"Era pré-guerra". Presidente polaco avisa que Europa deve preparar-se para uma guerra iminente
Tension at
Table Rock (1956) - Richard Egan, Angie Dickinson
“Não quero
assustar ninguém, mas a guerra já não é um conceito do passado. É
real e começou há mais de dois anos”, alertou Donald Tusk numa entrevista a um
grupo de jornais europeus.
“Sei que parece devastador, especialmente para a geração
mais jovem, mas temos de nos habituar ao facto de que uma nova era começou: a era pré-guerra. Não estou
a exagerar, está a ficar mais óbvio a cada dia”, insistiu.
O primeiro-ministro polaco diz mesmo que a Europa está a
viver “o momento mais crítico desde o fim da Segunda Guerra
Mundial” e afirma que “o mais preocupante neste momento é que literalmente
qualquer cenário é possível”.
Os avisos de Tusk surgem cinco dias depois de um míssil
russo ter violado o espaço aéreo da Polónia durante uma vaga de ataques russos
contra o território ucraniano. A entrada de um dos mísseis no espaço aéreo da
Polónia levou o país a decretar o estado de alerta.
Desde então, Tusk intensificou os alertas e apelou aos
líderes europeus para que reforcem o investimento na Defesa, afirmando que se a Ucrânia for derrotada pela
Rússia, ninguém na Europa poderá sentir-se seguro.
Independentemente do resultado das eleições presidenciais
norte-americanas deste ano, o primeiro-ministro polaco argumenta que a Europa seria um aliado mais
atraente para os EUA se se tornasse mais autossuficiente militarmente.
Não se trata de a Europa alcançar a autonomia militar dos
EUA ou de criar "estruturas paralelas à NATO", explicou Tusk,
afirmando que todos os
países europeus deveriam gastar pelo menos 2% do PIB na Defesa. Desde
que a Rússia invadiu a Ucrânia, as relações com o Ocidente atingiram o ponto
mais baixo desde a Guerra Fria e a NATO tem estado em alerta para um eventual
conflito a larga escala.
No entanto, o presidente russo tem rejeitado qualquer
intenção de atacar um país da NATO. A ideia foi reiterada na quarta-feira, com Vladimir
Putin a classificar como “absurdo” e um “completo disparate” a ideia de que a
Rússia se prepara para atacar a Europa.
Putin considera que o objetivo do Ocidente é apenas
intimidar para conseguir mais dinheiro.
Fonte: RTP, 29 de março de 2024
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