protegeram-na da detenção. Ela escapou para uma igreja, onde recebeu
abrigo. Quando um veloz rumor, alegando que ela havia envenenado a água,
invadiu Roma, a polícia forçou a entrada na igreja e arrastou Tofana para
interrogatório.
Morte
Sob tortura, ela confessou ter matado 600 homens com seus
venenos somente em Roma entre 1633 e 1651, mas isso não pode ser confirmado
devido à tortura e à ampla distribuição do veneno. Ela acabou sendo executada
em Roma (no Campo de’ Fiori), junto com a sua filha (Girolama Spera, conhecida
como “Astrologa della Lungara”) e três ajudantes, em julho de 1659. Após a sua
morte, o seu corpo foi atirado por cima do muro da igreja que lhe havia
proporcionado santuário. Alguns dos utilizadores e fornecedores também foram
presos e executados, enquanto outros cúmplices foram emparedados nas masmorras
do Palazzo Pucci.
Fonte:
Wikipédia
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