Estátua de Guterres em Vizela custou 90 mil euros e foi adjudicada a empresa de ex-autarca socialista
Victor Hugo Salgado, presidente da CMV e José Luís Carneiro,
ministro da Administração Interna, apreciam Arte
No dia 19 de março, a Câmara Municipal de Vizela (CMV)
inaugurou uma estátua em homenagem a António Guterres, antigo primeiro-ministro
e atual secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no âmbito das
comemorações do 25.º aniversário da elevação a concelho de Vizela. O custo da
estátua e o respetivo fornecedor estão a gerar controvérsia nas redes sociais.
A 19 de março comemorou-se o 25.º aniversário da elevação a
concelho de Vizela. A intervenção de Guterres - então no cargo de
primeiro-ministro - nesse processo não ficou esquecido e foi assinalada com uma
estátua no Jardim Manuel Faria que serve como agradecimento por ter cumprido a
promessa de desbloquear o vínculo desta cidade com Guimarães.
No portal Base está registado o contrato público referente à
"aquisição de serviços de execução e colocação de escultura 'António
Guterres' no Jardim Manuel Faria para as comemorações do 19 de março". O
contrato foi celebrado através do modelo de ajuste direto, invocando-se para
tal a "ausência de recursos próprios" da entidade adjudicante: o
Município de Vizela. Também é verdade que o preço contratual ascende a 89 980
euros.
A empresa à qual foi adjudicado o contrato é a
"Artecanter - Indústria Criativa, Lda.", que soma vários contratos
com a CMV ao longo dos anos. É detida por Abílio Martinho Ribeiro e pelo
escultor Joaquim Dinis Novais Ribeiro, este último foi eleito membro da
Assembleia Municipal de Guimarães pelo PS, em 2009, tal como divulgou o jornal
"Público".
(…).
O Polígrafo tentou contactar o escultor e a empresa em
causa, mas até ao momento não obteve resposta. Por sua vez, o autarca de Vizela
respondeu ao contacto e, relativamente ao custo da escultura, informa que
"a obra custou 89 mil
euros, mas tem dois metros de altura e 400 quilos de bronze platinado".
Além disso garante que a obra de arte "está muito abaixo do que tem sido
contratado para outras autarquias", em projetos idênticos.
Quanto à empresa adjudicatária, Salgado assegura que
"não há, nem nunca houve, neste momento e no passado, qualquer membro
daquela empresa a exercer funções em qualquer órgão da Câmara Municipal de
Vizela".
"Isso é uma falsa questão e que não faz qualquer tipo
de sentido. E não é pelos políticos, é pelos escultores e pelos artistas do nosso país.
Se calhar temos de contratar estrangeiros para ter mais cuidado", alega
ainda.
Fonte: Polígrafo, 23 de março de 2023
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