Trump anuncia aumento das tarifas sobre o aço de 25% para 50%
The Protégé (2021)
O preço
dos produtos siderúrgicos aumentou cerca de 16% desde que o republicano se
tornou presidente, de acordo com o índice de preços no produtor do governo
O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou esta
sexta-feira que as tarifas sobre o aço importado, impostas em março, vão
aumentar de 25% para 50%, para proteger a
produção nacional.
"Vamos aumentar as tarifas sobre o aço nos Estados
Unidos de 25% para 50%, o que dará ainda mais segurança à indústria no
país", anunciou o presidente num comício em Pittsburgh, na Pensilvânia,
onde celebrou o acordo de investimento entre a
siderurgia japonesa Nippon Steel e a empresa norte-americana U.S. Steel.
Uma nota oficial da Casa Branca na rede social X especificou
que a medida entrará em vigor "na próxima semana", noticiou a agência
France-Presse (AFP).
"Ninguém conseguirá contornar" estas tarifas,
garantiu Donald Trump no palanque, perante os trabalhadores que usavam
capacetes e casacos de trabalho com faixas refletoras.
Após o anúncio das novas tarifas, os participantes gritaram
"EUA, EUA" na sala.
O anúncio do líder republicano surge apenas um dia depois de
um tribunal de recurso ter levantado o bloqueio do Tribunal de Comércio
Internacional (TCE) a grande parte da política tarifária de Trump sobre as
importações de vários países. Este bloqueio não terá afetado as tarifas sobre o
aço, mas sim as anunciadas em 2 de abril, que consistem numa tarifa global de
10% sobre praticamente todos os parceiros comerciais dos EUA.
Além disso, terá também bloqueado uma parcela - que estava
congelada até julho para a assinatura de acordos - que varia de país para país
com base nos défices e volumes comerciais e a que a Casa Branca chamou
"tarifas recíprocas".
Os EUA têm um défice comercial com o resto do mundo há 49
anos consecutivos. O presidente dos EUA elogiou ainda a fusão que o próprio
aprovou na semana passada entre a US Steel e a sua concorrente japonesa Nippon
Steel, sobre a qual foram divulgadas até ao momento poucas informações.
"O mais importante é que a US Steel continuará sob o
controlo dos Estados Unidos, caso contrário, não teria fechado este
acordo", frisou Donald Trump, garantindo que a Nippon Steel irá injetar 14
mil milhões de dólares "no futuro" da US Steel.
O acordo, ao qual o próprio
Donald Trump se opôs durante muito tempo, tornou-se central para a campanha
presidencial americana de 2024, uma vez que diz sobretudo respeito à
Pensilvânia, um Estado estratégico do ponto de vista eleitoral, que é também o
berço da siderurgia nos Estados Unidos.
Desde que regressou à Casa Branca, em janeiro, Trump
anunciou medidas tarifárias contra a grande maioria dos parceiros comerciais
dos Estados Unidos, algumas das quais foram suspensas temporariamente até 9 de
julho, devido à reação negativa dos mercados.
As medidas em vigor incluem tarifas de 25% sobre o aço, o
alumínio e os seus derivados, 25% sobre os automóveis importados e certas peças
automóveis, juntamente com uma tarifa de base de 10% aplicável a todos os seus
parceiros comerciais.
Para a União Europeia (UE), esta tarifa de 10% poderá
aumentar para 20% após o termo da atual pausa dos Estados Unidos em julho.
Na sequência da imposição dos direitos aduaneiros, os Estados Unidos já celebraram acordos comerciais com o
Reino Unido e a China para reduzir as taxas e aumentar o acesso a esses
mercados.
Fonte: SIC Notícias, 30 de maio de 2025
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