O que é a Síndrome de Tarzan, uma forma tóxica de começar relacionamentos
Hang 'Em High (1968) - Inger Stevens
A
“Síndrome de Tarzan” vem ganhando a atenção dos internautas, apesar de ainda
ser pouco conhecida no país
Segundo a psicóloga Irene Rocha, a síndrome refere-se ao comportamento de iniciar um novo
relacionamento antes de encerrar emocionalmente o anterior e sem dar espaço
para ficar sozinho por um tempo.
O comportamento faz alusão à personagem Tarzan, que se
movimenta entre lianas sem soltá-las até segurar a próxima, numa metáfora para
aqueles que “pulam” de um relacionamento para outro sem lidar com o término
anterior.
A síndrome de Tarzan ataca pessoas que são dependentes emocionais, inseguras e
“com um medo terrível de compromisso”, segundo Irene.
Em muitos casos, o medo da solidão e a incapacidade de lidar
com o término levam a pessoa a procurar rapidamente um novo parceiro, o que
pode resultar na repetição de padrões disfuncionais e dificultar o
autoconhecimento.
Em vídeo publicado no Youtube, o psicólogo Raúl López disse
que as pessoas que sofrem com a síndrome de Tarzan trazem consigo “bagagens
emocionais de relações anteriores que não deram certo”, o que atrapalha o
crescimento pessoal e a aprendizagem necessária para criar vínculos mais
saudáveis.
Relações na lógica do consumo
A psicóloga da USP Liliana Seger aponta que os
relacionamentos estão com uma tendência cada vez mais forte de entrar na lógica
do consumo. Nesse sentido, segundo ela, as pessoas passam a procurar pessoas como se fossem
“alimentos na prateleira”.
“A pessoa
já começa a se relacionar pensando em quantos likes vão ter juntos nas
publicações e,
muitas vezes, isso faz com que elas se desliguem dos sentimentos do outro.
Assim como o consumo está exagerado, os relacionamentos passaram a ser produtos
também”, ressalta.
Isso colabora com relações superficiais e sem diálogo,
segundo ela. Você sai com uma pessoa, mas caso ela não seja aquilo que se
espera, você desiste de continuar imediatamente. A sensação de “estar perdendo
alguma coisa” é maior com o excesso de facilidade proporcionado pelas
interações digitais que, de acordo com Liliana, muitas vezes colaboram com o
declínio do vínculo afetivo, uma vez que prejudicam a qualidade do diálogo e
aumentam a intolerância aos conflitos naturais dos relacionamentos amorosos.
“As pessoas estão desaprendendo a olhar nos olhos e
conversarem com os outros. Ficou líquido, como diria Bauman”, explica.
Ela menciona a obra do sociólogo Zygmunt Bauman que, no seu
livro “Amor Líquido”, investiga, entre outras coisas, a redução dos laços a
longo prazo, tanto amorosos, quanto familiares ou de amizade.
De que maneira a pessoa pode
fazer a melhor opção de relacionamento?
A psicanalista Vera Cristina brinca que “todos os acordos
devem ser escritos a lápis”, já que, no decorrer do tempo, é preciso rever o
que foi pré-estabelecido.
“Penso que isso é bastante saudável, um ouvir o outro sobre
as suas demandas e possibilidades de aceitação ou não”, explica a psicanalista.
A psicóloga Andrea Lorena ressalta que um relacionamento
saudável só funciona se o casal mantiver conversas assertivas, e que sempre na
relação há os desejos conjuntos e os individuais. Por isso, caso a pessoa
esteja descontente com a relação, é importante que ela investigue a origem
desse sentimento.
“Após esse mergulho interno, a pessoa deve chamar o parceiro
para conversar, sendo honesta consigo e com o outro. Em alguns casos, ambos
identificarão juntos questões que podem ser comuns”, disse.
Segundo ela, o descontentamento não está no modelo adotado,
mas nas expectativas e valores depositados pela pessoa na relação amorosa.
Como lidar com ciúmes e
insegurança?
Lorena afirma que há formas de trabalhar pontos específicos dos
ciúmes para minimizá-lo. São eles: posse, necessidade controlo, autoestima e
modificação de padrões de comportamento não-saudáveis nas relações amorosas
(desrespeito e manipulação, por exemplo).
Fonte: Instituo de Psicologia da Universidade de São Paulo,
3 de outubro de 2024
Outros habitantes da floresta que também se movimentam através de lianas.
Gungala, la pantera nuda (1968), sob o título “A virgem da floresta” estreado quinta-feira, 25 de junho de 1970 no Politeama.
Tharzan - La vera storia del figlio della giungla (1995), realização Joe D'Amato, com Rocco Siffredi, Rosa Caracciolo…
Neste caso, será Jane quem descobre a liana de Tarzan e nela balança, na boca, para salientar do troco, e na sua vagina, tipo carnuda (grandes cortinas de carne suculenta), para transportar-se aonde a mulher branca nunca foi na inexplorada selva.
Jane espelha perplexidade e gulosice ao visualizar o cipó de Tarzan.
Tarzan extravasa felicidade pela sua liana ter sido finalmente reconhecida como meio de transporte.





















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