Contas pró-Trump no X roubam e manipulam fotos de influencers europeias, revela estudo
Alfred
Hitchcock Presents / Apex - Patricia Breslin, Vivienne Segal
"Eva",
"Sophia", "Samantha": com fotografias roubadas de
influencers europeias de beleza e moda, contas falsas fazem passar-se por
mulheres norte-americanas que apoiam Donald Trump na rede social X, revela um
estudo publicado nesta quarta-feira
O relatório da organização sem fins lucrativos Center for
Information Resilience (CIR) chega no momento em que investigadores
manifestaram preocupações em relação às eleições norte-americanas de novembro
pelo facto de que a rede X, propriedade de Elon Musk — que manifestou apoio a
Trump —, estar repleta de contas falsas e desinformação política.
O CIR descobriu 16 contas que utilizam imagens de influencers europeias sem permissão para passar-se
por mulheres jovens que promovem Trump e incentivavam milhares de seguidores a
votar no candidato republicano.
Essas contas estavam entre os 56 perfis que parecem fazer
parte de uma campanha coordenada para impulsionar conteúdo pró-Trump,
acrescentou a organização. Não ficou claro quem está por trás desta fraude
digital nem se as contas promovem conteúdo pró-Trump com fins ideológicos ou
lucrativos.
Os perfis falsos utilizam imagens quotidianas das contas de
Instagram das influencers, legendadas com "hashtags" relacionadas ao
movimento MAGA (acrónimo de "Make America Great Again") e promessas
de voto em Trump, explicou a CIR. Além disso, as imagens são digitalmente manipuladas para substituir a
presença de marcas na roupa das visadas por mensagens alusivas ao candidato republicano,
dando a entender que são merchandise de apoio.
O MAGA ("Façamos os Estados Unidos grandes de
novo", em português) é um slogan político associado a Trump e a sua
campanha.
Uma das contas falsas é "Luna", que se descreve a si mesma como uma "partidária MAGA de Trump", de 32 anos, que utilizou imagens de uma influencer de moda alemã chamada Debbie Nederlof, segundo a emissora CNN, que realizou a investigação junto com o CIR.
Nederlof expressou frustração pelo uso indevido das suas
imagens, ao dizer que não tinha "nada a ver com os Estados Unidos, com
Trump, com as questões políticas de lá". O X, por sua vez, não respondeu a
um pedido de comentário.
A falsificação de identidade é uma violação das regras da
plataforma e pode resultar na "suspensão permanente" das contas, de
acordo com o próprio site da rede social.
Desde que Musk adquiriu o X em 2022, a plataforma
desmantelou as suas equipas de confiança e segurança e reduziu os esforços de
moderação de conteúdo, que antes eram utilizados para controlar a
desinformação, convertendo-a no que especialistas classificam como um paraíso para a desinformação.
Fonte: Sapo 24, 29 de agosto de 2024
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