A campanha eleitoral de 1949 (2)
“Falo só de Portugal e para portugueses, pelo que a primeira
realidade política a considerar neste debate é a nação e o que a nação
representa para o regime. Este pequeno país não pode, no nono século da sua
História, duvidar da sua realidade de nação. Esta realidade, em que englobamos
a independência, a unidade orgânica e a missão civilizadora, é um pressuposto,
ou um ponto de partida, e foge a toda a discussão. E daqui este corolário: quem
não é patriota, não pode ser considerado português.”
Das numerosas sessões de apoio à candidatura do senhor
marechal Carmona, realizadas em todo o país, destacamos a que se fez em Braga,
berço da Revolução de 1926, no Theatro Circo.
Nela falou, entre outros oradores, o deputado sr. dr. Soares
da Fonseca:
“Senhoras e senhores, tão histórica para o país, para a
Europa e até para o mundo, as próximas eleições. Cristãos e portugueses
votaremos por Carmona e por Salazar. Porque votando por Carmona e por Salazar,
votamos por Deus, pela civilização, por Portugal.”
No Palácio de Cristal do Porto, celebrou-se em 10 de
fevereiro nas vésperas do ato eleitoral, uma sessão que decorreu, como todas as
outras, no meio do mais significativo entusiasmo. O senhor major Botelho Moniz,
deputado da nação, cuja atividade durante a campanha eleitoral se destacou, foi
alvo de uma vibrante manifestação.
Falou depois o deputado sr. major Botelho Moniz: “Porto,
cidade heroica do 31 de janeiro, aqui me tendes a prestar-vos a humilíssima
homenagem dum homem, que continua a orgulhar-se de ser republicano e de ser
liberal. Mas tão liberal, que existe na minha alma tolerância completa para os
ideais de outrem, quando eles se conformem com as nossas verdades
indiscutíveis: Deus Pátria, Família. E como corolário desta, direito de
propriedade privada.”
O sr. prof. dr. Oliveira Salazar, presidente do conselho,
exerceu o seu direito de voto no liceu de Pedro Nunes.
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