Extrema-direita. Criança de 13 anos identificada


Shetland (2013) – Tara Lee, Steven Miller

Uma criança de 13 anos está entre os agressores identificados pela PSP durante a manifestação não autorizada no Largo de São Domingos, em Lisboa, no dia 25 de Abril, revela o Diário de Notícias. O menor está entre os oito identificados pela polícia, que acredita que terá sido levado para o local pelo pai ou outro adulto.

Na passada sexta-feira, no dia 25 de Abril, e depois de a polícia ter recusado a manifestação da extrema-direita e esta ter sido proibida pela autarquia, o Largo de São Domingos foi palco de momentos de grande tensão que obrigaram a cargas policiais em vários momentos da tarde, com agressões e arremesso de objetos que levaram à intervenção das autoridades. Entre os suspeitos, segundo o DN, estava um jovem de 13 anos que surge nas imagens a dar pontapés em manifestantes antifascistas.

O último Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) dava conta de que os serviços secretos e a Polícia Judiciária têm identificado crianças e jovens portugueses a serem aliciados em grupos online por neonazis e radicais islâmicos e considerava que a extrema-direita ganhou “maior tração” em Portugal entre as eleições de 2022 e 2024, nomeadamente com ações de protesto de rua e através da “difusão de conteúdos extremistas online”, que tem a capacidade de alcançar “uma audiência diversificada do ponto de vista socioeconómico e geracional”.

Durante a tarde de sexta-feira, nas comemorações do dia 25 de Abril, a PSP fez três detenções, entre elas Rui Fonseca e Castro, antigo juiz e presidente do partido Ergue-te, que se recusou a pôr fim a uma manifestação não autorizada e Mário Machado, militante neonazi e líder do Grupo 1143.

De acordo com o Correio da Manhã, também Hugo Loureiro, conhecido como ‘Fanfas’ e um dos braços-direitos de Fernando Madureira, marcou presença na manifestação não autorizada em Lisboa. O adepto do FC Porto é um dos arguidos da Operação Pretoriano e um agente da PSP revelou que durante as buscas à residência foi encontrada uma arma 6.35 mm com munições que estava na mala do carro junto a um pneu.

Fonte: Observador, 28 de abril de 2025

Segundo Wilhelm Reich, a personalidade neurótica moderna é moldada por um sistema de defesas crónicas, tanto psíquicas como somáticas, que têm origem na repressão da sexualidade desde a infância. Essa defesa forma uma “carapaça caracterial” (Charakterpanzer) — uma rigidez no corpo e no carácter. Esta carapaça bloqueia a livre circulação da energia vital (o orgone) e, em especial, a capacidade para o orgasmo completo, que ele via como chave para a saúde psíquica.

"A carapaça protege o indivíduo da dor… mas também da vida."

Insatisfação sexual e autoritarismo

Reich liga a repressão sexual — especialmente entre as massas — ao autoritarismo político, num dos seus livros centrais, A Psicologia de Massas do Fascismo (1933): a educação repressiva, a negação do prazer e o medo da sexualidade geram sujeitos rígidos, obedientes e frustrados. Esta frustração é canalizada politicamente: o indivíduo procura segurança em figuras autoritárias e dogmas totalitários. A incapacidade de experienciar prazer e liberdade plena prepara o terreno para a submissão ao poder repressor.

Da neurose à extrema-direita

Reich via o fascismo não como uma ideologia racional, mas como uma descarga emocional coletiva de massas profundamente alienadas: a raiva reprimida, o ódio ao corpo, o medo do desejo, são projetados contra “o outro” — judeus, comunistas, estrangeiros, mulheres liberalizadas. A extrema-direita oferece uma falsa catarse: um inimigo claro, uma identidade rígida, e uma ordem moral que legitima a repressão.

Um exemplo, alt-right: catarse para o corpo reprimido

A ascensão da alt-right (direita alternativa), com o seu culto da força, do ressentimento contra minorias e da “ordem natural”, funciona como uma descarga emocional canalizada — como Reich previu nos anos 30: jovens frustrados, sem comunidade nem expressão emocional autêntica, projetam a sua raiva em inimigos externos: feministas, migrantes, “globalistas”, LGBTQ+. Canais como Andrew Tate, Jordan Peterson (com nuances), ou memes do tipo “sigma male grindset”, servem como discursos de contenção e autorreafirmação para corpos que se sentem ameaçados pela liberdade alheia.

A repressão interior transforma-se em agressão exterior.

Só há uma forma de travar este ciclo diabólico: as militantes de esquerda facilitarem os seus órgãos genitais para que a sobreposição cósmica destrua a carapaça caracterial. Quando as hormonas disparam no seu corpo, o jovem, se tiver acesso livre a ratinha ardente (ou qualquer dos outros dois órgãos genitais), não adotará extremismos ou ódio.   

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