Decreto presidencial de Trump obriga embaixada em Lisboa a desvincular-se de concerto

 

Pirates of the Caribbean: On Stranger Tides (2011) - Keith Richards

Um dos decretos que o presidente norte-americano, Donald Trump, assinou após ter tomado posse levou a embaixada dos Estados Unidos em Lisboa a cancelar a participação num concerto programado para o final de fevereiro no Teatro São Luiz.

O cancelamento consta de um email enviado esta quinta-feira àquele espaço cultural na capital portuguesa, no qual a missão diplomática norte-americana em Portugal informa que "não vai poder participar na edição deste ano do L'USAfonia", que estava a ser organizada pela Câmara de Lisboa em parceria com a embaixada.

"As ordens executivas do presidente Trump quanto a atividades de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) no setor federal ordenam as agências do ramo executivo dos EUA a terminar todos os programas que promovem a DEI a todos os níveis e atividades, independentemente da localização do parceiro ou do programa", é indicado no email, a que a CNN Portugal teve acesso.

"Nesse sentido, a Missão dos EUA em Portugal não vai poder participar na edição de 2025 do evento L'USAfonia", é adiantado no mesmo email. "Agradecemos todo o trabalho que todos contribuíram para fazer do L'USAfonia um projeto de sucesso."

A CNN contactou a Câmara de Lisboa para apurar se o espetáculo vai ser cancelado ou se irá acontecer como previsto mesmo sem a participação da embaixada dos EUA, mas ainda não obteve resposta.

O concerto de entrada gratuita estava marcado para o próximo dia 27 de fevereiro, integrado nas celebrações do Back History Month (Mês da História Negra dos EUA). No site do São Luiz, o L'USAfonia é apresentado como "um espetáculo musical com a participação de músicos lusófonos, que interpretam temas do cancioneiro americano, do período entre 1965 e 1975, passando pelo soul, jazz e R&B".

A ordem executiva assinada por Trump na semana passada ordena ao ramo federal que cancele todos os programas DEI "ilegais e imorais" que o governo Biden implementou, encorajando também o setor privado a "pôr fim às preferências e discriminação ilegal DEI", com base em políticas que a nova administração republicana considera que "violam o texto e o espírito das leis federais de longa data relativas aos direitos civis".

Fonte: CNN Portugal, 30 de janeiro de 2025

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