Fim de sistema de comunicação usado por criminosos levou a mais de 6.500 detenções. O português "Xuxas" foi um dos detidos
Delta Force
2: The Colombian Connection (1990)
O desmantelamento do sistema de comunicações móveis
encriptadas EncroChat, bastante utilizada por muitas organizações criminosas,
levou já à detenção de mais de 6500 pessoas em todo o mundo, revelou hoje a
Europol
Segundo o comunicado hoje revelado pela entidade europeia,
apresentado pelas autoridades francesas e neerlandesas em Lille (França), foram
já detidas 6558 pessoas, das quais 197 eram consideradas alvos muito
importantes, na sequência da eliminação da ferramenta apelidada de 'Whatsapp
dos criminosos'.
Entre os elementos detidos a partir das comunicações pelo sistema EncroChat esteve o português Rúben Oliveira, também conhecido como "Xuxas", num processo de tráfico de droga que está atualmente na fase de instrução e cujo debate instrutório está agendado para quinta-feira no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa.
Sublinhando o impacto da eliminação deste sistema de
comunicações, como os quase
900 milhões de euros em ativos criminosos 'congelados' ou apreendidos, a
Europol referiu ainda que essa operação de desmantelamento "ajudou a
prevenir ataques violentos, tentativas de homicídio, corrupção e transportes de
droga em grande escala", tendo sido intercetadas mais de 115 milhões de
conversas de teor criminoso entre cerca de 60 mil utilizadores.
De acordo com os números revelados pela nota de imprensa, o fim
do EncroChat conduziu também à apreensão de 103,5 toneladas de cocaína, 163,4
toneladas de canábis, 3,3 toneladas de heroína ou mais de 30 milhões de
comprimidos de drogas químicas.
Foram ainda apreendidos mais de 900 veículos, quase 1000
armas, 83 barcos, 40 aviões, com os criminosos que já foram condenados desde
então a somarem mais de 7000 anos de penas de prisão.
A investigação às origens deste sistema começou em França no
ano 2017, que descobriu que a empresa responsável operava através de servidores
baseados naquele país.
Em 2019 foi aberto pelas autoridades francesas um processo
na Eurojust (agência europeia para a cooperação judiciária) e no ano seguinte
foi criada uma equipa de investigação conjunta, cujos resultados sobre as
atividades criminosas passaram a ser partilhados pelas autoridades europeias.
A Europol explicou que os telefones EncroChat eram
apresentados com garantia de total encriptação e não rastreabilidade das
comunicações, além de disporem de um PIN especificamente criado para apagar
todo o conteúdo do equipamento, caso os utilizadores se vissem na iminência de
serem apanhados pelas autoridades.
Os critptotelefones vendidos pela EncroChat custavam cerca
de 1000 euros a nível internacional e eram ainda oferecidas assinaturas com
cobertura mundial com um custo de 1500 euros por seis meses.
Fonte: Expresso, 27 de junho de 2023
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