Prestação no 'breaking' fez de Rachael Gunn um 'meme', mas agora o júri veio elogiá-la

 













A B-girl australiana, Rachael 'Raygun' Gunn, estreou-se nos Jogos Olímpicos de Paris a competir na modalidade de 'breaking'. A sua coreografia "caricata" recebeu pontuação zero por parte do júri da competição, mas fez de si o mais recente 'meme' da internet. Após várias críticas, um dos elementos do júri veio a público elogiar a atleta pela sua coragem e originalidade

O 'breaking' mal teve tempo de aquecer o lugar nos Jogos Olímpicos mas, ainda assim, conseguiu deixar a sua marca. Tudo graças a Rachael 'Raygun' Gunn e à sua coreografia "caricata" que se tornou viral nas redes sociais. A australiana é agora responsável pelo mais recente 'meme' da internet e de meter inúmeros internautas a tentar replicar os movimentos que apresentou na competição.

Foi no passado sábado que a B-girl Raygun subiu ao palco, da Praça da Concórdia, para representar a Austrália com a sua tão aguardada coreografia. No entanto, não conseguiu conquistar o júri que atribuiu nota zero aos três confrontos que disputou com outros atletas.

Poucos dias depois do fim dos Jogos Olímpicos de Paris, um dos júris da competição de 'breaking' veio a público explicar as razões por detrás da nota atribuída a Rachael Gunn.

"Temos cinco critérios comparativos no sistema dos júris. O ponto é que o nível dela talvez não tenha sido tão alto quanto o dos outros atletas. Repito: é um sistema de nota comparativo. Os rivais dela foram melhores, mas isso não quer dizer que ela foi péssima. Ela deu o seu melhor", referiu Martin Gilian também conhecido como ' MGbility'.

O principal júri da competição de 'breaking' fez ainda questão de elogiar Rachael Gunn pela sua originalidade e por ter apresentado um movimento representativo do seu país. Na sua coreografia, a B-girl apresentou um movimento em que imitava um canguru, o animal mais famoso da Austrália.

Das críticas aos memes da internet

Nas redes sociais, Rachael Gunn foi alvo de várias críticas pelo seu desempenho. A maior parte dos 'haters' questionam-se como foi possível, a B-girl de 36 anos, ter sido selecionada para representar a Austrália nos Jogos Olímpicos. Mas a própria não parece estar preocupada com o que os outros pensam de si.

“Todos os meus movimentos são originais. A criatividade é muito importante para mim. Eu vou lá e mostro a minha arte", disse Rachel Gunn citada pelo The Guardian.

A ida de Rachael Gunn aos Jogos Olímpicos não passou despercebida, principalmente, aos olhos de algumas personalidades bem conhecidas. Durante um concerto em Munique, na Alemanha, a cantora Adele mostrou-se fascinada com a prestação da B-girl.

" Acho que é a melhor coisa que aconteceu na história dos Jogos Olímpicos”, disse Adele.

O apresentador norte-americano, Jimmy Fallon, foi ainda mais longe ao começar um dos seus programas com uma imitação da coreografia de Rachael Gunn.

Fonte: SIC Notícias, 14 de agosto de 2024

Os locutores de talk shows americanos são os verdadeiros pedagogos, não as escolas ou professores. Aqueles que ensinam os americanos e os consumidores mundiais dessa cultura a “ver” e perceber a realidade. Uma perceção debaixo de valores democráticos, e no lado certo da História.

Não havia nada de errado no set de Rachael Gunn, ele foi reduzido para alimentar ideias modistas. Apesar de ter sido um ótimo set, ela simplesmente perdeu por 18 - 0 as suas batalhas contra Logistx, dos EUA, Sissy, da França e Nicka, da Lituânia.

Todavia, algo de bom aconteceu em Paris 2024. O breaking desaparece da competição olímpica em Los Angeles 2028 e é substituído pelo críquete. Sendo o principal desporto na Índia, esta opção é mais que justa, pois a diáspora é a principal classe política na Inglaterra, importante nos Estados Unidos e salvou Lisboa e arredores do deserto de lojas encerradas.

(Los Angeles 2028 brindará aos telespetadores novas modalidades: flag football, squash, beisebol / softball, cricket e lacrosse).   

O breakdance marcou os meados dos anos 80 em Portugal. Uma loucura em Lisboa, quando a cidade era habitada e vivida, estações de rádio organizavam concursos de breakdance nos Restauradores, a Praça da Figueira albergava dançarinos e skaters. Tudo isso, agora, foi substituído por gift shops.

Concurso de breakdance na danceteria Lido, Amadora

A febre do Breakdance em Portugal

“No início dos anos 80, a febre do breakdance explode nos Estados Unidos da América e rapidamente se torna numa tendência internacional. Além dos concursos televisivos e dos videoclips, é também graças a alguns filmes que este fenómeno se espalha: é o caso de Wild Style, de 1983, Beat Street, de 1984, e ainda, dos dois volumes de Breakin’, também conhecidos simplesmente como Breakdance, do mesmo ano.

Breakin' (1984), sob o título “Breakdance” estreado sexta-feira, 3 de agosto de 1984 no Alfa 1, Berna e Tivoli.

Breakin' 2: Electric Boogaloo (1984), sob o título “Breakdance 2” estreado sexta-feira, 26 de abril de 1985 no Alfa 1, Éden e Roma.

A moda também chega a Portugal e começa a ser notória por volta de 1983/1984. Os jovens começam a participar em concursos nas danceterias, e os instrumentais hip hop da altura, muito colados ao chamado electro-funk, são frequentemente ouvidos nestas festas (geralmente, matinés). A baixa lisboeta, nomeadamente a Praça da Figueira, torna-se ponto de encontro de grupos de jovens, vindos de várias zonas para dançar na rua. Entre outras regiões do país, existem também grandes focos no Grande Porto e no Algarve.

Beat Street (1984), sob o título “Beat Street - A Loucura do Ritmo” estreado quarta-feira, 26 de setembro de 1984 no Condes e Hollywood 1.

Aquando da estreia de Beat Street em Portugal, o grupo de rap norte-americano Break Machine (muito ligado ao breakdance) faz uma série de atuações pelo país para promover o filme. Foram recebidos como ídolos por centenas de jovens que desejavam um autógrafo. Foi, no entanto, uma moda passageira. De um modo geral, não existia propriamente a noção sequer de que se tratava de uma vertente da cultura hip hop nascida em Nova Iorque. Tão depressa como apareceu, o breakdance em grande escala evaporou-se em meados dos anos 80; no entanto, deixou marcas nalguns dos pioneiros do hip hop em Portugal, tendo sido a porta de entrada nesta cultura para várias pessoas. Em paralelo com a evolução do rap em Portugal, há uma série de bboys e crews que dão origem a um movimento próprio de breakdance por cá. Por vezes mais próximo do rap, noutras ocasiões, mais afastado.” Em Hip Hop Tuga – quatro décadas de rap em Portugal, Ricardo Farinha

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