Governo pede a Bruxelas gastos militares de 4,3 mil milhões fora do défice
The Ark – Stacey
Read, Ryan Adams
Portugal
quer ativar cláusula para que despesa em defesa não conte para o défice. Mais
de quatro mil milhões destas despesas ficam de fora numa conta que arrisca
ascender a mais de seis mil milhões com reforço do atual objetivo da NATO além
dos 2% do PIB assumidos pelo país
O governo vai pedir à Comissão Europeia a ativação da
cláusula de derrogação nacional que permite uma exceção ao cumprimento das
regras orçamentais para acomodar o aumento de despesa com a área da Defesa. A
medida, que se integra no Plano de Von der Leyen para rearmar a Europa que
custa 800 mil milhões de euros, permite que estas despesas, até um limite de
1,5% do PIB, não sejam contabilizadas nos limites impostos pelos tetos da
despesa primária líquida. Na prática, 4,3 mil milhões de euros não contariam para
o valor de referência do défice numa altura em que regista um excedente
orçamental de 2000 milhões de euros ou 0,7% do PIB.
Segundo o ministério liderado por Joaquim Miranda Sarmento,
a ativação desta cláusula permite que as despesas relacionadas com a área da
Defesa, até ao limite de 1,5% do PIB, não sejam contabilizadas nos limites
impostos pelos tetos da despesa primária líquida, definidos no Plano
Orçamental-Estrutural Nacional de Médio Prazo (POENMP), para 2025-2028.
“Do mesmo modo, as despesas relacionadas com a área da
Defesa, até ao limite de 1,5% do PIB, não serão contabilizadas na avaliação do
cumprimento do valor de referência para o défice (3%), acrescenta o ministério
das Finanças numa nota divulgada nesta quarta-feira, dando conta de que esta
decisão foi consensualizada com o maior partido da oposição, tendo o Partido
Socialista sido ouvido pelo governo neste processo.
Fonte: O Jornal Económico, 27 de abril de 2025
Comentários
Enviar um comentário